quinta-feira, 7 de outubro de 2010

DESENCANTO

Sonhos a perder de vista... Ilusões já perdidas!
As máscaras da vida, desfeitas, uma a uma...
E seu rosto é informe, sem esperança alguma
Tais as tragédias que nele podem ser lidas

Tanto sonhei com a paz perpétua e o bem
Que éramos capazes de expelir o ódio do peito
E a vaidade – afago do demônio, sem atrativo e efeito
Esvairia ante uma filosofia que nos conduzisse além...

Ah, os dias de ventura, de primaveris pensamentos
Que se revelavam em nobres ações de fé e coragem...
Mas o inverno irrompeu, vindo com ele a voragem
Dum fatal desencanto: somos feitos dos vis elementos!

A triste verdada... não liberta, nem é bela ou boa
Espelho refletindo o cruel inimigo: a gente próprio
Como ir superando o vício se nosso sangue é o ópio
Que nos embriaga, macula, transvia, atordoa?!





Tádzio Nanan

Nenhum comentário: