domingo, 28 de dezembro de 2014

HOPE, by Tádzio Nanan

The world is bad...
But you are good and fair.
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

Life is hard...
But you are a survivor, you are a warrior.
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

The dream is over?
Find a new one (there is always a dream waiting to be discovered).
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

Your heart is broken...
Be brave: invite her(him) to go out with you.
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

Your soul is in a deep sadness...
Immerse yourself in the magic, in the beauty, in the mysteries of life.
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

You got lost on the way to happiness...
Stop and rethink the whole strategy.
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

Your eyes can only see in shades of gray...
Open your heart to life and the colors will come back.
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

They left you alone...
Be your best friend, take care of yourself, love yourself.
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

You are getting old...
Old, but more experienced!
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

You are tired of carrying your cross...
Gather every little piece of you, renew your strength and go make your work.
Have faith in God, in life, in yourself; not ever give up!

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

LAUGH AND CREATE, by Tádzio Nanan

I prefer some daily laughters than the erudition of the great men.
It is biblical: the more you know the more you suffer.
Besides: castigat ridendo mores. 
And everyone knows: laughter is the best medicine.
Yes, I prefer to be the funny guy than to be “a serious guy", immersed in everyday problems, exchanging dreams by food, enslaved by rivalry, power and money.
I prefer to have the head on the moon than to have it full of useless information. The ordinary life does not satisfy me. I was born to the different, to the unexpected, because I want more. My soul impels me to that.
I renounced the quest for success, the struggle for power and money. My goal is simpler, but more noble: create with originality. Do art and imagine new paths and possibilities to life.
People laugh at me, because they think I´m a fool. I laugh at them, because I know how wrong they are about life and its delicate beauty.
Laugh and create: my civilizing mission!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

CLOSED FOR BALANCE, by Tádzio Nanan


My soul is in deep silence. Not the silence full of meanings of the wisdom. Not the placid silence of the illumination. It´s a painful silence of a tortured soul, that now inquires itself: have I been wrong about life for all these years?
My heart is in silence, too. Not the comforting silence of a shared love. Not the silence full of plenitude of a generous and fearless heart. It´s a silence of an abandoned heart, that now inquires itself: why did I hide myself for so long?
Paralised, between so distressful silences, I search in the images of my unconscious the source of my unhappy choices. Why did I run away from myself, from people, from life? How did it happen?

To find out these answers means begin to live again...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

PARA LAÍS AYRES BARREIRA, EM SEU ANIVERSÁRIO (11/12/2O14)


Um coração sensível, para aceitar as gentes...
A mão acolhedora sempre estendida ao próximo...
Somos todos teus filhos, Laís!
Filhos da tua inteligência e coragem.
Filhos da tua benevolência, também.
Crescemos com teu exemplo de amor à vida e esperança.
Um coração e uma mente atentos, acompanhando os ventos, as mudanças, alvoreceres novos, novos tempos. Um coração e uma mente mutantes, juntando, unificando pureza de criança, mistérios juvenis, brios de mãe, avó, bisavó, mulher.
Parabéns pela grandeza de ânimo, pela grandeza de caráter.
Gratidão e amor eterno dos teus.



Família Nanan

A CROOKED GUY!, por Tádzio Nanan


I´m a crooked guy, gauche. I was born this way, I will die this way. There is no remedy to my obliquity.
I ´m a crooked guy. Metaphorically and literally.
For example: I can not think accurately. My thoughts are confused, they can not penetrate the mysteries of life, even the ones of the everyday life. I think confusedly, with no method and direction.
And my feelings? Dark and conflicting, laden of sadness and despair. Most of them are unbearable to me. A cross that I carry every day.
I have crooked legs, crooked teeth, back problems, an asymmetrical face (as you can see, I have very bad genes...). Again: there is no remedy to this. Perhaps born again?
And worst of all: people say I´m a fool and I guess they are right. Look at the whole situation: insignificant talents, trivial points of view, unrealistic dreams... A wasted life? Apparently, yes...
I walk and walk and don´t get anywhere. I imagine a thousand things but I can´t concretize them. I study a lot and what I find out? The obvious, of course. Waste of time? Apparently, yes...
I´m a crooked guy, tell me all the voices, all the clues.
But someone benevolent, knowing my problems, reminded me of an old saying: God writes straight with crooked lines.
That night, I renewed my hopes, and slept in peace, thinking that perhaps through my obliquity God is writing a singular and universal work!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

