Ocorre a muitos alimentar
Doridos rancores que os consomem
O que a tal liturgia s'entregar
Nunca se lhe resgatará o Homem:
Sanguinolenta fera subterrânea
Brandindo seu ódio como aço
Pregando uma guerra extemporânea
Até que a trôpega civilização perca o passo
Muitos acabam por concordar
Com os falsos profetas que nos dividem
E com perfídias infectam o ar
No olhar imprimem a vertigem:
Almas aviltadas, na mendicância
Da divindade imanente apartadas
No noctífero templo da ignorância
Louvando ao engano, com suas fés compradas
Muitos se ocupam de perpetrar
Nefastos crimes contra o mundo
Fratricidas, sedentos de sangrar
A inocência com golpear furibundo:
Escravos da cobiça e da rapina
Com uma fome de ouro insaciável
Que mitigam com a ânsia assassina
De acumular tesouro inumerável
Muitos se ocupam de investir
O desprezo que nutrem contra as gentes
Com seus capitães tramam impedir
Das multidões as reações urgentes:
Plutocracia célere ao decretar
A ambiguidade da condição humana
Mas, irmanados haveremos de provar
Que tal sofisma já não engana!
Tádzio Nanan
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