quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PALAVRA, por Tádzio Nanan


A palavra planta sentimentos:
Amores, ódios, esperanças, desilusões...
A vasta gama das nossas emoções
A palavra espalha pelos ventos!

A palavra é cheia de ambiguidade,
Pois dúbio o coração que a produz.
Espalha trevas, espalha luz,
Canta o ódio, canta a saudade!

A palavra: do homem a tradução cabal.
Revela todo nosso drama, toda nossa glória;
O que há de hediondo e sublime em nossa história;
Revela um ser dividido entre o bem e o mal!

A palavra pode revelar-se força maldita
E em nossos corações sombras espalhar.
Pode neles semear mil razões para odiar,
Enchendo nossas vidas de desdita!

A palavra tem o poder de produzir a morte
Quando alia-se às trevas, ao sórdido, ao odioso.
Pode corromper tudo o que for virtuoso,
A serviço dos que tem o ódio como norte!

Mas também enche o mundo de felicidade.
Alimenta, salva, resgata, ressuscita.
A feitos magnânimos nos incita,
Como o sonho da universal fraternidade!

Mas também enche o mundo de beleza.
É primavera que nos colore a alma,
É carinho no coração que nos acalma,
É a luz da razão em nós acesa!

Tu, emissor de significados, cuida da palavra.
Escolhe-a com generosidade, com zelo e amor.
Não faz uso dela quando refém do rancor.
Torna a paz o doce fruto da tua lavra!


domingo, 22 de fevereiro de 2015

OXÍMOROS III, por Tádzio Nanan

abcdef_g_hijklmnopqrstuvwxyz
abcd_e_fghijklmnopqrstuvwxyz
abcdefghijklm_n_opqrstuvwxyz
abcdefgh_i_jklmnopqrstuvwxyz
abcdefghijklmn_o_pqrstuvwxyz

abcdefgh_i_jklmnopqrstuvwxyz
abc_d_efghijklmnopqrstuvwxyz
abcdefgh_i_jklmnopqrstuvwxyz
abcdefghijklmn_o_pqrstuvwxyz
abcdefghijklmnopqrs_t_uvwxyz
_a_bcdefghijklmnopqrstuvwxyz

*

t_uvwxyzabcdefghijklmnopqrs
i_jklmnopqrstuvwxyzabcdefgh
m_nopqrstuvwxyzabcdefghijkl
i_jklmnopqrstuvwxyzabcdefgh
d_efghijklmnopqrstuvwxyzabc
o_pqrstuvwxyzabcdefghijklmn

e_fghijklmnopqrstuvwxyzabcd
s_tuvwxyzabcdefghijklmnopqr
p_qrstuvwxyzabcdefghijklmno
a_bcdefghijklmnopqrstuvwxyz
l_mnopqrstuvwxyzabcdefghijk
h_ijklmnopqrstuvwxyzabcdefg
a_bcdefghijklmnopqrstuvwxyz
f_ghijklmnopqrstuvwxyzabcde
a_bcdefghijklmnopqrstuvwxyz
t_uvwxyzabcdefghijklmnopqrs
o_pqrstuvwxyzabcdefghijklmn
s_tuvwxyzabcdefghijklmnopqr
o_pqrstuvwxyzabcdefghijklmn

sábado, 21 de fevereiro de 2015

OXÍMOROS II, por Tádzio Nanan

A
                                               A
DA
                                             ZA
NDA
                                           EZA
ONDA
                                         LEZA
IONDA
                                        ELEZA
DIONDA
                                       BELEZA
EDIONDA
HEDIONDA
HEDIONDA                   BELEZA

*

O
                                                     L
TO
                                                   EL
NTO
                                                 VEL
ENTO
                                                ÍVEL
MENTO
                                              ZÍVEL
IMENTO
                                            AZÍVEL
RIMENTO
                                          RAZÍVEL
FRIMENTO
                                        PRAZÍVEL
OFRIMENTO
                                     APRAZÍVEL
SOFRIMENTO

