Não é o que você pensa, e sim o que faz; não é o que você estuda, e sim o que produz; não é o que você acumula, e sim o que sente; não é o que você sofre, e sim como reage.
Ria de si mesmo e ria dos outros; acredite: eles são tão ridículos quanto você!
Nietzsche, não há fatos, só processos.
Minimizar a dor e maximizar o prazer: o caminho de uma felicidade alienada...
Trabalhar mais, para ganhar mais, para consumir mais e mais bens e serviços supérfluos; aumenta o PIB do país e diminui a saúde dos indivíduos; tal a histeria capitalista!
Não queira estar certo; apenas seja fiel aos seus pensamentos, contribuindo, assim, para o debate público; dele emergirão os argumentos vizinhos da Verdade.
O brasileiro é o rei do auto-engano: julga a si próprio muito melhor do que é de fato; e julga o outro muito pior do que de fato é!
A máscara do brasileiro esconde um animal contraditório e complexo; sociedade de discurso pacífico e politicamente correto, mas de práticas violentas, discriminatórias e hierarquizadas!
O brasileiro é mitômano, mexeriqueiro, hipócrita, invejoso, alienado e venal; e ainda assim consegue ser um povo maravilhoso?!?
Não confundir Política com P maiúsculo: o debate sobre os grandes temas civilizatórios, para se atingir o Bem Comum; com política com p minúsculo: venais acusando-se mutuamente enquanto posam de vestais, sonhando em alcançar e/ou permanecer no poder.
Tádzio Nanan
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS parte 3
Críticos do sistema capitalista desenvolveram teses como a do Decrescimento, do Pós-Desenvolvimento e da Anti-Globalização para contestar alguns axiomas da economia liberal. Tais teses fariam mais sentido se fizéssemos uma transição para uma economia planificada, onde pudéssemos redistribuir toda a riqueza material e o capital de forma a melhorar os níveis de renda e o bem-estar de todos os indivíduos da sociedade e garantir o pleno emprego. Partindo de um ponto de absoluta equidade como este, poderíamos planejar um crescimento econômico mais módico, e, ao mesmo tempo, mais “científico”, no sentido de que seus resultados se distribuiriam igualmente para todos os grupos sociais. Agora, propor a contenção do crescimento econômico, dentro dos marcos do sistema capitalista, é fatalmente agravar a iniqüidade sócio-econômica, o desemprego e engendrar a guerra civil nas sociedades mundo afora.
Propor simplesmente a contenção do processo de crescimento econômico para resolver o problema ecológico é abandonar os pobres e deserdados do mundo à própria sorte. Se já não se pode assegurar, mesmo havendo crescimento econômico, que se conseguirá melhorar a situação sócio-econômica das classes menos privilegiadas, imagine abdicar dos objetivos fundamentais de qualquer economia, o crescimento e o desenvolvimento econômico. Contudo, o preço desse crescimento e desenvolvimento econômico não pode ser a catástrofe ecológica, até porque, se isso acontecer, as perdas financeiras e econômicas futuras também jogariam os pobres do mundo no caos e no desespero. E é justamente a parcela mais frágil das populações mundiais que tentamos defender aqui.
Como propor a contenção do crescimento econômico quando é urgente aumentar a renda per capita dos países pobres e de enormes parcelas marginalizadas da população dos países em desenvolvimento? Como propô-lo quando urge aumentar a oferta de bens e serviços aos miseráveis e pobres do mundo, aumentando seus níveis de bem-estar? Como propor um movimento anti-globalização quando uma das saídas possíveis para minorar a miséria no mundo(dentro dos marcos do capitalismo)é aumentar os fluxos comerciais e de capitais dos países ricos indo em direção aos países pobres, para ajudar a financiar seu desenvolvimento, lutando com afinco para acabar com os bilionários subsídios à ineficiente agricultura dos países ricos e, por exemplo, aumentar a regulação sobre os capitais internacionais, visando a um sistema monetário internacional mais equilibrado, o que poderia ser conseguido se adotássemos a taxa de Tobin.
Ou superamos o Capital, indo em direção a uma economia planificada, ou, permanecendo dentro da lógica do sistema, é preciso usar os mecanismos que ele oferece para melhorar a vida das populações mundiais. Claro que, ao permanecermos sob a influência do Capital, provocamos, pelo menos no curto prazo, um acirramento da crise ecológica, já que as negociações internacionais sobre os limites para a emissão de gases do efeito-estufa se desenvolvem muito lentamente. Se formos mesquinhos e incompetentes a tal ponto, nossas inépcia e letargia se traduzirão em pesadíssimos prejuízos sócio-econômicos para as gerações futuras. De fato, é dentro desse contexto que se propõe a idéia de restringir o crescimento econômico, já que menor crescimento significa menor emissão de carbono. Mas repito: isto afetaria fundamentalmente aos mais pobres. A escolha ideal seria restringir o consumo supérfluo e ostentatório das parcelas mais ricas do mundo (os governos poderiam tributar os comportamentos indesejáveis e criar benefícios fiscais para estimular comportamentos necessários e sadios) e concomitantemente estimular o consumo dos mais pobres, que precisam urgentemente de alimentos, remédios, vestimentas, moradia, acesso à saúde, educação etc. Mas isso é praticamente uma utopia política, afinal, é a plutocracia mundial que manda nos destinos do mundo e das gentes, e também acarretaria prejuízos econômicos, o que não seria tolerado pela burguesia transnacional.
A luta dos homens e mulheres de boa vontade deve ser a de se gerar um crescimento e um desenvolvimento sócio-econômico que acarrete o mínimo possível de impacto ambiental, avançando, por exemplo, para o desenvolvimento e uso de fontes de energia limpa e ecologicamente sustentáveis e hábitos de produção e consumo mais racionais e sustentáveis no longo prazo. A Terra é um sistema fechado, com recursos naturais finitos, mas é possível usá-los de forma sustentável, dando ao meio-ambiente tempo de auto-regeneração (como fazemos com o solo), de forma que possamos continuar usufruindo dos benefícios que ele nos proporciona. É uma questão de avanço da ciência pura, da ciência aplicada, da pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos produtivos, mais limpos e mais baratos. É também uma questão de decisão política, Política com P maiúsculo, o que envolve necessariamente a participação das sociedades de todas as nações da Terra e o debate plural, aberto e democrático, nas instâncias regionais, nacionais e globais.
Mas, enfim, por que defendemos a continuação do processo de crescimento econômico? Então, vamos explicá-lo e mostrar porque ele ainda é fundamental nos dia de hoje, sobretudo para as massas deserdadas, que dependem em larga medida da atuação do Estado e de uma ocupação que lhes assegure uma renda monetária mensal. Falar em crescimento econômico significa aferir o quanto aumentou marginalmente, num dado período de tempo, geralmente um ano, a oferta de bens e serviços produzidos por uma sociedade e seu sistema econômico subjacente. É importante porque aumentaria o bem-estar, a qualidade de vida da população, o acesso a bens e serviços essenciais a uma vida produtiva e saudável. Se imaginarmos hipoteticamente uma sociedade perfeita, onde todos têm igualmente acesso aos mesmos bens e serviços, na quantidade ótima e com qualidade ótima, uma verdadeira sociedade da abundância, perde importância este fato econômico (o crescimento econômico, o crescimento do PIB). Claro que se a riqueza material puder continuar aumentando, sem contradições e conseqüências danosas, as pessoas, provavelmente, vão preferir sempre mais, como prevê um dos axiomas da microeconomia (preferimos sempre a cesta com maior número de bens). Mas certamente se atingirá um ponto, em meio à abundância, de a riqueza material ir perdendo importância, o que se coaduna com outra lei econômica, a da utilidade marginal decrescente. Se para um casal recém-casado, um automóvel é bom, e dois automóveis pode ser o ótimo, se ambos tiverem que ir trabalhar em locais separados, quaisquer números de automóveis superiores a esse é pura ostentação supérflua, e estamos todos, a sociedade e este casal numa situação não-ideal, de desperdício, de ineficiência econômica, sobretudo em face de existirem famílias sem automóvel algum. É bom lembrar que se a oferta de transporte público for ótima, e houver segurança pública, então talvez sequer precisemos de transporte individual. Quem sabe essa utopia possa acontecer no futuro.
Voltando ao crescimento econômico. Para averiguar a qualidade desse crescimento, temos que observar diversos fatores:
- se o crescimento econômico é pró-pobre, ou seja, se as parcelas mais pobres da sociedade têm ganhos econômicos proporcionalmente maiores do que o das parcelas mais ricas, diminuindo a desigualdade sócio-econômica;
- se os rendimentos do trabalho crescem proporcionalmente mais que os rendimentos do capital na distribuição funcional da renda;
- se gera inflação;
- se gera déficit em transações correntes;
- se é sustentável ecologicamente;
- se gera endividamento interno e externo excessivo;
-se é sustentável inter-geracionalmente (p.ex., crescimento econômico que gere inflação alta ou grande endividamento significa que num futuro próximo o governo terá de elevar a taxa de juro, abortando o processo de crescimento);
- se diminui os desequilíbrios regionais, que no caso do Brasil é flagrante.
Gerar crescimento econômico é essencial para fins de geração de emprego, bem maior do cidadão e da cidadã, no capitalismo (lembremos que numa economia planificada, a economia opera em pleno-emprego; já no capitalismo, devido às contradições inerentes ao modus operandi do sistema econômico, seus ciclos, suas “bolhas” especulativas, suas crises periódicas, o governo deve estar sempre perseguindo a diminuição da taxa de desemprego, ainda mais com a tendência secular de crescimento do desemprego tecnológico). Gerar crescimento do produto significa gerar os empregos necessários para absorver a mão-de-obra entrante no mercado de trabalho anualmente; gerar crescimento também diminui o estoque de desempregados numa economia e substitui os empregos informais por empregos formais, destruindo empregos de péssima qualidade e criando outros de melhor qualidade e melhor remunerados.
Crescimento do produto também significa maior arrecadação tributária. E a atuação do Estado, em todos os seus níveis e propósitos, só é possível com os recursos advindos dela. Países com imensa dívida social, como o Brasil (situação em que se encontra também a imensa maioria dos países do mundo) não podem abrir mão de perseguir o crescimento econômico e o desenvolvimento eco-socialmente sustentado.
Tádzio Nanan
Economista
Propor simplesmente a contenção do processo de crescimento econômico para resolver o problema ecológico é abandonar os pobres e deserdados do mundo à própria sorte. Se já não se pode assegurar, mesmo havendo crescimento econômico, que se conseguirá melhorar a situação sócio-econômica das classes menos privilegiadas, imagine abdicar dos objetivos fundamentais de qualquer economia, o crescimento e o desenvolvimento econômico. Contudo, o preço desse crescimento e desenvolvimento econômico não pode ser a catástrofe ecológica, até porque, se isso acontecer, as perdas financeiras e econômicas futuras também jogariam os pobres do mundo no caos e no desespero. E é justamente a parcela mais frágil das populações mundiais que tentamos defender aqui.
Como propor a contenção do crescimento econômico quando é urgente aumentar a renda per capita dos países pobres e de enormes parcelas marginalizadas da população dos países em desenvolvimento? Como propô-lo quando urge aumentar a oferta de bens e serviços aos miseráveis e pobres do mundo, aumentando seus níveis de bem-estar? Como propor um movimento anti-globalização quando uma das saídas possíveis para minorar a miséria no mundo(dentro dos marcos do capitalismo)é aumentar os fluxos comerciais e de capitais dos países ricos indo em direção aos países pobres, para ajudar a financiar seu desenvolvimento, lutando com afinco para acabar com os bilionários subsídios à ineficiente agricultura dos países ricos e, por exemplo, aumentar a regulação sobre os capitais internacionais, visando a um sistema monetário internacional mais equilibrado, o que poderia ser conseguido se adotássemos a taxa de Tobin.