UM CARA TORTO, por Tádzio Nanan


Sou um cara torto, todo errado, gauche. Nasci assim, assim vou morrer. É como me quiseram as forças superiores. É como me fizeram aqui embaixo. Pena que ainda não inventaram remédio contra a obliquidade...
Sou um cara torto, metafórica e literalmente falando. Por exemplo: não consigo pensar com acuidade. Meus pensamentos não penetram a fundo os mistérios da vida. Penso confusamente, me expresso confusamente, confusamente ajo. Não tenho método, roteiro, direção. Percorro uma trajetória impossível de ser prevista ou calculada, como uma pluma ao vento. Puro caos.
E meus sentimentos? Sombrios, conflituosos, carregados de tristeza com uma pitada de desespero. Tipo de coisa com a qual se nasce e não nos livramos nunca. Um açoite diário.
Torto, todo torto, torto deveras. Dentes tortos, pernas tortas, torta a coluna, o rosto torto (veja aí a qualidade dos genes que me legaram...).
Como se não bastasse a obliquidade generalizada, a boca miúda me tem na categoria de tolo, e acho que ela está certa, mesmo. Invisto em talentos insignificantes, publico pensamentos superficiais, baseio minha história em sonhos irrealistas... Uma vida desperdiçada? Aparentemente, sim!
Eu ando, ando, ando e não chego a lugar algum (estarei preso numa maldição a la mitologia grega?). Imagino uma miríada de coisas, mas não consigo realizá-las em qualquer grau. Passo horas estudando, e qual é a minha grande descoberta? O óbvio, claro! Perda de tempo? Aparentemente, sim!
Sou um cara torto, todo errado, gauche. É o que me dizem todas as pistas.
Mas alguém caridoso, próximo a mim e conhecedor de minha delicada situação, lembrou-me de um antigo ditado popular que diz: Deus escreve certo por linhas tortas. É verdade, inescrutáveis são os caminhos Dele...
Naquela noite até remocei, renovei as esperanças, dormi em paz, cheio de fé, pensando que, talvez, através da minha obliquidade, Ele esteja escrevendo uma grandíssima e singular obra!

domingo, 7 de dezembro de 2014

THE GIRL, por Tádzio Nanan

A lovely girl and her beautiful dream facing life and its circumstances.
She spreads love everywhere she goes. And she spreads doubts, too. She´s dangerous: a philosopher of the new criticism of value.
Her smile is the biggest smile on the face of the Earth, pure and sincere. It illuminates her family and everyone around her.
But in her eyes we can see flames: the flames of hope, courage and change.
Her dream is huge: a better civilization, a better future, a new era of peace, cooperation and self-development.
She never gives up because of her dream.
She never surrenders because of her dream.
She has no fear because her dream is at her side.
The dream makes her wiser. The dream impels her to the future.
And she impels the dream, too.
The dream never gives up of her: she makes “him” more believable.
The dream never surrenders to the circumstances because she taught “him” to be stronger.
What a spectacular couple: the girl and her dream. Not any girl and any dream: the tireless Caroline and her wonderful dream: to change the world for better.
Good luck, Caroline, in life and in fight.



