sábado, 31 de outubro de 2009

ONÍVORO II

Fome audaz, implacável, soberba, profunda
Consciências devoro, civilizações, universos
Regurgito tudo depois, em moldes reversos
E o que a razão aplanava o caos aprofunda

Ó sede inconsciente, primitiva, sede de morte
Minha sorte é o fim fomentar, e o recomeço
Tudo fenece à minha volta, mas permaneço
Avesso vivo; morro; e tudo pode nascer de novo

A culpa e o medo foram assassinados pelo desejo
Absolva-o que ele é a força vital da natureza
A outra face voraz divina infernal da Beleza

Fome, sede, desejo põem-se a inventar o ensejo
Dê-me um segundo e faço tremer a Eternidade!
Um punhal para cravar no coração da Verdade!


Tádzio Nanan

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