Ou superamos o Capital, indo em direção a uma economia planificada, ou, permanecendo dentro da lógica do sistema, é preciso usar os mecanismos que ele oferece para melhorar a vida das populações mundiais. Claro que, ao permanecermos sob a influência do Capital, provocamos, pelo menos no curto prazo, um acirramento da crise ecológica, já que as negociações internacionais sobre os limites para a emissão de gases do efeito-estufa se desenvolvem muito lentamente. Se formos mesquinhos e incompetentes a tal ponto, nossas inépcia e letargia se traduzirão em pesadíssimos prejuízos sócio-econômicos para as gerações futuras. De fato, é dentro desse contexto que se propõe a idéia de restringir o crescimento econômico, já que menor crescimento significa menor emissão de carbono. Mas repito: isto afetaria fundamentalmente aos mais pobres. A escolha ideal seria restringir o consumo supérfluo e ostentatório das parcelas mais ricas do mundo (os governos poderiam tributar os comportamentos indesejáveis e criar benefícios fiscais para estimular comportamentos necessários e sadios) e concomitantemente estimular o consumo dos mais pobres, que precisam urgentemente de alimentos, remédios, vestimentas, moradia, acesso à saúde, educação etc. Mas isso é praticamente uma utopia política, afinal, é a plutocracia mundial que manda nos destinos do mundo e das gentes, e também acarretaria prejuízos econômicos, o que não seria tolerado pela burguesia transnacional.
A luta dos homens e mulheres de boa vontade deve ser a de se gerar um crescimento e um desenvolvimento sócio-econômico que acarrete o mínimo possível de impacto ambiental, avançando, por exemplo, para o desenvolvimento e uso de fontes de energia limpa e ecologicamente sustentáveis e hábitos de produção e consumo mais racionais e sustentáveis no longo prazo. A Terra é um sistema fechado, com recursos naturais finitos, mas é possível usá-los de forma sustentável, dando ao meio-ambiente tempo de auto-regeneração (como fazemos com o solo), de forma que possamos continuar usufruindo dos benefícios que ele nos proporciona. É uma questão de avanço da ciência pura, da ciência aplicada, da pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos produtivos, mais limpos e mais baratos. É também uma questão de decisão política, Política com P maiúsculo, o que envolve necessariamente a participação das sociedades de todas as nações da Terra e o debate plural, aberto e democrático, nas instâncias regionais, nacionais e globais.
Mas, enfim, por que defendemos a continuação do processo de crescimento econômico? Então, vamos explicá-lo e mostrar porque ele ainda é fundamental nos dia de hoje, sobretudo para as massas deserdadas, que dependem em larga medida da atuação do Estado e de uma ocupação que lhes assegure uma renda monetária mensal. Falar em crescimento econômico significa aferir o quanto aumentou marginalmente, num dado período de tempo, geralmente um ano, a oferta de bens e serviços produzidos por uma sociedade e seu sistema econômico subjacente. É importante porque aumentaria o bem-estar, a qualidade de vida da população, o acesso a bens e serviços essenciais a uma vida produtiva e saudável. Se imaginarmos hipoteticamente uma sociedade perfeita, onde todos têm igualmente acesso aos mesmos bens e serviços, na quantidade ótima e com qualidade ótima, uma verdadeira sociedade da abundância, perde importância este fato econômico (o crescimento econômico, o crescimento do PIB). Claro que se a riqueza material puder continuar aumentando, sem contradições e conseqüências danosas, as pessoas, provavelmente, vão preferir sempre mais, como prevê um dos axiomas da microeconomia (preferimos sempre a cesta com maior número de bens). Mas certamente se atingirá um ponto, em meio à abundância, de a riqueza material ir perdendo importância, o que se coaduna com outra lei econômica, a da utilidade marginal decrescente. Se para um casal recém-casado, um automóvel é bom, e dois automóveis pode ser o ótimo, se ambos tiverem que ir trabalhar em locais separados, quaisquer números de automóveis superiores a esse é pura ostentação supérflua, e estamos todos, a sociedade e este casal numa situação não-ideal, de desperdício, de ineficiência econômica, sobretudo em face de existirem famílias sem automóvel algum. É bom lembrar que se a oferta de transporte público for ótima, e houver segurança pública, então talvez sequer precisemos de transporte individual. Quem sabe essa utopia possa acontecer no futuro.
Voltando ao crescimento econômico. Para averiguar a qualidade desse crescimento, temos que observar diversos fatores:
- se o crescimento econômico é pró-pobre, ou seja, se as parcelas mais pobres da sociedade têm ganhos econômicos proporcionalmente maiores do que o das parcelas mais ricas, diminuindo a desigualdade sócio-econômica;
- se os rendimentos do trabalho crescem proporcionalmente mais que os rendimentos do capital na distribuição funcional da renda;
- se gera inflação;
- se gera déficit em transações correntes;
- se é sustentável ecologicamente;
- se gera endividamento interno e externo excessivo;
-se é sustentável inter-geracionalmente (p.ex., crescimento econômico que gere inflação alta ou grande endividamento significa que num futuro próximo o governo terá de elevar a taxa de juro, abortando o processo de crescimento);
- se diminui os desequilíbrios regionais, que no caso do Brasil é flagrante.
Gerar crescimento econômico é essencial para fins de geração de emprego, bem maior do cidadão e da cidadã, no capitalismo (lembremos que numa economia planificada, a economia opera em pleno-emprego; já no capitalismo, devido às contradições inerentes ao modus operandi do sistema econômico, seus ciclos, suas “bolhas” especulativas, suas crises periódicas, o governo deve estar sempre perseguindo a diminuição da taxa de desemprego, ainda mais com a tendência secular de crescimento do desemprego tecnológico). Gerar crescimento do produto significa gerar os empregos necessários para absorver a mão-de-obra entrante no mercado de trabalho anualmente; gerar crescimento também diminui o estoque de desempregados numa economia e substitui os empregos informais por empregos formais, destruindo empregos de péssima qualidade e criando outros de melhor qualidade e melhor remunerados.
Crescimento do produto também significa maior arrecadação tributária. E a atuação do Estado, em todos os seus níveis e propósitos, só é possível com os recursos advindos dela. Países com imensa dívida social, como o Brasil (situação em que se encontra também a imensa maioria dos países do mundo) não podem abrir mão de perseguir o crescimento econômico e o desenvolvimento eco-socialmente sustentado.
Tádzio Nanan
Economista
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
ANTI-HERÓI
O anti-herói, inebriado de lânguida preguiça
Nauseado com a futilidade da lide ignominiosa
Permite-se não sucumbir à sina tão odiosa
E se espalha no leito e grunhe e se espreguiça...
Acorda, sem pôr-se de pé: é o peso da cotidiana azáfama
Mas que ninguém lhe vá discursar sobre o labor urgente
Que sonha ser filosofia e arte o nobre destino da gente
“Dinheiro pra quê ou poder?”, prefere as coisas diáfanas...
Mal-reputado e falido, o anti-herói parece em paz!?!
Que de muito errado haveria com ele? Néscio? Louco?
Por que o tudo pra tantos pra ele é mísero e pouco??
Não está no script desdenhar assim de paradigmas assaz
Consagrados! Mas vejam: mãos dadas com o Zé Ninguém,
Meu Deus, parece-me ver a Verdade indo com ele também!
Tádzio Nanan
Nauseado com a futilidade da lide ignominiosa
Permite-se não sucumbir à sina tão odiosa
E se espalha no leito e grunhe e se espreguiça...
Acorda, sem pôr-se de pé: é o peso da cotidiana azáfama
Mas que ninguém lhe vá discursar sobre o labor urgente
Que sonha ser filosofia e arte o nobre destino da gente
“Dinheiro pra quê ou poder?”, prefere as coisas diáfanas...
Mal-reputado e falido, o anti-herói parece em paz!?!
Que de muito errado haveria com ele? Néscio? Louco?
Por que o tudo pra tantos pra ele é mísero e pouco??
Não está no script desdenhar assim de paradigmas assaz
Consagrados! Mas vejam: mãos dadas com o Zé Ninguém,
Meu Deus, parece-me ver a Verdade indo com ele também!
Tádzio Nanan
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
FRAGMENTOS POÉTICOS
Para qual esfera resvalou o instante,
Miragem fantasmagórica da consciência?
Vindo do nada que houvera antes
Urdindo o vazio da impermanência!
A fragilíssima contextura do agora,
Sombra informe, delirante, acuada
Quando irrompe, morre; implora,
Mas não poderá ser prolongada!
O momento é néctar e veneno
A vida, sensações em convulsão
Então, torna teu drama ameno
As coisas não foram, nem serão!
Tádzio Nanan
Miragem fantasmagórica da consciência?
Vindo do nada que houvera antes
Urdindo o vazio da impermanência!
A fragilíssima contextura do agora,
Sombra informe, delirante, acuada
Quando irrompe, morre; implora,
Mas não poderá ser prolongada!
O momento é néctar e veneno
A vida, sensações em convulsão
Então, torna teu drama ameno
As coisas não foram, nem serão!
Tádzio Nanan
FRAGMENTOS POÉTICOS
A cólera do homem cairá
Cedo ou tarde sobre o homem
O sonho humano intervirá
Cedo ou tarde na história
Sonho e cólera, confundidos
No fim, homens para si
O homem matará o homem
O homem salvará o homem
Encetará outra história
Sem a mácula da lágrima dos inocentes
Proscreverá as lutas fratricidas
O novo homem a aflorar
O homem e seu sonho
Reviverão
A ira humana espreita
Entre o caos e a perfídia
Tremei homens-moeda
Rostos sem face
Urubus na nossa arte
Temei
Da história esta a nossa parte
Tádzio Nanan
Cedo ou tarde sobre o homem
O sonho humano intervirá
Cedo ou tarde na história
Sonho e cólera, confundidos
No fim, homens para si
O homem matará o homem
O homem salvará o homem
Encetará outra história
Sem a mácula da lágrima dos inocentes
Proscreverá as lutas fratricidas
O novo homem a aflorar
O homem e seu sonho
Reviverão
A ira humana espreita
Entre o caos e a perfídia
Tremei homens-moeda
Rostos sem face
Urubus na nossa arte
Temei
Da história esta a nossa parte
Tádzio Nanan
FRAGMENTOS POÉTICOS
Quem ama esquece a vida
Refém da cruel desdita
A hora, o mundo, a lida
Esquece-as. Todas malditas...
Quem ama só lembra a ida
Ao Hades, resgatar Eurídice
Enquanto no mundo a ferida
Gangrena, que alguém lhe disse...
O amante só vê o vazio da cama
Entregue a seu sonho particular
Fazendo o mundo esperar
Até conquistar quem ama...
O amante enxerga o mundo em calma,
Sem contradições; nas teias da própria trama
Se enlaça; só ouve os lamentos d´alma
Atordoado com seu miserável drama...
Tádzio Nanan
Refém da cruel desdita
A hora, o mundo, a lida
Esquece-as. Todas malditas...
Quem ama só lembra a ida
Ao Hades, resgatar Eurídice
Enquanto no mundo a ferida
Gangrena, que alguém lhe disse...
O amante só vê o vazio da cama
Entregue a seu sonho particular
Fazendo o mundo esperar
Até conquistar quem ama...
O amante enxerga o mundo em calma,
Sem contradições; nas teias da própria trama
Se enlaça; só ouve os lamentos d´alma
Atordoado com seu miserável drama...
Tádzio Nanan
O PASSAGEIRO DAS HORAS
Picasso
O Homem é consciência de si próprio.
Auto-caritativo, faz nascer do vazio que lhe cerca os fantasmas sagrados de um Deus humanado e de um Homem deificado. Tolamente, ignora, ou talvez apenas finja ignorar, que o vazio que lhe cerca e que lhe oprime é o deus a venerar, a beleza da sua humanidade, o sentido da sua hora, a poesia pungente da sua vida.
