No jardim,
ecos de conversações passadas
De tempos de
mais sossego e inocência
Discussões,
jogos, pileques, cantadas
O despertar
dos corações e das consciências
Foi porto
recebendo estrangeiros e viajantes
Portal para
novas dimensões e energias
Um tugúrio
para tímidos virginais amantes
Um refúgio
para as artes e filosofias
Foi um forte
protegido por afeto e delicadeza
Anos a
perder de vista, até que o ciclo encerrou-se
O ar ficou
carregado de estupor, de tristeza
Aquela
atmosfera alegre e suave esgotou-se
Foi o
próprio destino que quis assim
Os dias
passavam dormentes, sombrios
Parecia que
já estava decretado o fim:
A casa dos
olhares e corações frios!
A sala foi
ficando mais escura e vazia
As horas,
melancólicas, todas iguais
Tão tristes estações,
tão longos dias
O silêncio
das ausências e a dor dos ais
Mas outra
vez o destino age em nossa história
Um perfume
no ar anuncia outra primavera
O vento traz
um assobio de plenitude, de vitória
A glória de
outra idílica e inolvidável era!