sexta-feira, 16 de maio de 2014

OCASO, por Tádzio Nanan



O mesmo berço, o mesmo idílico passado...
Agora, o fogo cruzado; ódios ingentes, viscerais
Tão atormentados, sem Deus, sem luz, sem paz
O presente é desonroso e o futuro, assombrado!

Surdos uns aos outros, com suas vãs certezas...
Amesquinharam a palavra, que se tornou improdutiva
Espalhando rancores, desavenças as mais destrutivas
E pérfidos sentimentos, a sufocar delicadezas!

A reconciliação fracassou; a treva cai fulminante
Sobre a memória, a honra, a tradição da família
Cada um está só, cada um transformado em ilha
Cercados por inimigos, o socorro jaz distante!

A irmandade, a lealdade, o afeto, tudo olvidado!
O amor definha ao que a ignomínia se agiganta
Nada mais neste sobrenome cativa ou encanta
E pensar que tiveram tudo, tanto amor e cuidado!

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