O Homem é o único mistério (teoriza outros para esquecer sua confusão e solitude).
Caminha, tropeça, levanta-se. Resiste.
Bêbado no eterno embate entre a aceitação dos fatos e sua negação.
Pergunta-se sem obter respostas e segue carregado pela grande miragem das horas.
No cimo da jornada, pranteia, saudoso do tempo ido, e mergulha outra vez no leito eterno, que é o nada.
Nasce só, vive só, morre só.
Escravo da sua inteligência,
Num golpe de auto-engano,
Elabora respostas para seu enigma
Enquanto intoxica-se com todas as ilusões que inventa:
Amor, dinheiro, poder, religião, conhecimento...
Mas é simplesmente pó!
Olha-se no espelho e, comovido,
Relembra a paz do útero materno,
E o amor incondicional da tenra infância...
Sonhos passados, levados pelas vagas do tempo...
A íntima dor humana é a morte:
Pesadelo e angústia dos vivos
Abismo que nos espreita, sorrateiro
Dor que confrange o peito
Hino que cantamos de cor
Fado inexorável
O medo da morte é uma paixão humana
A condição do Homem é um duplo:
Sopro de luz e treva
Padecimentos e delícias
Fugas e enfrentamentos
Acaso é a lei da vida
Acidente no percurso da matéria pelos espaços inauditos
Fragmento infinitesimal do tempo, do espaço, do universo
Devaneio baldadamente sonhado pela conflagrada Mente Divina...
Tádzio Nanan
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
MÁXIMAS E PENSAMENTOS
A loucura dos pais transborda para os filhos
Arte de qualidade para medianos? Pérolas aos porcos ou esforço urgente?
Pode-se saciar a carne; o espírito, nunca
Só Deus acalma a alma
Diz o macharal: eu te amo eternamente (até conseguir o coito); diz o mulheril: que seja infinito enquanto duro
O paradoxo do macho tupiniquim: querem transar com todas as mulheres, mas quando elas se esbaldam na luxúria ficam ressentidos
O oposto de sexo? Economia
(apesar de dinheiro ter tudo a ver com sexo, não é mulherada?)
Na sociedade da luxúria, o pecado é não desejar a mulher do próximo
Agradeça o que você tem, mesmo que ache pouco; é geralmente mais do que precisa e pode ser muito mais do que mereça
Prazeres sensórios tanto extasiam quanto enfraquecem
O presente é feito com músculos; o futuro, com imaginação
O calcanhar-de-aquiles do ser humano é a vaidade
Claro, Einstein, que Deus não joga dados com o universo! Quem joga os dados é o Diabo...
Luz demais cega? Virtude demais enjoa?
O elixir da longa vida é saber ir curando as feridas
“tempo é dinheiro” ou dinheiro é tempo perdido?
Dores acumuladas são escadas para Deus
Sonhar é um ótimo remédio contra o tédio
Tádzio Nanan
Arte de qualidade para medianos? Pérolas aos porcos ou esforço urgente?
Pode-se saciar a carne; o espírito, nunca
Só Deus acalma a alma
Diz o macharal: eu te amo eternamente (até conseguir o coito); diz o mulheril: que seja infinito enquanto duro
O paradoxo do macho tupiniquim: querem transar com todas as mulheres, mas quando elas se esbaldam na luxúria ficam ressentidos
O oposto de sexo? Economia
(apesar de dinheiro ter tudo a ver com sexo, não é mulherada?)
Na sociedade da luxúria, o pecado é não desejar a mulher do próximo
Agradeça o que você tem, mesmo que ache pouco; é geralmente mais do que precisa e pode ser muito mais do que mereça
Prazeres sensórios tanto extasiam quanto enfraquecem
O presente é feito com músculos; o futuro, com imaginação
O calcanhar-de-aquiles do ser humano é a vaidade
Claro, Einstein, que Deus não joga dados com o universo! Quem joga os dados é o Diabo...
Luz demais cega? Virtude demais enjoa?
O elixir da longa vida é saber ir curando as feridas
“tempo é dinheiro” ou dinheiro é tempo perdido?
Dores acumuladas são escadas para Deus
Sonhar é um ótimo remédio contra o tédio
Tádzio Nanan
M U S A - II
Na tua carnadura
Meu desejo estaciona
Embriagado
Seja claro dia
Seja noite escura
Jamais recordando
O passado
Navego-te caravela
Nas tuas profundezas abissais da alma
Faço água, transbordo a qualquer bordo de ti
E nunca mais tenho calma
Tens-me na palma da mão
Periclitante falta de precaução
Valha-me meu coração
Mas contigo também gozo o cio das madrugadas
As exaustões mais cansadas
Até o raiar das manhãs
Mas contigo também olvido o estertor
Dos moribundos
O retinir das espadas
E as F l o r e s M a l s ã s
Tádzio Nanan
Meu desejo estaciona
Embriagado
Seja claro dia
Seja noite escura
Jamais recordando
O passado
Navego-te caravela
Nas tuas profundezas abissais da alma
Faço água, transbordo a qualquer bordo de ti
E nunca mais tenho calma
Tens-me na palma da mão
Periclitante falta de precaução
Valha-me meu coração
Mas contigo também gozo o cio das madrugadas
As exaustões mais cansadas
Até o raiar das manhãs
Mas contigo também olvido o estertor
Dos moribundos
O retinir das espadas
E as F l o r e s M a l s ã s
Tádzio Nanan
M U S A
Chamar-te no calor da noite
Que a ausência é um açoite
Desvelar com afã juvenil
Teu corpo primaveril
Amar-te nas chamas da cama
O sol de quem ama
Devorar-te a carne na fome
Esse desejo do homem
Beber-te toda na sede
Teu suor, tua seiva, teu leite
Aquecer-me entre teus pólos
Alvorecer em teu colo
Tádzio Nanan
Que a ausência é um açoite
Desvelar com afã juvenil
Teu corpo primaveril
Amar-te nas chamas da cama
O sol de quem ama
Devorar-te a carne na fome
Esse desejo do homem
Beber-te toda na sede
Teu suor, tua seiva, teu leite
Aquecer-me entre teus pólos
Alvorecer em teu colo
Tádzio Nanan
PARA ARTHUR RIMBAUD
O desregrar-se: tua mira,
Alvo só por ti subjugado.
Foste um recriar-se dia-a-dia,
Recriando-se te fizeste mito raro.
Dos covardes acentuaste a hipocrisia,
D´outros, a candente invídia temperaste.
Qual ventre ornou-te de ousadias,
Mas descuidou-se dos excessos aparar-te?
Anjo & Demônio, belo torto,
Bateau ivre em amores puros e violentos.
Visionário do sol, em longes mares absorto,
Precursor de ignotas estradas e alentos.
De poder impossíveis, tu brincaste,
E os fez, avidamente, timoneiro-mor.
Sobre os alvos pés a Poesia dobraste,
Que em tua alma ébria foi maior.
Inda precoce imberbe (fugaz fulgir),
Cansaste do vigor dos versos singulares,
Abandonando órfã a Poesia, a desflorir.
Arte, pátria, amor, não eram mais teus lares.
Urgia da ágil sina provar os mil sabores,
E então andarilho, traficante, hippie pioneiro.
Perdeu-te o mundo, perdeu-se alhures,
Dormindo para repousar no Olimpo, altaneiro.
Tádzio Nanan
Alvo só por ti subjugado.
Foste um recriar-se dia-a-dia,
Recriando-se te fizeste mito raro.
Dos covardes acentuaste a hipocrisia,
D´outros, a candente invídia temperaste.
Qual ventre ornou-te de ousadias,
Mas descuidou-se dos excessos aparar-te?
Anjo & Demônio, belo torto,
Bateau ivre em amores puros e violentos.
Visionário do sol, em longes mares absorto,
Precursor de ignotas estradas e alentos.
De poder impossíveis, tu brincaste,
E os fez, avidamente, timoneiro-mor.
Sobre os alvos pés a Poesia dobraste,
Que em tua alma ébria foi maior.
Inda precoce imberbe (fugaz fulgir),
Cansaste do vigor dos versos singulares,
Abandonando órfã a Poesia, a desflorir.
Arte, pátria, amor, não eram mais teus lares.
Urgia da ágil sina provar os mil sabores,
E então andarilho, traficante, hippie pioneiro.
Perdeu-te o mundo, perdeu-se alhures,
Dormindo para repousar no Olimpo, altaneiro.
Tádzio Nanan
domingo, 15 de novembro de 2009
TITÃ
Céu e Terra certa vez, e com ardor, se amaram.
O fruto, virtude celeste, força telúrica, é Titã
Empenhadíssimo em conceber o amanhã
Com verdades que milhões não decifraram...
Nas fibras do seu coração vicejou inabalável afã:
Derramar luz em sendas que se conspurcaram
Sanar as mentes que as trevas deturparam
Para a existência brilhar lúcida, cabal, sã...
E os pusilânimes, os ignaros dele duvidaram!
Não sabiam que proviera de atemporal clã
Cujos antepassados são deuses que sempre conquistaram?!
A boca seca da invídia lhe disse: tua intenção é vã!
Como? Se nela inteligência, força e ousadia se mesclaram
Produzindo êxitos que a Céu e Terra já tanto orgulharam!
Tádzio Nanan
O fruto, virtude celeste, força telúrica, é Titã
Empenhadíssimo em conceber o amanhã
Com verdades que milhões não decifraram...
Nas fibras do seu coração vicejou inabalável afã:
Derramar luz em sendas que se conspurcaram
Sanar as mentes que as trevas deturparam
Para a existência brilhar lúcida, cabal, sã...
E os pusilânimes, os ignaros dele duvidaram!
Não sabiam que proviera de atemporal clã
Cujos antepassados são deuses que sempre conquistaram?!
A boca seca da invídia lhe disse: tua intenção é vã!
Como? Se nela inteligência, força e ousadia se mesclaram
Produzindo êxitos que a Céu e Terra já tanto orgulharam!
Tádzio Nanan
sábado, 14 de novembro de 2009
LIVRE NASCESTE, MAS QUANTOS TE ALMEJAM ACORRENTADO...
Livre nasceste, mas quantos te almejam acorrentado!
Estupefato com o drama humano, abúlico, inerte
Esquecido de que o sangue esquenta nas veias e ferve
E a reação é legítima contra os que te têm açoitado
Resoluto nasceste, mas quantos te querem claudicante!
Porque previsíveis teus movimentos não surpreendam
E os pensamentos tímidos, pueris não transcendam
A lógica inimiga; um débil, venal, mendicante
Projeta o status quo curar-se das células cancerosas
Para que tudo opere num certo intervalo de confiança
Onde se evite súbitas sublevações morais perigosas
Tua nova visão, supremo ideal, revolucionária ânsia
É o câncer temido (embora estejas só, por enquanto...)
Mas é fatal mudares teu choro em magnífico canto!
Tádzio Nanan
Estupefato com o drama humano, abúlico, inerte
Esquecido de que o sangue esquenta nas veias e ferve
E a reação é legítima contra os que te têm açoitado
Resoluto nasceste, mas quantos te querem claudicante!
Porque previsíveis teus movimentos não surpreendam
E os pensamentos tímidos, pueris não transcendam
A lógica inimiga; um débil, venal, mendicante
Projeta o status quo curar-se das células cancerosas
Para que tudo opere num certo intervalo de confiança
Onde se evite súbitas sublevações morais perigosas
Tua nova visão, supremo ideal, revolucionária ânsia
É o câncer temido (embora estejas só, por enquanto...)
Mas é fatal mudares teu choro em magnífico canto!
Tádzio Nanan
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
MÁXIMAS E PENSAMENTOS
Um terror a mais se os espelhos refletissem a alma!
