quarta-feira, 20 de março de 2013

A MORTE, por Tádzio Nanan


Eterna como o Tempo, a Morte
Aguarda, mas não tem pressa.
Degustando a doce infinidade,
A lida é sua distração, que faz sem maldade,
Posto que nas leis do universo impressa.

Revolucionária ideia do Criador, a Morte
Tem fome; serena, mas sempre atenta...
Opera entre os tempos – presente, passado, futuro;
Ela é o éter invisível e o golpe duro
Que a todo nosso destino orienta.

Disputa com o Acaso, ciumentamente,
Do universo o posto de melhor operário.
Juntos vão transformando tudo, o mundo -
Em um milhão de anos ou num segundo,
Num turbilhão renovador e sanguinário.

Com ouvidos aqui e alhures, a Morte
Tudo sabe – é vital a informação perfeita
Para sorrateiramente executar sua lida.
Sua obra-prima é nos arrancar a vida.
Cumpre a missão a qual foi por Deus eleita.

Com olhos onipresentemente, a Morte
Nos vê a todos – e quando vê, deseja.
Também a vi, de relance, no espelho; aí eu soube:
Esse simulacro de vida foi o que me coube...
Agora é tarde. Deus, perdão! Que assim seja!


segunda-feira, 11 de março de 2013

O HOMEM, por Tádzio Nanan


Parido na luz, abortado da treva
Tão grandioso e tão apto à vilania
Fui soldado do amor e do ódio
Desci à lama, subi ao pódio
Nesta contraditória senda que me guia...

Filho da dúvida, inventor de certezas
Sigo na vida como bêbedo, cambaleante
Forte feito sonho, frágil feito o medo
Frequentemente triste, outras vezes ledo
Nesta dicotomia infernal e nauseante...

Fui herói, fui bandido
De um roteiro confuso, tortuoso
Por mim mesmo escrito, a riso e pranto
E pelo acaso, esse eternal espanto
Da trama da vida, maquinador gasoso...

Mas a cruz não é particular: é do Homem
E não é justamente o que vale a pena: o paradoxo?
A contradição: marca da nossa linhagem
O horror, outrossim a glória desta viagem
Desta nossa gente de ideais heterodoxos...

Mas a cruz não é particular: é do Homem
Por quanto tempo mais? Por pouco, creio
O futuro espreita com a bocarra aberta
E nos engolirá a todos – é só um alerta
Inútil; pois o Homem não é fim, é meio!



quinta-feira, 7 de março de 2013

NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER, UMA PEQUENA HOMENAGEM ÀS MULHERES DA MINHA FAMÍLIA, por Tádzio Nanan

ÀS MULHERES DA MINHA FAMÍLIA 
Em virtude do Dia Internacional da Mulher - 8 de março de 2013

Norma Alencar Severiano Barreira
Alessandra Alencar
Ana Carolina Nanan
*dedicado especialmente à nossa doce guerreira Carolzinha, uma soma do que há de melhor em cada um de nós!



As mulheres da minha família...
São suaves como um carinho
E inebriantes como o vinho

As mulheres da minha família...
São sensíveis como o pranto
E alegres como um canto

As mulheres da minha família...
São divinais como a vida
E terrenais como a lida

As mulheres da minha família...
São elegantes como a decência
E curiosas como a ciência

As mulheres da minha família...
São sonhadoras como o Argentino
E orgulhosas como o pátrio hino

As mulheres da minha família...
São desejáveis como Helena
E cultas como Avicena

As mulheres da minha família...
São talentosas como Da Vinci
São nota dez; não, nota vinte

As mulheres da minha família...
São virtuosas como o Nazareno
E gentis como um aceno

As mulheres da minha família...
São joviais como bons amigos
E sapientes como os antigos

As mulheres da minha família...
São resolutas como a certeza
E delicadas como a beleza

As mulheres da minha família...
São destemidas como a verdade
Imprescindíveis como a saudade

As mulheres da minha família...
São vanguardistas como o porvir
Estão num eterno devir

As mulheres da minha família...
São ardentes como os anelos
Feitas dos sonhos mais belos

As mulheres da minha família...
São transcendentes como a Cruz
Refulgem, e espalham luz!