quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

VIVER

(Adriano Oliveira Costa)



Por que viver?
Qual o sentido?
Qual o motivo?
Viver para quê?

Viver para sonhar?
Viver para amar?
Viver para enganar?
Viver para se imbecilizar?
Viver para trabalhar?

Achas tua existência relevante?
Engrenagem que és de um simples sistema antropofágico.
Mediocridades que não levam a nada.
Relacionamentos que se perdem em convenções.
Hiatos etílicos que fazem suportar desilusões.

Viver para quê?
Família? Simples convenção.
Trabalho? Simples enganação.
Amor? Simples ilusão.
Lazer? Mero paliativo.

Vivo, pois alguém me quer medíocre nesta urbe cruel.
Para sofrer humilhações diuturnas que preenchem egos carentes.
Manter um corpo cheio de defeitos e abastecê-lo de porcarias.
Calcinar minh’alma em desilusões aparentes.
Destilar melancolias para ouvidos ausentes.

Viver, por quê?
Para justificar uma mera existência?
Para manter aparências?
Para suportar ausências?
Para iludir-se com crenças?

Não vivo!
Deliro!
Sucumbo!
Convenço-me.
Logo, vivo.

Medíocre.
Alfabetizado.
Domesticado.
Vilipendiado.

Vale a pena justificar sua existência?

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