Quantas pessoas fariam o seu trabalho muito melhor do que você, se quisessem ou tivessem a oportunidade? Então, meu querido, seja humilde
Todos querem se destacar, mas se todos se destacarem, ninguém se destacará (por isso alguns odeiam a idéia da igualdade; os ricos, sobretudo)
A beleza é Deus tentando convencer a humanidade de que existe
A oração nos aproxima de Deus; a revolução, do Homem Novo
Uns têm medo de morrer; outros, de viver
Há droga mais letal que a testosterona?
A esquizofrenia familiar: joga a pedra e faz o curativo
Tentando achar-se, encontrou Deus
Tádzio Nanan
Quantas pessoas fariam o seu trabalho muito melhor do que você, se quisessem ou tivessem a oportunidade? Então, meu querido, seja humilde
Todos querem se destacar, mas se todos se destacarem, ninguém se destacará (por isso alguns odeiam a idéia da igualdade; os ricos, sobretudo)
A beleza é Deus tentando convencer a humanidade de que existe
A oração nos aproxima de Deus; a revolução, do Homem Novo
Uns têm medo de morrer; outros, de viver
Há droga mais letal que a testosterona?
A esquizofrenia familiar: joga a pedra e faz o curativo
Tentando achar-se, encontrou Deus
Tádzio Nanan
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
MÁXIMAS E PENSAMENTOS
O que é loucura: seguir os sonhos contra a correnteza ou seguir a correnteza contra os sonhos?
O exemplo finca raízes enquanto a palavra é levada pelas ventanias
Alimente Deus em teu coração e teus vizinhos também se converterão
De quem se espera pouco, tudo que vier é muito; de quem se espera muito, tudo que vier é pouco
A vida é tamanha, a liberdade é tamanha que chegam a oprimir
Ria de si mesmo, ria bastante, e mantenha a morte um pouco mais distante
Do nefelibata ao especulador, todos os animais têm uma função na fauna humana
O gênio nasce quando acredita
Tádzio Nanan
O exemplo finca raízes enquanto a palavra é levada pelas ventanias
Alimente Deus em teu coração e teus vizinhos também se converterão
De quem se espera pouco, tudo que vier é muito; de quem se espera muito, tudo que vier é pouco
A vida é tamanha, a liberdade é tamanha que chegam a oprimir
Ria de si mesmo, ria bastante, e mantenha a morte um pouco mais distante
Do nefelibata ao especulador, todos os animais têm uma função na fauna humana
O gênio nasce quando acredita
Tádzio Nanan
SONETO DA ESPERANÇA PASSIVA
A esperança invade a veia do povo e o embriaga,
Como uma noite que obscurecesse seu entendimento.
Esperar?! O derradeiro, quiçá o fatal movimento
De uma hoste que o medo arrefece e esmaga.
A eloqüência do líder a alma do povo afaga.
Mas, que palavras realizaram que sonhos?
Palavras são artifícios pueris e enfadonhos
Com os quais fingimos mitigar nossa chaga!
É verdade que tua hora sussurra na brisa, Sul-Americano.
Teu olhar, férrea hematita, mira uma civilização tropical,
Onde a igualdade, áureo sol, irradie todos os dias do ano.
Mas como? Se a sujeição ao divino te faz prescindir do real;
Se crês ser teu líder alguém infalível, sobre-humano;
E abdicas do próprio ideal, que é cabal, sem engano...
Tádzio Nanan
Como uma noite que obscurecesse seu entendimento.
Esperar?! O derradeiro, quiçá o fatal movimento
De uma hoste que o medo arrefece e esmaga.
A eloqüência do líder a alma do povo afaga.
Mas, que palavras realizaram que sonhos?
Palavras são artifícios pueris e enfadonhos
Com os quais fingimos mitigar nossa chaga!
É verdade que tua hora sussurra na brisa, Sul-Americano.
Teu olhar, férrea hematita, mira uma civilização tropical,
Onde a igualdade, áureo sol, irradie todos os dias do ano.
Mas como? Se a sujeição ao divino te faz prescindir do real;
Se crês ser teu líder alguém infalível, sobre-humano;
E abdicas do próprio ideal, que é cabal, sem engano...
Tádzio Nanan
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
PEQUENO POEMA DE SEPARAÇÃO
Corpos que não se entregam
Olhares oblíquos ou indiferentes
Rostos lívidos de cansaço
Mãos distantes, severas; o toque é acidental
O ninho de amor está frio
Agora, só reminiscências, só saudades
A casa é um relicário de imagens:
Fantasias sepultadas, filhos proscritos
Aquelas viagens inesquecíveis nunca feitas...
No leito do amor de outrora
Silêncio tumular entrecortado
Por prantos ressentidos
E ásperos solilóquios
A vida parece arrastar-se
A hora parece arrastar-se
Antes, o tempo era regulamento conservador
Para os apetites da carne e o encontro das almas
É a dúvida, que tudo devasta como fosse procela
Que lacera como punhal
Tudo foi inutilmente?
A cama compartilhada, os sonhos compartilhados,
O riso compartilhado?
O espelho partido desfaz a vida em mil pedaços
Lá fora, o mundo é o mesmo remoinho de vidas
Entrechoque de gentes, ódio e carinho
Mas amanhã é outro dia
E tudo pode recomeçar...
Tádzio Nanan
Olhares oblíquos ou indiferentes
Rostos lívidos de cansaço
Mãos distantes, severas; o toque é acidental
O ninho de amor está frio
Agora, só reminiscências, só saudades
A casa é um relicário de imagens:
Fantasias sepultadas, filhos proscritos
Aquelas viagens inesquecíveis nunca feitas...
No leito do amor de outrora
Silêncio tumular entrecortado
Por prantos ressentidos
E ásperos solilóquios
A vida parece arrastar-se
A hora parece arrastar-se
Antes, o tempo era regulamento conservador
Para os apetites da carne e o encontro das almas
É a dúvida, que tudo devasta como fosse procela
Que lacera como punhal
Tudo foi inutilmente?
A cama compartilhada, os sonhos compartilhados,
O riso compartilhado?
O espelho partido desfaz a vida em mil pedaços
Lá fora, o mundo é o mesmo remoinho de vidas
Entrechoque de gentes, ódio e carinho
Mas amanhã é outro dia
E tudo pode recomeçar...
Tádzio Nanan
PEQUENO POEMA DE INSURREIÇÃO
Desfaz-se neste meridiano a aurora
Remodela-se o homem ante uma diversa realidade
Já vejo vir batalhas ardentes e fatais
Que só travam aqueles que ouvem
A própria voz e ousam
Vitórias, derrotas... Batalhas
A obra a compor
Nenhuns outros passos: ao leste
A ausência cumprida
Sepulto-a às margens de remotos rios:
Serenas lembranças da inocência
Nesta hora, o aço! O golpe do braço!
Retomar a ponte desfeita
Abrir portas para o mundo
A lida única que me ensinaram os pais que tive
Capitulei, mas basta!
Ao cume do Olimpo
Roubar o fogo divino
Outra vez
Sonhando em fazer amanhãs
Com vocês
Tádzio Nanan
Remodela-se o homem ante uma diversa realidade
Já vejo vir batalhas ardentes e fatais
Que só travam aqueles que ouvem
A própria voz e ousam
Vitórias, derrotas... Batalhas
A obra a compor
Nenhuns outros passos: ao leste
A ausência cumprida
Sepulto-a às margens de remotos rios:
Serenas lembranças da inocência
Nesta hora, o aço! O golpe do braço!
Retomar a ponte desfeita
Abrir portas para o mundo
A lida única que me ensinaram os pais que tive
Capitulei, mas basta!
Ao cume do Olimpo
Roubar o fogo divino
Outra vez
Sonhando em fazer amanhãs
Com vocês
Tádzio Nanan
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
MÁXIMAS E PENSAMENTOS
O maior romance de todos os tempos? A comovente estória do Nazareno...
CONTRADIÇÕES DO MULATO INZONEIRO:
O brasileiro é um enigma para si próprio: a gente pensa ser mais moral que o vizinho, e o vizinho jura ser mais moral que a gente!
Para o brasileiro, a culpa é sempre do outro, nunca dele mesmo; ora, mas para o nosso vizinho, o outro não somos nós?
O brasileiro finge alegria só para travestir sua melancolia; finge a lascívia só para esconder a veia brega e romântica!
O brasileiro é um fingidor. E fingi tão bem que ele próprio acredita! E fingi tão bem que o mundo inteiro acredita!
O corpo do homem apodrece; mas o que sua mente produzir, permanece
Ao invés de sonhar com o que não podes conseguir. Realiza logo o que consegues
Tádzio Nanan
CONTRADIÇÕES DO MULATO INZONEIRO:
O brasileiro é um enigma para si próprio: a gente pensa ser mais moral que o vizinho, e o vizinho jura ser mais moral que a gente!
Para o brasileiro, a culpa é sempre do outro, nunca dele mesmo; ora, mas para o nosso vizinho, o outro não somos nós?
O brasileiro finge alegria só para travestir sua melancolia; finge a lascívia só para esconder a veia brega e romântica!
O brasileiro é um fingidor. E fingi tão bem que ele próprio acredita! E fingi tão bem que o mundo inteiro acredita!
O corpo do homem apodrece; mas o que sua mente produzir, permanece
Ao invés de sonhar com o que não podes conseguir. Realiza logo o que consegues
Tádzio Nanan
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
Deus e o diabo somos nós, irmãos humanos
Nossos desejos viscerais, contraditórios
De resultados luminares e proditórios
Imensuráveis amores e ódios levianos
Adiante, no entanto, o além-do-humano
Quando toda miséria é mero palpitar surdo
E a dúvida é extinta, que banido o absurdo
Da Civilização, já liberta de todo engano
Mas lá, quando traduzido o arcano derradeiro,
Que se imaginará? Todo pedaço será inteiro?
A onisciente e estéril satisfação tecnológica...
E impregnados da nova, pura e voraz lógica
Nossos herdeiros, deuses inúteis, embriagados
Na perfeição fastidiosa calarão, entediados...
Tádzio Nanan
Nossos desejos viscerais, contraditórios
De resultados luminares e proditórios
Imensuráveis amores e ódios levianos
Adiante, no entanto, o além-do-humano
Quando toda miséria é mero palpitar surdo
E a dúvida é extinta, que banido o absurdo
Da Civilização, já liberta de todo engano
Mas lá, quando traduzido o arcano derradeiro,
Que se imaginará? Todo pedaço será inteiro?
A onisciente e estéril satisfação tecnológica...
E impregnados da nova, pura e voraz lógica
Nossos herdeiros, deuses inúteis, embriagados
Na perfeição fastidiosa calarão, entediados...
