Urge regar a luz
para que desabroche em áureos dias
que trarão amplos céus azuis
e outras divinais alegrias
Urge cultivar a esperança
para que se realize num vasto pomar
com frutos até onde a vista alcança:
paz, amor, sonhos, lar
Urge deter do medo
o discurso receoso e infame
ferozmente, pôr em riste o dedo
na cara da senil e fatal Madame
Em uníssono, urge afiar o grito
dilacerando o cinismo dos abastados
fazendo do contestar um novo rito
que nos faça lembrar dos deserdados
Urge com fúria levantar o braço
como se avisando: haverá guerra
e propagar o retinir do aço
para depurar dos maus a Terra
Urge da dúvida escarnecer
acovardar-se só intimamente
e deixar irremovível certeza romper
os limites, esgarçando-os tenazmente
Urge ouvir cantar a manhã
sobre o silêncio que gera a noite
libertando os filhos do amanhã
da vil miséria, do vil açoite
Tádzio Nanan
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