SOFRIMENTO             APRAZÍVEL

MEDITAÇÃO, por Tádzio Nanan

O homem caindo vertiginosamente no abismo das próprias contradições.
Ódios e desigualdades a nos tornar dessemelhantes.
Olhamos uns para os outros e ficamos perplexos: o que será isto? De onde será que isto veio? O que será que isto quer?
Olhamo-nos no espelho e sequer nos reconhecemos mais, tão apartados que estamos da nossa forma essencial, tão deformados que estamos pela doentia ideologia da civilização do poder e do dinheiro.
Nossos medos e frustrações nos afastam mais e mais uns dos outros. Nossa raiva e ignorância nos separam mais e mais uns dos outros. E de tão separados é como se vivêssemos em mundos diferentes, ou mesmo opostos.
A religião, a economia, a política deveriam nos unir, mas só nos dividem. E precisamos delas para resolver nossos problemas comuns. Mas talvez tenhamos de reformulá-las, fazê-las funcionar de uma outra maneira, mais racional, democrática, transparente e ética.
A tecnologia, válvula de escape hodierna, é o parque de diversão de um homem egocêntrico e alienado, vidrado em algo que é parte insignificante, enquanto esquece o todo complexo e fundamental.
O que pode o gesto contra tiros e explosões?
O que pode a palavra entre surdos e brutos?
O que pode a delicadeza na civilização da força?
Não podemos concertar sem antes consertar nossas mentes e corações, nossas ideias e ideais, nossas democracias e economias.
Em meio ao caos instalado, o refúgio mais frequente é orar a um deus idiota ou comprar compulsivamente, desavergonhadamente (aqueles que podem), mas isto nada resolve. Nem para os que se dedicam a tal falaciosa tarefa, nem para o restante de nós.
Então é isso o que nos tornamos: covardes tentando nos esconder enquanto a noite se alastra e cai sobre a Terra?
Tudo está contra nós: a economia (o 1% mais rico já possui mais da metade da riqueza do mundo); a política (corrompida em sua relação espúria com o poder econômico); o clima (dois graus, ou mais, de aumento da temperatura média da Terra).
A ação é urgente, pois o homem chora, mortalmente ferido (refém de uma guerra fratricida).
Aonde isto vai parar? No agora. Paralisa, impotência, desespero, o caos no qual estamos submergidos.
Será que você começa a perceber que o modelo de civilização que criamos não atende à paz, à justiça, à sustentabilidade, à comunhão universal?
Será que você começa a perceber que é preciso sonhar com mais, ir além do que já foi feito e pensado?
A utopia talvez não existe, já a distopia... Dê uma olhada a sua volta: ela é coletiva, universal! Precisava ser desta forma? Não! Tenho certeza que existem outros caminhos a trilhar. Mas é preciso ter coragem.
Hora de reflexão e silêncio!


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

OXÍMOROS, por Tádzio Nanan

TPEARCRIOFRIISSTTAA
TEARCRIOFRIISSTTAA
P
TERCRIOFRIISSTTAA
PA
TERRIOFRIISSTTAA
PAC
TERROFRIISSTTAA
PACI
TERRORIISSTTAA
PACIF
TERRORISSTTAA
PACIFI
TERRORISTTAA
PACIFIS
TERRORISTAA
PACIFIST
TERRORISTA
PACIFISTA

*

EDXETMROECMRIASTTAA
EXETMROECMRIASTTAA
D
EXTMROECMRIASTTAA
DE
EXTROECMRIASTTAA
DEM
EXTRECMRIASTTAA
DEMO
EXTREMRIASTTAA
DEMOC
EXTREMIASTTAA
DEMOCR
EXTREMISTTAA
DEMOCRA
EXTREMISTAA
DEMOCRAT
EXTREMISTA
DEMOCRATA

domingo, 15 de fevereiro de 2015

RELAÇÃO, por Tádzio Nanan


Encher-te-ei de ósculos
Pois tua a alma atrás destes óculos

Encher-te-ei de abraços
E só seguirei teus passos

Encher-te-ei de calor
Com a sede do meu amor

Encher-te-ei de poesia
No raiar de outro dia

Encher-te-ei de luz
E nem lembrarás da cruz

Encher-te-ei o coração
No altar da adoração

E...

Matar-te-ei de tédio
Com a constância do meu assédio

Matar-te-ei de pena
Ao aprontar uma cena

Matar-te-ei de loucura
Ao te deixar insegura

Matar-te-ei de medo
Ao te tornar meu brinquedo

Matar-te-ei de dor
Quando descobrires quem sou

Matar-te-ei de drama
Quando eu deitar noutra cama!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

EU NO MUNDO, O MUNDO EM MIM, por Tádzio Nanan

1)EU NO MUNDO

Reflito sobre eu no mundo
Entre nós abismo se abriu
Um distanciamento profundo,
Irreversível nos atingiu

Solitária é minha jornada
Sem glória, sem arrebatamento
Às vezes, os dias não trazem nada
Só mais um pouco de esquecimento

Silenciosamente, cumpro minha sorte
Nada ouço (nada me dizem!), nada digo
Todo esse silêncio se parece com a morte
No entanto, sublimando a dor, prossigo

Medrosamente pelo mundo passo
Sem alçar voo, sem acreditar no sonho
Tudo o que queria fazer, não faço
E de tempo já nem disponho
(...)