Tádzio Nanan
domingo, 8 de novembro de 2009
FIM-DE-SEMANA PERDIDO
Adriano Oliveira Costa
Fim-de-semana vazio
Mente anulada
Tragam-me inutilidades
Escuto imbecilidades
Finjo-me intelectual
Vulgo boçal
Trabalhador imoral
Salário para compor delírios etílicos
Fim-de-semana pacífico
Filmes vis
Televisões ignóbeis
Leituras patéticas
Cerveja amiga
Mulheres maravilhosas
Dylan na vitrola
Trabalho para imbecilizar-se neste mundo de fel
Fim-de-semana vadio
Fígado por um fio
Vida estragada
Preciso de palhaçadas
Vi-me frio
Renego-te por causa de teu desprezo
Anulo-me por desespero
Bebida para preencher vazios existenciais
Fim-de-semana perdido
Elos familiares rompidos
Escondo-me dos amigos
Não quero louvor
Tampouco amor
Assusto-me de torpor
Copo de álcool salvador
Amores vazios para agüentar um coração dilacerado
*
Basta Um Dia
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
Pra mim
Basta um dia
Não mais que um dia
Um meio dia
Me dá
Só um dia
E eu faço desatar
A minha fantasia
Só um
Belo dia
Pois se jura, se esconjura
Se ama e se tortura
Se tritura, se atura e se cura
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia
Só um
Santo dia
Pois se beija, se maltrata
Se como e se mata
Se arremata, se acata e se trata
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia, viu
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia
Fim-de-semana vazio
Mente anulada
Tragam-me inutilidades
Escuto imbecilidades
Finjo-me intelectual
Vulgo boçal
Trabalhador imoral
Salário para compor delírios etílicos
Fim-de-semana pacífico
Filmes vis
Televisões ignóbeis
Leituras patéticas
Cerveja amiga
Mulheres maravilhosas
Dylan na vitrola
Trabalho para imbecilizar-se neste mundo de fel
Fim-de-semana vadio
Fígado por um fio
Vida estragada
Preciso de palhaçadas
Vi-me frio
Renego-te por causa de teu desprezo
Anulo-me por desespero
Bebida para preencher vazios existenciais
Fim-de-semana perdido
Elos familiares rompidos
Escondo-me dos amigos
Não quero louvor
Tampouco amor
Assusto-me de torpor
Copo de álcool salvador
Amores vazios para agüentar um coração dilacerado
*
Basta Um Dia
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
Pra mim
Basta um dia
Não mais que um dia
Um meio dia
Me dá
Só um dia
E eu faço desatar
A minha fantasia
Só um
Belo dia
Pois se jura, se esconjura
Se ama e se tortura
Se tritura, se atura e se cura
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia
Só um
Santo dia
Pois se beija, se maltrata
Se como e se mata
Se arremata, se acata e se trata
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia, viu
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia
CONFISSÕES parte 1
Me apaixonei perdidamente, sussurrou desfalecente. E seu marido, meu chefe, mal dera alguns passos em direção ao mictório. Tocou-me languidamente as coxas, deslizou as mãos pelas mesmas, depois as recolheu, insistiu outra vez, ficou confusa, fez cara de boba, cara de sexy, cara de choro, cara de adolescente apaixonada. Minha aflição só aumentava, enquanto assistia à insólita cena. Só queria sumir dali, o escândalo que não ia ser isso, e de quebra minha demissão, vexatória, pública, irrevogável; ela é o supra-sumo das formas femininas, mas nesse momento meu contracheque é muito mais importante; mas devo admitir: em outras tantas ocasiões, a mulher do próximo mereceu de mim a mais completa prioridade! Bom, não sei como, ela se conteve, vestiu a comuníssima máscara da satisfação e pôs-se calada. Ele estranhou o comportamento um pouco indiferente dela, fez piada com isso, culpou a menorréia, e continuou bebericando, discorrendo sobre amenidades, no que o acompanhei, louco para ir-me embora.
Mais tarde, voltando das compras, já entrando no meu apartamento, observei qualquer coisa na soleira da porta. Eram meia dúzia de cartões, com declarações de amor fartamente açucaradas, enjoativamente infantis, como todas as cartas de amor de todos os chatíssimos amantes dos mais variegados quadrantes do mundo; enfim, Juliana entregava-se de corpo e alma no ardente e pecaminoso leito da luxúria; a luxúria tem nome, o meu: JP, também conhecido entre os meus como o lobo da estepe; animal pouquíssimo dado a romantismos, insensível como os meus congêneres da Idade da Pedra Lascada, que sofre de horror à intimidade e absolutamente incapaz de se prender a uma alma que seja, nem que seja à Divina, agrilhoado à redentora idéia da infidelidade a todos as coisas, idéias e seres vivos. Meus detratores me chamam de porra-louca, desvairado, anarquista sem caráter, no que provavelmente estão certos. Mas não vamos dissecar minha personalidade nesse momento...
Você deve estar se perguntando como por mim se apaixonara tão voraz e terminantemente a mulher do meu chefinho. Bom, então é necessário que eu faça uma inconfidência: é óbvio que ela e eu transamos, e bastante! Aliás, transar é um eufemismo: fodemos mesmo, doses cavalares de sexo! Foram pelo menos dez fodas, antológicas, inesquecíveis, geralmente quando viajávamos à casa de praia do Mauro (o chefe e marido corno), para resolvermos assuntos de trabalho. Como ninguém é mais criança por aí, vou dar com a língua nos dentes: sucede que cada reuniãozinha dessas degringola amiúde em cocaína e porres homéricos; e com a censura da consciência de guarda baixa um dos meus golpes mais mortais e freqüentes é seduzir a mulher do próximo, seja quem for o infeliz, até meu chefe! Foi em tais circunstâncias que conheci os orifícios mais íntimos da Juliana. E deix´eu falar em alto e bom som: vale totalmente o risco de se levar um balaço no meio das fuças. Olhe, veja bem, não sei quem foi o idiota que inventou essa estória de mulher ter dono: mulher não tem dono, não! E isso não é nenhum arroubo feminista tardio da minha pseudo-intelectualidade mal estruturada; na minha abalizada opinião de vagabundo fundamental, ninguém é de ninguém ou, se preferir, todo mundo come todo mundo! Essa, meu irmão, é a nascitura moral sexual do século XXI. Mas deixemos a filosofice de lado e terminemos a estória: ela jurou de pés juntos e as mãos espalmadas que o cara não vinha fazendo o serviço direito havia dois anos; bom, talvez essa tenha sido a desculpa que ela arranjou para satisfazer seus instintos primevos sem culpa...
Por JP, (eu mesmo!) um anti-herói brasileiro
Mais tarde, voltando das compras, já entrando no meu apartamento, observei qualquer coisa na soleira da porta. Eram meia dúzia de cartões, com declarações de amor fartamente açucaradas, enjoativamente infantis, como todas as cartas de amor de todos os chatíssimos amantes dos mais variegados quadrantes do mundo; enfim, Juliana entregava-se de corpo e alma no ardente e pecaminoso leito da luxúria; a luxúria tem nome, o meu: JP, também conhecido entre os meus como o lobo da estepe; animal pouquíssimo dado a romantismos, insensível como os meus congêneres da Idade da Pedra Lascada, que sofre de horror à intimidade e absolutamente incapaz de se prender a uma alma que seja, nem que seja à Divina, agrilhoado à redentora idéia da infidelidade a todos as coisas, idéias e seres vivos. Meus detratores me chamam de porra-louca, desvairado, anarquista sem caráter, no que provavelmente estão certos. Mas não vamos dissecar minha personalidade nesse momento...
Você deve estar se perguntando como por mim se apaixonara tão voraz e terminantemente a mulher do meu chefinho. Bom, então é necessário que eu faça uma inconfidência: é óbvio que ela e eu transamos, e bastante! Aliás, transar é um eufemismo: fodemos mesmo, doses cavalares de sexo! Foram pelo menos dez fodas, antológicas, inesquecíveis, geralmente quando viajávamos à casa de praia do Mauro (o chefe e marido corno), para resolvermos assuntos de trabalho. Como ninguém é mais criança por aí, vou dar com a língua nos dentes: sucede que cada reuniãozinha dessas degringola amiúde em cocaína e porres homéricos; e com a censura da consciência de guarda baixa um dos meus golpes mais mortais e freqüentes é seduzir a mulher do próximo, seja quem for o infeliz, até meu chefe! Foi em tais circunstâncias que conheci os orifícios mais íntimos da Juliana. E deix´eu falar em alto e bom som: vale totalmente o risco de se levar um balaço no meio das fuças. Olhe, veja bem, não sei quem foi o idiota que inventou essa estória de mulher ter dono: mulher não tem dono, não! E isso não é nenhum arroubo feminista tardio da minha pseudo-intelectualidade mal estruturada; na minha abalizada opinião de vagabundo fundamental, ninguém é de ninguém ou, se preferir, todo mundo come todo mundo! Essa, meu irmão, é a nascitura moral sexual do século XXI. Mas deixemos a filosofice de lado e terminemos a estória: ela jurou de pés juntos e as mãos espalmadas que o cara não vinha fazendo o serviço direito havia dois anos; bom, talvez essa tenha sido a desculpa que ela arranjou para satisfazer seus instintos primevos sem culpa...
Por JP, (eu mesmo!) um anti-herói brasileiro
VIDA!
A vida é o paradoxo do entendimento!
Vede! A beatitude e o horror congraçados
Dialética e imortalmente irmanados
Artífices do humano experimento
A hecatombe, o holocausto do sentimento!
Delitos, perfídias, culpas nunca expiados
Sonhos e paixões e ideais desvirtuados
Num turbilhão de incognoscível movimento
Uns desfolhando os planos malogrados
No doído escaninho do esquecimento
À cruz dos severamente castigados
Só misérias, só padecimento
Outros, de casto lume embriagados
No ingênuo, fútil, tolo alheamento
Das almas e dos corpos saciados
Por graça de um vil sorteamento
Tádzio Nanan
Vede! A beatitude e o horror congraçados
Dialética e imortalmente irmanados
Artífices do humano experimento
A hecatombe, o holocausto do sentimento!
Delitos, perfídias, culpas nunca expiados
Sonhos e paixões e ideais desvirtuados
Num turbilhão de incognoscível movimento
Uns desfolhando os planos malogrados
No doído escaninho do esquecimento
À cruz dos severamente castigados
Só misérias, só padecimento
Outros, de casto lume embriagados
No ingênuo, fútil, tolo alheamento
Das almas e dos corpos saciados
Por graça de um vil sorteamento
Tádzio Nanan
sábado, 7 de novembro de 2009
Eis algumas sugestões para se conhecer melhor o recente cinema brasileiro e as atrizes e atores que ajudam a fazê-lo.
