Devora-o a morte; o corpo grita-lhe, desfeito, machucado
O guerreiro à cruz abandona-se. “Pai, que sorte maldita...”
Chora; o perdão e o silêncio suplica; olvidar a desdita:
A memória do sangue, o gládio, e seu coração torturado...
E a multidão nem cogita que é também ela ali castigada
Não vê que a dor deste homem é igual a sua, cotidiana
E que levantou-se por ela, com fé, esperança e gana
Mas estranha a si mesma olha e não se vê justiçada...
O moribundo já ele pressente que ali morrem milhões
Legiões de soldados que marchariam, mas vão transigir
Que o medo em seus corações indolentes os fará desisitir...
Deserto e mudo morre nosso herói, distante das canções
D'aurora. Esquecido de que livre nasceu, sonhou, foi feliz
Até que a vida se lhe marcasse na carne como brutal cicatriz!
Tádzio Nanan
Nenhum comentário:
Postar um comentário