*

2)O MUNDO EM MIM

Reflito sobre o mundo em mim
Meu motivo, minha paixão
Toda manhã digo-lhe sim
E entrego-lhe meu coração

Seus fatos repercutem em minha mente
Cataclismos de ódio, vendavais de amor
Arde em mim o que cada homem sente
Gargalho sua alegria, pranteio sua dor

Arrebata-me a alma sua deslumbrante beleza
É tanta ousadia, inteligência, imaginação
É tanta luz concentrada, tanta delicadeza
Esteja na natureza ou na civilização

Sua complexidade me entontece
Mas persistentemente tento decifrá-lo
Vejo e ouço tudo o que nele acontece
E nem por um instante deixo de amá-lo!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A VIAJANTE - DEDICADO A CAROLINA NANAN, por Tádzio Nanan


A viajante irradia luz como a capital francesa
A todos encanta com sua sabedoria e beleza

A viajante é cosmopolita como a capital teutônica
Versada em filosofia e línguas, é uma figura icônica

A viajante tem a perenidade da histórica Roma
É eterna em nossos corações, a quem a gente mais ama

A viajante é altiva como a mediterrânea capital catalã
Pois conhece seus méritos, a briosa Ana Carolina Nanan

Traz em si todo o charme e sabedoria do velho mundo
Como ele, possui ideais e sentimentos profundos

Ela pertence àquelas praças, museus, àquela efervescente atmosfera
E eles também sempre estiveram destinados a ela

Ela pertence àquela magia, ao sonho de união na diversidade
E enquanto ela viaja na história ficamos cá chorando a saudade

A viajante já é parte da paisagem europeia, poética e erudita (assim como ela)
E com seu sorriso torna a paisagem de lá ainda mais bonita!

domingo, 8 de fevereiro de 2015

ANEDOTA NIILISTA, por Tádzio Nanan

Andava procurando desesperadamente pela Verdade quando me deparei com Deus. Aceitei-O sem questionamentos, tomei-O como a um remédio. Fui feliz neste casamento imaginário até me dar conta de que a Verdade não poderia ser algo tão opaco, silente, incognoscível. A Verdade tem de ser reluzente como um dia ensolarado, barulhenta como as cidades, autoexplicativa como um beijo na boca.
Então recomecei minha busca. Desta vez, deparei-me com a ciência. Mas a Verdade não poderia ser algo tão evanescente, fugaz. Sem falar que a ciência explica mas não traduz, trata dos comos mas não dos porquês. Fica faltando o sentido das coisas, que é o que nos interessa emocionalmente falando.
Uma nova busca, um novo achado: a filosofia. Não... Hermética e pretensiosa!
E quanto à beleza? Mesquinha, competitiva, superficial...
E quanto ao amor? Alienado, egoísta, tendencioso...
O bem? A Verdade não poderia ser algo que não é comum a todos os homens.
O real, a realidade? Algo que cada um interpreta de uma forma peculiar e sempre diferente não pode ser a Verdade...
Então a sabedoria deve ser! Mas a sabedoria despreza erros e desejos, ignorando que eles são a força motriz da existência humana...
Até que intui que a Verdade (com V maiúsculo) não existe. Palavrinha de sentido nebuloso cuja missão é transtornar nossa inteligência, torturar nossas emoções. Vetusta ideia espalhando confusão e desentendimentos entre os humanos, já tão propensos a elas.
Desde então, muito me interessam as verdades com v minúsculo, as pequenas verdades, como, por exemplo, as deliciosas mentiras que perpetramos uns contra os outros cotidianamente (tão bem contadas que, às vezes, nós mesmos acreditamos nelas!)...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

DO NOT GO THERE... OR GO!, por Tádzio Nanan

I strongly believe in my ideals, but, darling, my ideals are skepticism, addiction and sin. In other words, I strongly  believe in disobedience!

I strongly believe in my feelings, but, darling, my feelings are wild and dangerous. In other words, I strongly believe in chaos!

I strongly believe in my heart, but, darling, my heart is promiscuous and unfaithful. In other words, I strongly believe in licentiousness!

I strongly  believe in my mind, but, darling, my mind creates the truths I believe. Forget me! Try an ordinary guy!

I strongly believe in my soul, but, darling, my soul is very deep and you do not  have wings to a soft landing! So take my advice: do not go there, you can lose yourself on this journey!

You better believe me... Or not!

domingo, 1 de fevereiro de 2015

MELHORES FILMES VISTOS EM 2014, por Tádzio Nanan

De olhos bem fechados
O grande Gatsby
A caça
Antes da meia-noite
As sessões
Coisa mais linda – histórias e casos da Bossa Nova
Thor – mundo sombrio
É o fim
Gravidade
O lado bom da vida
Um tiro na noite
Repulsa ao sexo
Acossado
Terra em transe
O dragão da maldade contra o santo guerreiro
Veludo azul
Azul é a cor mais quente
O capital
Rush – no limite da emoção
Ninfomaníaca I e II
O lobo de Wall Street
Vidas amargas
Juventude transviada
Assim caminha a humanidade
Jovem e bela
Capitão Phillips
Blue Jasmine
12 anos de escravidão
Clube de compras Dallas
Invocação do mal
Ela
Trapaça
Álbum de família
Até o fim
Sob a pele
O lobo atrás da porta
O grande hotel Budapeste
Tim Maia
Balada de um homem comum
A história oficial
Noites de Cabíria
Z
A grande beleza
Garota exemplar