1)Curta Lázaro Ramos em:
Madame Satã (Karim Ainouz, 2002)
2)Curta Wagner Moura em:
Deus é brasileiro (Cacá Diegues, 2003)
Tropa de Elite (José Padilha, 2007)
Ó, paí ó (Monique Gardenberg, 2007)
3)Curta Selton Melo em:
O cheiro do Ralo (Heitor Dhalia, 2007)
Meu nome não é Johnny (Mauro Lima, 2008)
O auto da compadecida (Guel Arraes, 2000)
Lisbela e o prisioneiro (Guel Arraes, 2003)
Caramuru, a invenção do Brasil (Guel Arraes, 2001)
4)Curta João Miguel em:
Estômago (Marcos Jorge, 2007)
Cinema, Aspirinas e Urubus (Marcelo Gomes, 2005)
5)Curta Alice Braga em:
Cidade Baixa (Sergio Machado, 2005)
6)Curta Mariana Ximenes em:
O invasor (Beto Brant, 2001)
A máquina (João Falcão, 2006)
Muito gelo e dois dedos d´água (Daniel Filho, 2006)
7)Curta Alessandra Negrini em:
Sexo, amor e traição (Jorge Fernando, 2004)
Cleópatra (Júlio Bressane, 2007)
8)Curta Rodrigo Santoro em:
Carandiru (Hector Babenco, 2002)
Abril despedaçado (Walter Salles, 2001)
Bicho de sete cabeças (Laís Bodansky, 2001)
9)Curta Fernando Alves Pinto em:
Anahy de las misiones (Sérgio Silva, 1997)
Terra estrangeira (Walter Salles, 1996)
10)Curta Leona Cavalli em:
Amarelo Manga (Cláudio Assis, 2003)
11)Curta Guta Stresser em:
Nina (Heitor Dhalia, 2004)
12)Curta Camila Morgado em:
Olga (Jayme Monjardim, 2004)
13)Curta Simone Spoladore em:
Desmundo (Alain Fresnot, 2003)
14)Curta Rosanne Mulholland em:
Falsa Loura (Carlos Reichenbach,2008)
15)Curta Paula Braun em:
O cheiro do ralo (Heitor Dhalia, 2007)
Tádzio Nanan
Madame Satã (Karim Ainouz, 2002)
2)Curta Wagner Moura em:
Deus é brasileiro (Cacá Diegues, 2003)
Tropa de Elite (José Padilha, 2007)
Ó, paí ó (Monique Gardenberg, 2007)
3)Curta Selton Melo em:
O cheiro do Ralo (Heitor Dhalia, 2007)
Meu nome não é Johnny (Mauro Lima, 2008)
O auto da compadecida (Guel Arraes, 2000)
Lisbela e o prisioneiro (Guel Arraes, 2003)
Caramuru, a invenção do Brasil (Guel Arraes, 2001)
4)Curta João Miguel em:
Estômago (Marcos Jorge, 2007)
Cinema, Aspirinas e Urubus (Marcelo Gomes, 2005)
5)Curta Alice Braga em:
Cidade Baixa (Sergio Machado, 2005)
6)Curta Mariana Ximenes em:
O invasor (Beto Brant, 2001)
A máquina (João Falcão, 2006)
Muito gelo e dois dedos d´água (Daniel Filho, 2006)
7)Curta Alessandra Negrini em:
Sexo, amor e traição (Jorge Fernando, 2004)
Cleópatra (Júlio Bressane, 2007)
8)Curta Rodrigo Santoro em:
Carandiru (Hector Babenco, 2002)
Abril despedaçado (Walter Salles, 2001)
Bicho de sete cabeças (Laís Bodansky, 2001)
9)Curta Fernando Alves Pinto em:
Anahy de las misiones (Sérgio Silva, 1997)
Terra estrangeira (Walter Salles, 1996)
10)Curta Leona Cavalli em:
Amarelo Manga (Cláudio Assis, 2003)
11)Curta Guta Stresser em:
Nina (Heitor Dhalia, 2004)
12)Curta Camila Morgado em:
Olga (Jayme Monjardim, 2004)
13)Curta Simone Spoladore em:
Desmundo (Alain Fresnot, 2003)
14)Curta Rosanne Mulholland em:
Falsa Loura (Carlos Reichenbach,2008)
15)Curta Paula Braun em:
O cheiro do ralo (Heitor Dhalia, 2007)
Tádzio Nanan
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
ÀS PUTAS
Saciado na ciência de um leito multitudinário,
Esquivo-me da virgem presunçosa que me pretende
E rio-me do pregador hipócrita que defende
A supressão deste prazer consuetudinário
Por que menoscabar uma multimilenária ocupação?
Acaso sabe a dama o que sabe a mulher do arrabalde?
Acaso não nos deixam mui contentes, com saudade
E revigoram os liames da mente e o coração?
Soporífero quanta vez o regaço da jovem virtuosa
Melancólica pode ser a castidade, acre e fatigosa
O que de infame haveria em amar com as putas?
Também elas rezam, como nós, antes da labuta
Também filhas de Deus, como a rainha da Inglaterra
Ora, e no fim não vamos todos namorar com a terra?!
Tàdzio Nanan
Esquivo-me da virgem presunçosa que me pretende
E rio-me do pregador hipócrita que defende
A supressão deste prazer consuetudinário
Por que menoscabar uma multimilenária ocupação?
Acaso sabe a dama o que sabe a mulher do arrabalde?
Acaso não nos deixam mui contentes, com saudade
E revigoram os liames da mente e o coração?
Soporífero quanta vez o regaço da jovem virtuosa
Melancólica pode ser a castidade, acre e fatigosa
O que de infame haveria em amar com as putas?
Também elas rezam, como nós, antes da labuta
Também filhas de Deus, como a rainha da Inglaterra
Ora, e no fim não vamos todos namorar com a terra?!
Tàdzio Nanan
DOIS MICRO-POEMAS
1)
Viver integralmente
A própria finitude
Viver e morrer tudo
Dentro e fora de tudo
Ser o suave e o rude
Perseguir a totalidade
Da própria incompletude
Tudo nutrir e secar
Tudo sentir e negar
Até a grande solidão
Ataúde
Morrer
Na fugaz
Eternidade
Das horas
Renascer
Na aurora
Do íntimo
Mistério
Ser mais torto e reto
Amiúde
Sonhar (-se)
Ensandecido
Esquecer (-se)
Ser esquecido
2)
Só o silêncio a ser dito
Num surdo e estático grito
Nada a viver, mas a morte
Íntimo consorte
Desflorecer a aurora
No insulamento da hora
Nada a urgir na consciência
Castrar a concupiscência
Cultuar humanos flagelos
Defenestrar ingentes anelos
Cingir-se ao deletério
Leve
Repousar
Nas asas do mistério
Tádzio Nanan
Viver integralmente
A própria finitude
Viver e morrer tudo
Dentro e fora de tudo
Ser o suave e o rude
Perseguir a totalidade
Da própria incompletude
Tudo nutrir e secar
Tudo sentir e negar
Até a grande solidão
Ataúde
Morrer
Na fugaz
Eternidade
Das horas
Renascer
Na aurora
Do íntimo
Mistério
Ser mais torto e reto
Amiúde
Sonhar (-se)
Ensandecido
Esquecer (-se)
Ser esquecido
2)
Só o silêncio a ser dito
Num surdo e estático grito
Nada a viver, mas a morte
Íntimo consorte
Desflorecer a aurora
No insulamento da hora
Nada a urgir na consciência
Castrar a concupiscência
Cultuar humanos flagelos
Defenestrar ingentes anelos
Cingir-se ao deletério
Leve
Repousar
Nas asas do mistério
Tádzio Nanan
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
DOIS MICRO-POEMAS
1)
Antes que o sono venha
A romper a veia
Da memória
Visto-me à vitória
Antes do crepúsculo
Treino o músculo
E a mente tímida
Para desarranjar lógicas
O frio antes de me gelar a veia
Embriago-me do sol
E de sereias
Nos olhos, a urgência dos tempos
E dias de enfrentamentos
2)
Ascende o sol nas retinas
Repletas de amanhãs
E manhãs cristalinas
Arde a flama olímpica
No coração
Imaginar
Nova estação
O olor inebriante
Das primaveras
Toma-me celeremente
À alvorada da mente
As culpas, os medos
O medo da morte
Fenecem
O que era silêncio
Transmuta-se em melodias
Às vibrações de outros dias
Assim, ouso o sonho
E como um pedreiro
Ergo a própria obra
E a obra coletiva
Tudo que é sublime
Imprime-se nos atos
De fé e ousadia
Tádzio Nanan
Antes que o sono venha
A romper a veia
Da memória
Visto-me à vitória
Antes do crepúsculo
Treino o músculo
E a mente tímida
Para desarranjar lógicas
O frio antes de me gelar a veia
Embriago-me do sol
E de sereias
Nos olhos, a urgência dos tempos
E dias de enfrentamentos
2)
Ascende o sol nas retinas
Repletas de amanhãs
E manhãs cristalinas
Arde a flama olímpica
No coração
Imaginar
Nova estação
O olor inebriante
Das primaveras
Toma-me celeremente
À alvorada da mente
As culpas, os medos
O medo da morte
Fenecem
O que era silêncio
Transmuta-se em melodias
Às vibrações de outros dias
Assim, ouso o sonho
E como um pedreiro
Ergo a própria obra
E a obra coletiva
Tudo que é sublime
Imprime-se nos atos
De fé e ousadia
Tádzio Nanan
ENERGIAS BRUTAIS
Fonte inesgotável: o pensamento
Forças omnipotentes: à revolução
O porvir se reescrevendo com a nossa mão
Que a história é o nosso experimento!
Mover a Terra com um nobre sentimento
Que venha às derrotas a reação
O que na vida sublima o coração
Não teme o último momento!
Energias brutais semear no vento
Empresa dos que clamam por igualdade
A morte vale à pena, se a chama arde!
Humanos, erguei-vos com um puro alento:
Honrar o sonho e o sangue dos que lutaram
Dos que tombaram ermos e acreditaram!
Tádzio Nanan
Forças omnipotentes: à revolução
O porvir se reescrevendo com a nossa mão
Que a história é o nosso experimento!
Mover a Terra com um nobre sentimento
Que venha às derrotas a reação
O que na vida sublima o coração
Não teme o último momento!
Energias brutais semear no vento
Empresa dos que clamam por igualdade
A morte vale à pena, se a chama arde!
Humanos, erguei-vos com um puro alento:
Honrar o sonho e o sangue dos que lutaram
Dos que tombaram ermos e acreditaram!
Tádzio Nanan
Sem dó, a Morte o Homem desmascara...
Sem dó, a Morte o Homem desmascara!
Olhai esta bela jovem, a se decompor
Ontem, lânguida de desejo se entregara
Ardente e sussurrante ao deus Amor
Sonhos puros, que nada ainda os maculava
Lembro de seus olhos noturnos, amanhecendo
Num esplêndido dia, cujo fulgor auxiliava
A humanidade a convalescer da hipocrisia
Seus sentidos lançados aos pedaços
No silente enigma da física atômica
A inteligência, de habilidosos laços
Tragada numa vertigem astronômica
Espelho implacável, a Morte revela
Nossa face de fragilidade e impotência
Agora, dai-me licença, vou acender uma vela
Ajoelhar e chorar junto ao corpo dela
Tádzio Nanan
Olhai esta bela jovem, a se decompor
Ontem, lânguida de desejo se entregara
Ardente e sussurrante ao deus Amor
Sonhos puros, que nada ainda os maculava
Lembro de seus olhos noturnos, amanhecendo
Num esplêndido dia, cujo fulgor auxiliava
A humanidade a convalescer da hipocrisia
Seus sentidos lançados aos pedaços
No silente enigma da física atômica
A inteligência, de habilidosos laços
Tragada numa vertigem astronômica
Espelho implacável, a Morte revela
Nossa face de fragilidade e impotência
Agora, dai-me licença, vou acender uma vela
Ajoelhar e chorar junto ao corpo dela
Tádzio Nanan
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Sobre um tema de Torquato Neto
Eu sou como eu sou
Poeta
Traduzindo com a verve
A meta
Que o caos traçou pra mim
Por todos os meios
Até meus fins...
Eu sou como eu sou
Cobarde
Hei de abrandar o sol
À tarde
Também à luta
Me visto
Agarro-me aos sonhos
Que a mim mesmo imponho
E insisto...
Eu sou como eu sou
Debalde
Não me corrói o peito
Saudade
Deslizo nas vagas do
Vinho
Deliro nos braços da noite
Sozinho...
Eu sou como eu sou
Paladino
Dobrando o sino
Das revoluções
Extemporâneas
Preparando nossos corações
Para as guerras e para as manhãs
E louco
Rouco de bradar veleidades
Porque pouco capaz de saber
Das Verdades
E do Amanhã...
Tádzio Nanan
Poeta
Traduzindo com a verve
A meta
Que o caos traçou pra mim
Por todos os meios
Até meus fins...
Eu sou como eu sou
Cobarde
Hei de abrandar o sol
À tarde
Também à luta
Me visto
Agarro-me aos sonhos
Que a mim mesmo imponho
E insisto...
Eu sou como eu sou
Debalde
Não me corrói o peito
Saudade
Deslizo nas vagas do
Vinho
Deliro nos braços da noite
Sozinho...
Eu sou como eu sou
Paladino
Dobrando o sino
Das revoluções
Extemporâneas
Preparando nossos corações
Para as guerras e para as manhãs
E louco
Rouco de bradar veleidades
Porque pouco capaz de saber
Das Verdades
E do Amanhã...