Dedicated to my brilliant and talented sister Caroline.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

DESINTOXICAÇÃO, por Tádzio Nanan

Preciso desintoxicar-me, urgentemente. A droga que me assola? Eu mesmo! Meus pensamentos e ações descolados da vida real, dissonantes do ritmo frenético que move o mundo. A vida que tenho levado, as coisas que ando fazendo, o modo como traduzo o mundo, puro delírio, pura ilusão. Preciso desintoxicar-me das verdades que me inventei, pois, agora, elas me entontecem, me fazem perder o equilíbrio, o coração bater descompassadamente, as ideias ficarem confusas.
Preciso desintoxicar-me de mim mesmo. Livrar-me de toda esta bagagem intelectual, e renascer, tornar-me outro. Trocar este sangue envenenado pela fantasia. Assimilar, de uma vez por todas, as verdadeiras leis que regem os homens e a natureza, saindo do meu universo paralelo de almoços grátis, de sombra e água fresca.
Preciso desintoxicar-me destes sonhos pretensiosos, que nunca me renderam nada além da desconfiança alheia; desintoxicar-me das minhas vãs certezas, que nunca me renderam nada além de soberba e orgulho imerecido; desintoxicar-me dos delírios juvenis a mim incutidos pelos irresponsáveis e idiotas; e ingressar na dura, austera e difícil maturidade, ingressar na única vida que conhecemos e soubemos construir.
Admitir o fracasso e dar a cara a tapa, deixar de sonhar com ser um deus na Terra para ser apenas homem, mais um mortal, entregue à brutal e cotidiana lida. Abortar minha utopia particular para poder comprar o pão de cada dia, esquecer esta sucessão de erros e dissonâncias cognitivas que me levaram a esta encruzilhada doída, a este abismo sem pontes, ao ostracismo.
Não sou especial como acreditei que fosse, que produziria coisas inteligentes e belas. Não tenho reluzente caminho a trilhar. Meu caminho é o caminho do homem comum, que não sonha, apenas come e habita. Depois morre. Porque ordinário me fiz ao longo dos anos, porque ordinário me fez minha linhagem em sua aleatoriedade amoral.
Eu quis muito, mas não pude!

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

TRANSIÇÃO, por Tádzio Nanan

A vida humana como a conhecemos em seus derradeiros instantes.
O mundo como o conhecemos não se sustenta mais.
É o fim desta civilização que optou por trocar equilíbrio duradouro por uma mistura irresponsável de falta e excesso. Mais que isso: criou a falsa e perigosa identidade entre felicidade e dinheiro.
Seu corpo moribundo exala um cheiro de decadência, senilidade e morte.
Estamos empurrando os limites, mas é só ilusão. Estamos prorrogando nosso tempo, artificialmente. Quanto mais lutamos como indivíduos, mais malefícios acumulamos como sociedade, mais eclipsamos nossa estrada comum, mais depauperamos nosso lar cósmico.
Quanto mais temos, mais vazios ficamos. Quanto mais avançamos, concomitante e paradoxalmente retrocedemos. O acúmulo de riqueza, poder, conhecimento por parte de poucos nos dividem radicalmente. Logo nos dividirão irremediavelmente.
O paradigma está caduco, baseia-se em premissas errôneas. A fonte, que parecia inesgotável, secou. Nosso sonho envenena-nos dia após dia. Nossos desejos nos infligem dor, angústia, desespero.
Como alguém representativo desta noctígena era, também não tenho estrada a seguir, porto para chegar, futuro para viver – terei de inventá-los a base da força, coragem, imaginação, como os pioneiros de todos os tempos (pioneiros que precisam, agora, urgentemente aparecer).
Eu sou o mundo em sua confusão e perplexidade, o mundo sou eu na minha impotência e paralisia.
Ou me reinvento, tiro uma carta da manga, faço mágica, ou pó, nem lágrimas nem lembranças: pó simplesmente. Ou a civilização se reinventa, faz um demorado exame de consciência, reencontra-se com seu destino maior: a paz, a justiça, a sustentabilidade, ou silêncio e inconsciência, ou nossa herança (a miríada de talentos humanos) se perderá na poeira das estrelas!
Que passos darei?
Que passos daremos?
Uma coisa é certa: eles nos farão viver ou morrer!

