Se a perspectiva é a eternidade,
somos insignificantes.
Se a perspectiva é o instante, somos
gigantes!
Se a perspectiva é o infinito, somos
tão pequenos.
Se a perspectiva é o gesto, somos tão
plenos!
Tádzio Nanan
Sou
precioso:
O olhar transbordando
desejo
O gesto expressando
empatia
O sorriso
difundindo a esperança
A palavra
comunicando a saudade
Minha dor me
faz mais humano
O esforço
que me torna útil
O sonho que
me faz singular
A
espiritualidade me lança além de mim mesmo, além do aqui e agora
Posso
imaginar tudo o que virá pela frente
Os universos
prolongam-se na minha mente
Sou rei de
um império interior, mais rico que o mais abastado dos homens
A natureza –
minha mãe, gestou-me por bilhões de anos (você sabe tudo o que teve de ocorrer
para estarmos aqui, agora?)
Tenho a
faculdade de ser feliz e fazer felizes os outros
Vou morrer
para a eternidade e o infinito
*
E sou
insignificante:
O coração
partido
A
consciência solitária
Num corpo
que se vai dissolvendo...
Insignificante:
uma dentre sete bilhões de paixões humanas, ardendo no próprio fogo, num
pequeno planeta que gira ao redor de uma estrela, que se assemelha a centenas
de bilhões de outras estrelas da Via Láctea, que é uma dentre centenas de bilhões
de galáxias que existem em nosso universo, que é apenas um dos muitos universos
existentes e que compõe um multiverso inaudito, a bailar pela eternidade...
Entretanto,
ser insignificante me deixa tão leve, permito-me errar, sem maiores dramas, e
perdoo o erro alheio de forma mais frequente e tranquila; deixa-me mais ousado,
vejo as coisas por diferentes prismas, experimento-as de outras maneiras; liberta-me
da vaidade, do egoísmo, do medo, da posse; ensina-me o segredo da vida: viver
no limite do que se acredita, e não esperar nada em troca; faz-me gargalhar com
mais frequência; faz-me duvidar e rebelar-me mais amiúde; faz-me mais profeta e
poeta e pateta; faz-me ver que o pouco que tenho é mais que o suficiente; dá-me
sentidos extremamente aguçados; dá-me pensamentos não enviesados pelo poder,
pelo dinheiro, pelo ódio, pela dor.
Sou tão
pequeno, mas tenho infinitos mundos em mim!
Preciosamente
insignificante!
Insignificantemente
precioso!
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