Tádzio Nanan
terça-feira, 3 de novembro de 2009
ESPÍRITO SUPERIOR (Ana Carolina Alencar Severiano Aires Barreira Nanan)
Derradeiro limiar da História:
Culto, belo, delicado, definitivo
Sopro suave detendo o fogo furtivo
Do Mal, arejando-nos com a glória
Espírito luminar, esclarecendo
Elogio da busca, amor à Verdade
Impoluta sacerdotisa da Liberdade
Plúmbeos céus de ferro alvorecendo
Afrodite mil primaveras espargindo
Com o orvalho dos sorrisos cariciosos
Contra a torpe bruteza dos impiedosos
Heroína organizando e reagindo
De vastos distintos orbes reminiscências
Se lhe revelam. Berço das múltiplas consciências
Vejam! Transluzindo arrebatada aos ares!
Proferindo axiomas e intuições estelares!
Tádzio Nanan
B R A S I L
Pungente mosaico de contradições não resolvidas
A pátria amada sonha o ideal da justiça e da igualdade
Atormentada pelo passado, do porvir tem saudade
Mas lá também suores de Hercúleas lidas
Hesitante e trôpego, o colosso com passos vagos
Percorre a trilha de seu histórico e cruel labirinto
Junto a si o povo que erra deserdado e faminto
Ainda esperando a utopia e seus cariciosos afagos
Civilização tropical portadora da áurea promessa:
Inventar uma existência feliz, produtiva e sem pressa
Todavia, tal primavera é apenas botão neste instante
Mas que há de mudar em idílico jardim de doces frutos
Que este povo heróico já não tolera o açoite dos brutos
E uma elite venal de seus ideais dissonante
Tádzio Nanan
A pátria amada sonha o ideal da justiça e da igualdade
Atormentada pelo passado, do porvir tem saudade
Mas lá também suores de Hercúleas lidas
Hesitante e trôpego, o colosso com passos vagos
Percorre a trilha de seu histórico e cruel labirinto
Junto a si o povo que erra deserdado e faminto
Ainda esperando a utopia e seus cariciosos afagos
Civilização tropical portadora da áurea promessa:
Inventar uma existência feliz, produtiva e sem pressa
Todavia, tal primavera é apenas botão neste instante
Mas que há de mudar em idílico jardim de doces frutos
Que este povo heróico já não tolera o açoite dos brutos
E uma elite venal de seus ideais dissonante
Tádzio Nanan
MÁXIMAS E PENSAMENTOS
O medo que temos de perder algo precioso rouba-nos a metade do prazer de tê-lo
Verdades cristalinas podem sair de bocas hediondas; mentiras infernais podem propalar-se com palavras delicadas
O amor do indivíduo por si próprio é o único em que ele pode acreditar totalmente
Sexo é quando precisamos do outro para agradar a nós mesmos
Pisque os olhos e estaremos mortos
Por paradoxal que pareça, o ódio pode reforçar nosso amor à vida
Tragicômico: mentes simplórias sempre sonham com a glória
As multidões são cômicas e os indivíduos são tristes
Sobre o ser humano: quanta vaidade num punhado de pó!
Sobre o Paraíso: o mundo é realmente pequeno às aspirações humanas...
O diabo espia-nos pelos espelhos
Tádzio Nanan
Verdades cristalinas podem sair de bocas hediondas; mentiras infernais podem propalar-se com palavras delicadas
O amor do indivíduo por si próprio é o único em que ele pode acreditar totalmente
Sexo é quando precisamos do outro para agradar a nós mesmos
Pisque os olhos e estaremos mortos
Por paradoxal que pareça, o ódio pode reforçar nosso amor à vida
Tragicômico: mentes simplórias sempre sonham com a glória
As multidões são cômicas e os indivíduos são tristes
Sobre o ser humano: quanta vaidade num punhado de pó!
Sobre o Paraíso: o mundo é realmente pequeno às aspirações humanas...
O diabo espia-nos pelos espelhos
Tádzio Nanan
AOS ESCRAVOS DE TODOS OS TEMPOS – II
No escravo, o fogo que sublime e feroz fulgiria
Arrefece e é cinza ante o silêncio e o medo
Carrascos que lhe impõem miserável degredo
O de si mesmo; e ele acata quando subverteria...
Dê escravo ao seu alquebrado coração um lenimento
Creia no sonho que lhe faz humano e creia no desespero
Reúna as suas dores e delas ergue um homem inteiro
E lute para ser livre, que é o único sacramento
Diversa Roma se nos impõe (quantas ainda sobrevirão?)
A de Enéas tremeu ante o braço viril da escravidão:
Spartacus! Epopéia escrita em sangue, libelo
Contra um mundo que flagela qual pesadelo
Sonho épico alastrando-se no invisível do ar
Com a imorredoura canção da liberdade a ecoar
Tádzio Nanan
Arrefece e é cinza ante o silêncio e o medo
Carrascos que lhe impõem miserável degredo
O de si mesmo; e ele acata quando subverteria...
Dê escravo ao seu alquebrado coração um lenimento
Creia no sonho que lhe faz humano e creia no desespero
Reúna as suas dores e delas ergue um homem inteiro
E lute para ser livre, que é o único sacramento
Diversa Roma se nos impõe (quantas ainda sobrevirão?)
A de Enéas tremeu ante o braço viril da escravidão:
Spartacus! Epopéia escrita em sangue, libelo
Contra um mundo que flagela qual pesadelo
Sonho épico alastrando-se no invisível do ar
Com a imorredoura canção da liberdade a ecoar
Tádzio Nanan
AOS ESCRAVOS DE TODOS OS TEMPOS – I
Antes, a corrente gravava na carne sua insígnia
Sabiam-se os algozes, binária a lógica do mundo
E houve até escravo idealista que, meditabundo
Sonhou e levantou-se para pôr fim a tanta ignomínia
Mas fracassou... Hoje, o grilhão também é ideal:
Com boa indumentária escravo há que se crê liberto
Não é senão autômato que representa a cada gesto
Grotescas personagens de um Espetáculo brutal
E os há ainda escravos como na Idade Antiga
A pão e circo, eterna via-crúcis de humilhações
Massa amorfa condicionada à miríade de prisões
Qual símbolo, que face representa a hoste inimiga?
Toda ideologia pulverizou-se: grito perdido no vento
E todo idealismo resume-se a um ineficaz lamento...
Tádzio Nanan
Sabiam-se os algozes, binária a lógica do mundo
E houve até escravo idealista que, meditabundo
Sonhou e levantou-se para pôr fim a tanta ignomínia
Mas fracassou... Hoje, o grilhão também é ideal:
Com boa indumentária escravo há que se crê liberto
Não é senão autômato que representa a cada gesto
Grotescas personagens de um Espetáculo brutal
E os há ainda escravos como na Idade Antiga
A pão e circo, eterna via-crúcis de humilhações
Massa amorfa condicionada à miríade de prisões
Qual símbolo, que face representa a hoste inimiga?
Toda ideologia pulverizou-se: grito perdido no vento
E todo idealismo resume-se a um ineficaz lamento...
Tádzio Nanan
O TROCO
Fingir
Sujeição
Aspirando
No entanto
À ação
A voz
Recolher
Humildemente
Pôr-se calado
Até soar
O canhão
Na forma de brado
Cogitabundo
Em sua aurora
Dizem-no triste
Mas prepara
Entrementes
O domínio das mentes:
Mil argumentos em riste
O corpo torturado
Não a alma: intemerata
Sem cortes, sem sulcos, sem data
Quebrantado
Agora
Mas forja-se
Na fornalha das horas
De sonhos
Fendido
O peito
Mas segue multiplicando
A carne no leito
Dócil, segue
Transigindo
Para que tudo se vá convergindo
À revelação do segredo:
Não tem mais medo
E os inimigos
Desapercebidos
Zás!!
Estarão mortalmente feridos
Tádzio Nanan
Sujeição
Aspirando
No entanto
À ação
A voz
Recolher
Humildemente
Pôr-se calado
Até soar
O canhão
Na forma de brado
Cogitabundo
Em sua aurora
Dizem-no triste
Mas prepara
Entrementes
O domínio das mentes:
Mil argumentos em riste
O corpo torturado
Não a alma: intemerata
Sem cortes, sem sulcos, sem data
Quebrantado
Agora
Mas forja-se
Na fornalha das horas
De sonhos
Fendido
O peito
Mas segue multiplicando
A carne no leito
Dócil, segue
Transigindo
Para que tudo se vá convergindo
À revelação do segredo:
Não tem mais medo
E os inimigos
Desapercebidos
Zás!!
Estarão mortalmente feridos
Tádzio Nanan
PARA AMÉRICO BARREIRA
Fulgor de cristal ao sol, amanhecendo
Verbo impávido, ávido de vida
Grávido de vívida esperança
Hígida alma de criança,
Mas braço e lide de guerreiro!
Veia cálida, confundida
À história. Veia lança
A semente da vitória: crê
Num homem por inteiro!
A pujança do guerreiro:
Cultivar irresistível crença –
Que o sonho a realidade vença!
O legado do guerreiro:
A vida na sua plenitude intensa –
Esse sonho, essa verdade imensa!
Do neto
Tádzio Nanan
POEMA SÁFICO
Delicados afagos azuis, teus olhares me aquecem,
Confortam; a ti descortino meus multifários arcanos
Para que chores em silêncio comigo meus desenganos
E te rias das alegres virtudes que me convalescem
Suaves brisas cariciosas, tuas mãos me conhecem
A toques tímidos; levam-me ao limiar de reluzentes anos
Onde teus lábios noites viris me farão esquecer e seus danos:
O golpe dos brutos, que até hoje meu corpo e alma adoecem
Teu corpo, virgem enseada para aportar Titãs; entanto,
É divergente no desejo; aspira por igual arquitetura:
Templo de prazer sem contraste, só amena ternura
Teu espírito, diamante lapidado com lumes de encanto
É poesia transbordando no seio de cada sentimento
Uma que só o feminino pode ler com entendimento
Tádzio Nanan
Confortam; a ti descortino meus multifários arcanos
Para que chores em silêncio comigo meus desenganos
E te rias das alegres virtudes que me convalescem
Suaves brisas cariciosas, tuas mãos me conhecem
A toques tímidos; levam-me ao limiar de reluzentes anos
Onde teus lábios noites viris me farão esquecer e seus danos:
O golpe dos brutos, que até hoje meu corpo e alma adoecem
Teu corpo, virgem enseada para aportar Titãs; entanto,
É divergente no desejo; aspira por igual arquitetura:
Templo de prazer sem contraste, só amena ternura
Teu espírito, diamante lapidado com lumes de encanto
É poesia transbordando no seio de cada sentimento
Uma que só o feminino pode ler com entendimento
Tádzio Nanan
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
AS MULHERES, OS HOMENS: DEFINIÇÕES ESPIRITUOSAS
É impossível conhecer a mulher: ela é multitudinária!
Não existe A mulher, no singular; toda mulher vem no plural
A mulher é um espelho defronte de outro: o que é ilusão e o que é real?
Toda mulher é um quebra-cabeça, onde faltam algumas peças...
O corpo da mulher é monumento à beleza; e a alma, monumento à complexidade
Ao homem, é possível desejar uma mulher sem conhecê-la e conhecer uma mulher sem desejá-la
O homem vê o copo meio cheio; a mulher o vê meio vazio
O homem casa para não ficar só; a mulher, para ficar bem acompanhada
A mulher age por múltiplas razões; o homem, para ter relações
A mulher é multifatorial; o homem, unidimensional
Enquanto a mulher produz o mundo no útero, o homem o reduz ao seu pênis!!
O homem não passa de menino extasiado com seu brinquedinho de 17 centímetros; e a mulher é uma garotinha levada sempre tentando achar os meios de montá-lo
No fundo, todas as mulheres são a mesma
O homem faz parte da natureza; já a mulher é a obra de arte da mesma
O homem só vê o que está por fora; já a mulher viaja até o interior das coisas
O feminino no homem o aprimora; o masculino na mulher a degenera
O homem é o grito de Deus; a mulher, o sussurro
O homem são os braços de Deus; a mulher são Seus dedos
O homem é uma fera; a mulher é a jaula
A transubstanciação da história: nasceu homem, morrerá mulher
Quando quer, o homem vai lá, toma, usufrui; a mulher, semeia, espera, colhe, distribui
Tádzio Nanan
Não existe A mulher, no singular; toda mulher vem no plural
A mulher é um espelho defronte de outro: o que é ilusão e o que é real?
Toda mulher é um quebra-cabeça, onde faltam algumas peças...
O corpo da mulher é monumento à beleza; e a alma, monumento à complexidade
Ao homem, é possível desejar uma mulher sem conhecê-la e conhecer uma mulher sem desejá-la
O homem vê o copo meio cheio; a mulher o vê meio vazio
O homem casa para não ficar só; a mulher, para ficar bem acompanhada
A mulher age por múltiplas razões; o homem, para ter relações
A mulher é multifatorial; o homem, unidimensional
Enquanto a mulher produz o mundo no útero, o homem o reduz ao seu pênis!!
O homem não passa de menino extasiado com seu brinquedinho de 17 centímetros; e a mulher é uma garotinha levada sempre tentando achar os meios de montá-lo
No fundo, todas as mulheres são a mesma
O homem faz parte da natureza; já a mulher é a obra de arte da mesma
O homem só vê o que está por fora; já a mulher viaja até o interior das coisas
O feminino no homem o aprimora; o masculino na mulher a degenera
O homem é o grito de Deus; a mulher, o sussurro
O homem são os braços de Deus; a mulher são Seus dedos
O homem é uma fera; a mulher é a jaula
A transubstanciação da história: nasceu homem, morrerá mulher
Quando quer, o homem vai lá, toma, usufrui; a mulher, semeia, espera, colhe, distribui
Tádzio Nanan
BRASILIDADE
Nossas múltiplas raízes, profundas e diversas
Que a longínquas plagas e tempos remontam
Reminiscências ancestrais assim nos contam
Da cultura de civilizações vivas e dispersas
As etnias ibéricas no sangue amalgamadas
Seus credos e valores, nossa plástica moral
O pecado primitivo e o paradoxo nacional:
Defeitos hediondos e virtudes afamadas
Subsistem n´alma visões de um mítico oriente
E de traços setentrionais longevas inspirações
A galhardia negra e índia também é presente
Matriz das nossas controvertidas paixões:
Fincadas no inconsciente, a ganância e a luxúria;
E o Amor, da herança se opondo à parte espúria
Tádzio Nanan
Que a longínquas plagas e tempos remontam
Reminiscências ancestrais assim nos contam
Da cultura de civilizações vivas e dispersas
As etnias ibéricas no sangue amalgamadas
Seus credos e valores, nossa plástica moral
O pecado primitivo e o paradoxo nacional:
Defeitos hediondos e virtudes afamadas
Subsistem n´alma visões de um mítico oriente
E de traços setentrionais longevas inspirações
A galhardia negra e índia também é presente
Matriz das nossas controvertidas paixões:
Fincadas no inconsciente, a ganância e a luxúria;
E o Amor, da herança se opondo à parte espúria
Tádzio Nanan
TEU OLHAR
É teu olhar que lança ao frio e negro firmamento
A energia, o ardor, a luz que o vão despertando
Nele, a infinita amplidão cabe num momento
E, um ao outro, instante e eternidade estão amando
Teu olhar é também uma súplica ao vento
Sussurrada pelo exangue moribundo, quando
A Dama Negra nele fixa seu olhar sedento
Teu olhar é também dor e mágoa castigando
Teu olhar é a Paz (quase nunca o nosso intento...)
Janela onde vemos o Cordeiro as virtudes alentando
E extasiados de beleza olvidamos o destino violento
Teu olhar é uma pungente dor secreta, lancinando
Que provoca multifárias explosões de sentimento
Vendavais de poesia, ondas de paixão e de tormento
Tádzio Nanan
A energia, o ardor, a luz que o vão despertando
Nele, a infinita amplidão cabe num momento
E, um ao outro, instante e eternidade estão amando
Teu olhar é também uma súplica ao vento
Sussurrada pelo exangue moribundo, quando
A Dama Negra nele fixa seu olhar sedento
Teu olhar é também dor e mágoa castigando
Teu olhar é a Paz (quase nunca o nosso intento...)
Janela onde vemos o Cordeiro as virtudes alentando
E extasiados de beleza olvidamos o destino violento
Teu olhar é uma pungente dor secreta, lancinando
Que provoca multifárias explosões de sentimento
Vendavais de poesia, ondas de paixão e de tormento
Tádzio Nanan
domingo, 1 de novembro de 2009
PRESO
Preso
Ao Big-Bang
A este universo
Às leis da física, química, biologia
Aos acontecimentos fortuitos que deram origem à vida
À evolução da vida e suas leis intrínsecas
Às particularidades da minha espécie, da minha vida e seus determinantes orgânicos, mentais, psíquicos
A um Deus que me invento e seus mandamentos
A um Deus que se inventam e seus mandamentos
A este tempo, a este pedaço de século, sua técnica, tecnologia, moral, ciência, filosofia
A este sistema sócio-econômico e suas contradições frementes
A esta pátria e língua
A este corpo e mente
Aos genes dos meus avoengos e suas mutações aleatórias
À cultura,
À personalidade
Aos Fatos Sociais
Às variáveis estocásticas que me fizeram quem não sou
Aos meus sonhos e medos, desejos e delírios, fracassos e gloríolas
A estas pessoas, às prisões destas pessoas, à loucura destas pessoas
A esta vertigem e a esta dúvida metodicamente martelada: existimos, de fato?
Não obstante, LIVRE! LIVRE para renunciar a tudo.
E até nisso, preso: preso ao livre-arbítrio, dádiva (e castigo) de Deus aos homens
Livre para renunciar a tudo!
Tádzio Nanan
Ao Big-Bang
A este universo
Às leis da física, química, biologia
Aos acontecimentos fortuitos que deram origem à vida
À evolução da vida e suas leis intrínsecas
Às particularidades da minha espécie, da minha vida e seus determinantes orgânicos, mentais, psíquicos
A um Deus que me invento e seus mandamentos
A um Deus que se inventam e seus mandamentos
A este tempo, a este pedaço de século, sua técnica, tecnologia, moral, ciência, filosofia
A este sistema sócio-econômico e suas contradições frementes
A esta pátria e língua
A este corpo e mente
Aos genes dos meus avoengos e suas mutações aleatórias
À cultura,
À personalidade
Aos Fatos Sociais
Às variáveis estocásticas que me fizeram quem não sou
Aos meus sonhos e medos, desejos e delírios, fracassos e gloríolas
A estas pessoas, às prisões destas pessoas, à loucura destas pessoas
A esta vertigem e a esta dúvida metodicamente martelada: existimos, de fato?
Não obstante, LIVRE! LIVRE para renunciar a tudo.
E até nisso, preso: preso ao livre-arbítrio, dádiva (e castigo) de Deus aos homens
Livre para renunciar a tudo!
Tádzio Nanan
Fragílima a arquitetura da minha vida...
Fragílima a arquitetura da minha vida...
O terraplenagem não fixou bases sólidas para a adequada edificação e agora titubeio com suaves brisas cotidianas; nos terremotos da vida, soçobro-me
A argamassa do meu ser orgânico e psíquico é fraca e degenera em risco grave à saúde; tudo é caótico, entrópico e a energia migra para outros universos paralelos de mim mesmo, que desconheço
Sou construção superfaturada cujo material é de qualidade duvidosa e a qualquer momento pode ruir com todos os sonhos dentro
O Grande Engenheiro furtou-se de esmiuçar os cálculos e as geometrias a uma grande obra e agora as informações se contradizem e redundam em estupor entre os empregados que devem erguê-la; meus próprios genes levam-me ao paroxismo e à atimia
É uma falha conatural, mutação gestada e prometida a mim nas labaredas da descendência
Fragílima a arquitetura da minha vida...
Tádzio Nanan
O terraplenagem não fixou bases sólidas para a adequada edificação e agora titubeio com suaves brisas cotidianas; nos terremotos da vida, soçobro-me
A argamassa do meu ser orgânico e psíquico é fraca e degenera em risco grave à saúde; tudo é caótico, entrópico e a energia migra para outros universos paralelos de mim mesmo, que desconheço
Sou construção superfaturada cujo material é de qualidade duvidosa e a qualquer momento pode ruir com todos os sonhos dentro
O Grande Engenheiro furtou-se de esmiuçar os cálculos e as geometrias a uma grande obra e agora as informações se contradizem e redundam em estupor entre os empregados que devem erguê-la; meus próprios genes levam-me ao paroxismo e à atimia
É uma falha conatural, mutação gestada e prometida a mim nas labaredas da descendência
Fragílima a arquitetura da minha vida...
Tádzio Nanan
QUISERA AMAR-TE
Quisera amar-te comedidamente
Com hora marcada e a luz apagada
Cheio do casto pudor de antigamente
Sem arroubos românticos
E copiosas lágrimas de ciúme...
Amar-te mansamente, sem os carrosséis de emoção
Dos aficionados em paixão
- essa convulsão dos sentidos
Sem ramalhetes de rosas
As insinuações dolorosas
E os pratos no chão partidos...
Amar-te racionalmente
Como quem quase finge o que sente
Sem poesia, sem saudade, sem plenilúnios à beira-mar
Sem acordes de um violão...
Quisera amar-te
Como uma simples troca de favores à meia-noite:
O mercantil romance finissecular...
Mas tal amor, querida, eu nunca poderia dar...
Tádzio Nanan
Com hora marcada e a luz apagada
Cheio do casto pudor de antigamente
Sem arroubos românticos
E copiosas lágrimas de ciúme...
Amar-te mansamente, sem os carrosséis de emoção
Dos aficionados em paixão
- essa convulsão dos sentidos
Sem ramalhetes de rosas
As insinuações dolorosas
E os pratos no chão partidos...
Amar-te racionalmente
Como quem quase finge o que sente
Sem poesia, sem saudade, sem plenilúnios à beira-mar
Sem acordes de um violão...
Quisera amar-te
Como uma simples troca de favores à meia-noite:
O mercantil romance finissecular...
Mas tal amor, querida, eu nunca poderia dar...
Tádzio Nanan
REMEMORO A INFÂNCIA...
Rememoro a infância... Deus, onde a guardou?
A criança que fui, repleta da doce inocência, existiu?
Ou apenas miragem que na alcova do Tempo dormiu
Entre as agônicas sombras que Ele sonhou?
Doce é também a consciência que temos da morte
Porque bálsamo se faz contra as dores do mundo
Ponte para um esquecimento sereno e profundo
Visto que o perene é a matéria e só o crê o forte
No instante que se esgota, coisas aos milhões desvanecem,
Consciências e mundos. Deus quer que elas cessem
Apenas Ele, absoluto, comporta outro sentido
Segue o humano, assim, sôfrego do tempo presente –
Essa ilusão dos sentidos. Fingi crer, mas pressente
Que não há glorioso destino que lhe seja devido
Tádzio Nanan
A criança que fui, repleta da doce inocência, existiu?
Ou apenas miragem que na alcova do Tempo dormiu
Entre as agônicas sombras que Ele sonhou?
Doce é também a consciência que temos da morte
Porque bálsamo se faz contra as dores do mundo
Ponte para um esquecimento sereno e profundo
Visto que o perene é a matéria e só o crê o forte
No instante que se esgota, coisas aos milhões desvanecem,
Consciências e mundos. Deus quer que elas cessem
Apenas Ele, absoluto, comporta outro sentido
Segue o humano, assim, sôfrego do tempo presente –
Essa ilusão dos sentidos. Fingi crer, mas pressente
Que não há glorioso destino que lhe seja devido
Tádzio Nanan
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