sexta-feira, 22 de outubro de 2010

EXTINÇÃO - I

O desejo humano de se sobrepor à natureza
Revigora-se com o beijo ambíguo da tecnologia:
Divindade pós-moderna, de obscura teologia
Cujo evangelho professa temerária certeza...

Porque traz como potência corte evolucionário
Semeando os futuros possíveis com rupturas
Abrindo feridas que não mais terão suturas
Apagando o verbete Humano do universal dicionário...

Subliminarmente, nossa inteligência visa a auto-extinção
Na iminência de ascenção de um novo paradigma genético
Alheio às noções do Bem e do Mal, imortal, cibernético...

Antifilosófica, antiestética, amoral, outra civilização
Surgirá. Patifaria humana, a religião também ruirá
Tudo que é sólido, disseram, se desmancha no ar...





Tádzio Nanan

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