domingo, 23 de novembro de 2014

POESIA, por Tádzio Nanan

Era um poema errante e flutuava sobre meu lar. Velozmente e com a magia da antigravidade lancei minha vara de pescar para o céu e o puxei de entre as nuvens. Ele estava vadiando por aí e encontrou este poetinha vagabundo neste meio-dia da vida. Eu o senti nas entranhas, apaixonei-me por ele e dele me apossei. Assinei em baixo sem ser seu autor, o autor dele foi a ventania que batera pouco antes, o tema dele é o gozo que as folhas das árvores sentem quando o vento passa por elas, acarinhando-as, fazendo-as assobiar.
Outras vezes, no entanto, o poema vem das profundezas da alma, das vagas às vezes tempestuosas às vezes tranquilas do nosso ser. Este tipo de poema leva anos para se escrever (ele se escreve sozinho, a gente apenas o organiza), porque ele é consequência da própria evolução de nossa existência, emoções, entendimento. O poema vai se escrevendo na nossa pele, devagarinho; elaboramos, sem perceber, um raciocínio que o pertencerá; nossa imaginação vai desenhando as paisagens que nele estarão contidas; nossa inteligência o vai definindo aos poucos, e um belo dia ele está no papel, pronto para se entregar aos olhos do mundo.
O engraçado é que, muitas vezes, o poeta nem desconfia de que o poema seja ele transfigurado. É o poeta que está no papel, desnudo, entregue ao julgamento alheio...

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

MEU CAMINHO, por Tádzio Nanan

Madrugar, trabalhar, jantar, dormir; não, não é o meu caminho!
Casar, família, filhos, lar; não, não é o meu caminho!
O caminho habitual, o consagrado caminho do homem de bem... Não é para mim; sou caótico e complexo demais para ele, eu o transbordo, ele me reprime.
Será meu caminho, então, um descaminho (há uma miríade deles)? Dificilmente... Sou muito medroso; sou meio dado a loucuras, mas tenho forte instinto de autopreservação.
Será meu caminho o abismo, ou seja, a completa ausência de caminho, o fim prematuro, ou mesmo o fim autoinfligido?
Ou pode ser que meu caminho exista por aí, confundindo outros transeuntes, outras almas perdidas, e eu devo apenas procurá-lo com mais afinco. Sair mais por aí a ver se as coisas me indicam o caminho, a ver se as pessoas me indicam o caminho. Mas tenho medo das coisas e desconfio das pessoas...
Pode ser que um caminho a mim endereçado não exista ainda e eu tenha que criá-lo, abri-lo a golpes de facão na selva da civilização, ou pintá-lo surrealistamente com as asas da minha imaginação feérica e nele cair vertiginosamente e lá viver para sempre.
Enquanto o caminho não surge neste deserto em que me encontro (quando surja, espero que não seja miragem), sigo errando delirantemente por mundos e dimensões paralelas, misturando loucura e sabedoria e fazendo arte desse exótico encontro.
Sigo orbitando à minha própria volta – como se eu fosse o planeta e a estrela; sigo atraindo-me a mim mesmo, como um buraco negro que se engole e se extermina.
Mas sei de uma coisa: meu caminho sou eu!
Talvez, como obra inacabada que sou, não mereça (ainda) um caminho (um órfão de caminho!).
Talvez, Deus esteja esperando que eu me decifre para apontar-me o caminho.
Mas, e se for isso mesmo: se eu precisar decifrar-me?
Decifrar-se? Poderá alguém?
A mim é muito difícil. Por isso meus pais abandonaram-me, por isso meus irmãos abandonaram-me, por isso meus amigos abandonaram-me, por isso as forças cósmicas esvaíram-se de mim: eles nunca puderam entender-me e isso os assustou e os levou para longe.
E com razão:
Sou Eros e sou Tânato
Sou Prometeu e Epimeteu
Sou Diógenes e Alexandre
Sou Hitler e o Nazareno
A dualidade encarnada!
Também sei de outra coisa: o caminho dos outros não sigo, não me interessa. Teimosia? Sim! Não sigo, não me interessa!
Ou o meu caminho ou nada!
Ou meus passos marcados em terra virgem, ou nada!
Não sou dublê de corpo, não sou dublê de alma!
Sou igual a todo mundo, mas tenho meus tamanhos infinitos! Eu não caibo nos outros, os outros não cabem em mim!

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

DUALIDADE, por Tádzio Nanan

Se a perspectiva é a eternidade, somos insignificantes.
Se a perspectiva é o instante, somos gigantes!
Se a perspectiva é o infinito, somos tão pequenos.
Se a perspectiva é o gesto, somos tão plenos!
Tádzio Nanan

Sou precioso:
O olhar transbordando desejo
O gesto expressando empatia
O sorriso difundindo a esperança
A palavra comunicando a saudade
Minha dor me faz mais humano
O esforço que me torna útil
O sonho que me faz singular
A espiritualidade me lança além de mim mesmo, além do aqui e agora
Posso imaginar tudo o que virá pela frente
Os universos prolongam-se na minha mente
Sou rei de um império interior, mais rico que o mais abastado dos homens
A natureza – minha mãe, gestou-me por bilhões de anos (você sabe tudo o que teve de ocorrer para estarmos aqui, agora?)
Tenho a faculdade de ser feliz e fazer felizes os outros
Vou morrer para a eternidade e o infinito

*

E sou insignificante:
O coração partido
A consciência solitária
Num corpo que se vai dissolvendo...
Insignificante: uma dentre sete bilhões de paixões humanas, ardendo no próprio fogo, num pequeno planeta que gira ao redor de uma estrela, que se assemelha a centenas de bilhões de outras estrelas da Via Láctea, que é uma dentre centenas de bilhões de galáxias que existem em nosso universo, que é apenas um dos muitos universos existentes e que compõe um multiverso inaudito, a bailar pela eternidade...
Entretanto, ser insignificante me deixa tão leve, permito-me errar, sem maiores dramas, e perdoo o erro alheio de forma mais frequente e tranquila; deixa-me mais ousado, vejo as coisas por diferentes prismas, experimento-as de outras maneiras; liberta-me da vaidade, do egoísmo, do medo, da posse; ensina-me o segredo da vida: viver no limite do que se acredita, e não esperar nada em troca; faz-me gargalhar com mais frequência; faz-me duvidar e rebelar-me mais amiúde; faz-me mais profeta e poeta e pateta; faz-me ver que o pouco que tenho é mais que o suficiente; dá-me sentidos extremamente aguçados; dá-me pensamentos não enviesados pelo poder, pelo dinheiro, pelo ódio, pela dor.
Sou tão pequeno, mas tenho infinitos mundos em mim!
Preciosamente insignificante!
Insignificantemente precioso!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

OS INCOMPREENDIDOS, por Tádzio Nanan



Nossas mutações genéticas apontam para o futuro.
Nossas sinapses seguem o padrão estelar.
Temos um sol resplandecendo no peito.
À noite, em silêncio, evoluímos.
Agimos a favor do nascituro.
Nosso coração acolhe mais gente.
Nossa consciência coaduna-se à consciência coletiva.
Não necessitamos de Deus, nem de dinheiro.
Nossos sonhos são simples, embora extraordinários.
De nossos passos brotam primaveras.
De nossas ações surgem mundos alternativos.
Nossas vozes ecoam cantos telúricos.
Moramos na ideia mais bela.
Nosso amor é dirigido a todas as coisas.
Reconhecemos a alteridade como um igual.
A porta pela qual eles entram, nós saímos.
Não queremos acumular coisas, queremos transitar pelos espaços.
Não temos um nome, uma identidade, nós somos maiores, nós somos mais.
No trivial vemos o precioso, no instante sentimos a eternidade, num gesto encontramos o infinito.
O secularmente instituído não nos representa mais.
Viemos de onde eles desconhecem, estamos indo aonde eles temem.
Estamos em cada um deles como potência.
Somos os filhos do Espírito do Tempo, e os pais das revoluções de amanhã.

sábado, 4 de outubro de 2014

O ESPAÇO ENTRE MIM E EU MESMO, por Tádzio Nanan



No espaço entre mim e eu mesmo:
A confusão do Homem
O chamado da selva
O vale das sombras
O ofensivo à verdade
O vício

No espaço entre mim e eu mesmo:
A queda do justo
A hora mais escura
O ovo da serpente
Aquilo que não se chama
O vazio

No espaço entre mim e eu mesmo:
O berço das contradições
O sono assassinado
A marca da maldade
Os ideais vendidos
A covardia

No espaço entre mim e eu mesmo:
O abismo convocando
A dúvida sufocando
A ferida supurando
O medo cerceando
A dor latejando

No espaço entre mim e eu mesmo:
O Grand Canyon
O Oceano Pacífico
Distâncias intergalácticas
O pretérito presente
O porvir esvaziado

No espaço entre mim e eu mesmo:
Gritos sufocados
Sonhos exauridos
Os sentidos adormecidos
A hora desperdiçada
A cicuta da paralisia

No espaço entre mim e eu mesmo:
O abraço da morte
A palavra não dita
O flagelo da solitude
A loucura da inteligência
O holocausto da moralidade

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

EU E DEUS, por Tádzio Nanan



deus me foi negado! deus me foi negado! Por um líder carismático com suprema autoridade? Não! Por uma sociedade opressiva que proibiu a religião? Também não!
deus me foi negado por mim mesmo, pela minha singular arquitetura corpóreo-mental, por cada célula ativa e cada neurônio vibrante neste “cadáver adiado”. deus foi subtraído de mim por mim mesmo, pela minha ancestralidade materialista, por meus genes ateus. Nada na minha inteligência recorre a deus, na verdade, sente desprezo por tal ideia, por seus seguidores também, rebanho de incautos e dementes. Cada pensamento meu é dedicado ao acaso, ele é mais crível e mesmo mais belo que uma suposta intencionalidade universal que redundaria na vida consciente.
Só que a questão é outra: meu drama íntimo existe porque minha sensibilidade pede por Ele, clama por Sua companhia, Seu perdão, Seu sistema moral, que oferecem ordem e sentido à vida (mas a vida não tem ordem nem sentido, tolinho!).
Minha materialidade – meu corpo, minha mente, os átomos hereges que em mim se agitam, o sangue irreligioso que me corre nas veias, jamais me deixarão ser arrebatado por ele. Meu corpo e minha mente são insensíveis, inflexíveis, rejeitam fantasias e delírios. Preferem levar-me ao desespero, ou à loucura, se for o caso, a me ceder o conforto e a serenidade da fé. A fé é um luxo que não está à minha disposição!
Assim, vivo uma guerra íntima, entre a eternidade da alma e o instante que fulge para nunca mais. Parte minha anseia por deus, parte minha gargalha dele, e neste corte profundo e doloroso as sequelas são confusão sensória e amargura. Eu queria deus, mas deus me soa absurdo e ridículo!
Meu coração pede por religião, senão pode ceder à impiedade, ao niilismo. Minha sensibilidade pede por deus ou poderá enregelar-se na indiferença. Mas minha inteligência mordaz afirma, de forma peremptória e tonitruante: “pó e sombras, tolinho, nada mais, nada de mais; som e fúria, tolinho, nada mais, nada de mais!”.
Triste daquele cuja mente prefere arriscar jogá-lo ao precipício a ofertar-lhe o reconfortante abraço da fé!
Eu queria crer, mas deus, a mim, é impossível!

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

QUATRO POEMAS, por Tádzio Nanan

O HOMEM QUE NÃO ESTAVA LÁ

a casa parece enorme; a cada passo, se estendem os cômodos, se multiplicam os metros, e os vazios se aceleram, como num universo particular; a solidão infinda-se, dilacerando-me lentamente, humilhando minha humanidade; uma imensidão de impossibilidades de afeto, diálogo, amor, esperança
falo fingindo a presença de outra pessoa, falo para ouvir-me, para lembrar que sou gente; a solidão é um sol que dá vida, expande as capacidades imanentes, abre os olhos para uma singular visão das coisas, mas, exagerada, entorpece e exaure, resseca o coração, confunde a mente, limita o espírito
percorro um milhão de quilômetros de pensamentos no espaço de um metro quadrado, quisera percorrer um milhão de passos sem nada a pensar, fruindo o momento
solidão tumular, silêncio cortante, pensamentos tortuosos
existo realmente ou apenas vestígio de algo extinto, sombra do passado? eles existem ou são reflexos de alguma coisa, não a coisa, o pó da coisa, o rastro fugidio da coisa? e se existimos, o fato de que tudo será extinto e esquecido não nos faz mortos e esquecidos desde já, como fantasmas errantes? alívio nada ficar registrado (que assim permitam as leis da física)
bebo água, sem água a gente morre, sem gente por perto morremos também, queria beber gente todo dia, como se fosse água, queria respirar gente como se fosse ar, respirar-se é bom, mas insuficiente, vai-nos intoxicando, precisamos de pontos de vista diferentes, de dialética e oxitocina
entro em meu quarto, meu palco e minha tumba, por onde andam meus sonhos e esperanças? murcharam como eu através das décadas; de timidez ando perdendo a vida, me disseram, não que a vida se importe, não que alguém se importe, eu deveria me importar, mas alquebrado demais para me importar; ouvindo música baixinho, para não incomodar ninguém, passando despercebido mais um dia, um alegre e festivo, talvez pela minha falta; ouvindo música baixinho, e dançando com alguém imaginário, o amor dos meus 15 anos
a casa parece enorme
uma ausência de tudo


LUTAR

Em um mundo brutalmente cindido pela desigualdade
O homem não pode restringir-se ao sonho particular:
Chefiar isso ou aquilo, curtir e gozar; urge participar
Dos assuntos públicos, organizar e lutar com vontade

Em um mundo por massacrante injustiça marcado
Deve-se vestir o uniforme, desfraldar a bandeira, ir à guerra
Contra vetusta ideia que nos assombra, deprecia e aferra:
O todos contra todos; oposto do paraíso sonhado

O homem comum percebe o caos e clama por um ideal
Se padecem os irmãos, como pode descansar à noite?
Não pode sorrir quando em tantos a vida dói como açoite
E essa desfaçatez de se dizer a iniquidade algo normal

Mas, se cada um fizer sua parte, não calar, contra-atacar
Se cada grito e cada lágrima puderem ser vistos e escutados
Mais e mais homens e mulheres se erguerão como soldados
Contra o mal: a atroz injustiça, a desigualdade secular



SERVIR

Servir a si mesmo – que delícia, é um direito natural
Da condição humana, o primeiro e fundamental motivo
Que advém da inestimável e rara consciência de estar vivo
E ser dono dos frutos do próprio esforço laboral

Servir a si mesmo e, desta forma, servir aos demais
Ofereço aos outros um futuro melhor ao pensar em mim
Os interesses diversos se conciliam para operar este fim:
Afluência material, bem-estar, felicidade, paz
Servir aos demais – que oportunidade, é divina lei
Da religião e filosofia, o ensinamento mais sublime
É aquele sopro de ar benfazejo que a todos redime
E no benevolente serviço alcançamos o posto de reis

Servir aos demais e, desta forma, servir a si mesmo
Uma sacrossanta energia me toma, alentando o coração
Socorrendo o próximo, Ele também me estende Sua mão
Me ergue, me guia, me salva de caminhar a esmo


NO CENTENÁRIO DE MEUS AVÔS – AMÉRICO BARREIRA E LAURO MACIEL SEVERIANO, UMA SINGELA HOMENAGEM DO NETO TÁDZIO NANAN

Américo, cidadão destemido, agente da história, apaixonado
Pela vida e pela humanidade, pelo futuro e o debate de ideias
Muitos matizes: intelectual, ativista, boêmio, ser multifacetado
Com a palavra, trilhou seu caminho de lutas e arrebatou plateias

Entregou-se às questões de seu tempo com a inteligência privilegiada
Já com o coração comunista, distribuiu cuidados, doçuras, carinhos
E assim tornou-se uma saudade e uma ideia sempre relembrada:
Uma vida plena é aquela na qual se percorre todos os caminhos

Sua casa, alegre e acolhedora, foi por anos nosso parque de diversão
Quando vôzinho chegando repartia os chocolates, a festa começava
Os primos todos reunidos, tagarelando em vívida confraternização
Ah, nossa infância, saudosa infância, que a vicissitude não maltratava

Lauro Maciel fez-se a si mesmo, como agem os audazes e valentes
Seus instrumentos de trabalho: o esforço, a palavra, a inteligência
Foi jornalista, mas brilhou como advogado dos mais competentes
Exercendo o ofício como serviço, com honestidade e proficiência

Pai zeloso, contra as intempéries da vida, foi refúgio e abrigo
Mente curiosa e resoluta, temperamento afável e constante
Por isso, onde andou fez amigos – dele não se conheceu inimigo
Pequenino no tamanho, na vontade e no caráter, um gigante

Leu sobre tudo e nas páginas dos livros sagazes observações ia anotando
Sua biblioteca e escritório, para mim, jovem leitor, eram templos de sabedoria
Mas não se engane, frequentemente vôzinho Lauro era visto se deliciando
Em Maranguape, no Maguari, em carnavais de transbordante alegria

O OLHAR DELE, por Tádzio Nanan



Ele tinha um olhar vago, triste, que transbordava dor e aflição, como se a vida lhe devesse algo, como se as pessoas lhe devessem algo. Um olhar de bicho recém-nascido, pedindo socorro, mãe, lar, carinho, aconchego. Também se via no olhar dele uma raiva dissimulada, uma fúria contida pela boa-fé da juventude, como se ele esperasse mais do mundo, como se tivesse sido traído pela sorte, esquecido por Deus, a quem, mesmo assim, sempre recorria em preces, crédulo.
Além disso, vi outra coisa em seu olhar: mágoa e decepção. Uma mágoa não direcionada, difusa, de a vida ser o que ela é, dura, escassa, implacável, pelo menos, para ele. E uma decepção doída, dele consigo mesmo, por não conseguir corresponder às exigências da vida, por deixar seus sonhos esvaírem como um punhado de areia entre os dedos, e decepção com os outros também, por olharem para ele sem o enxergarem, por passarem por ele sem o sentirem, por não o ouvirem, por o esquecerem em vida. “Eu sou gente, preciso de cuidados, de oportunidades!”.
O olhar triste, magoado talvez estivesse sedimentado na percepção de que aquela era a sua realidade e que ele não poderia mudá-la facilmente, que os dados já haviam sido lançados, e eles lhe desfavoreceram. A raiva advinha da não aceitação desta realidade, deste dia a dia sombrio, árido, sem perspectiva. Ele não podia admitir ser um joguete da sorte. Ele queria gritar contra isso, poder viver, poder sonhar, ser gente na plenitude de suas capacidades. Ser gente do tamanho dos seus sonhos.
Mas naquele olhar também ardia um sol. Havia um brilho secreto, escondido entre as brumas que lá passavam. Um brilho que dizia que aquele rapaz iria lutar, esforçar-se até o fim, até o limite de suas possibilidades para existir, não morrer; para ser homem, não bicho; para ser gente, não estatística do governo; para ser feliz, não vítima, ou pior, algoz! Como milhões de outros jovens, ele tinha recebido da vida uma viagem dura, repleta de tropeços e desvios, cheia de óbices, desassossego, infelicidades. Mas a alma dele era maior que tudo isso, ele tinha uma luz interior, uma vontade inabalável, um sonho de vencedor, uma expectativa imorredoura de felicidade. Ele era assim, da mesma forma que milhões de outros jovens mundo afora golpeados pela mão furibunda do destino. Apesar de o mundo ser o que é, apesar da amarga realidade, ele ia escolher a vida e a felicidade, ele ia viver e ser feliz, apesar das circunstâncias!

domingo, 10 de agosto de 2014

O DESPREZO, por Tádzio Nanan


O desprezo é um tipo de ódio arrefecido, tentando conter-se nos limites da indiferença, para parecer mais saudável e apropriado; às vezes, no entanto, ele escapa ao controle do seu portador e tem-se incontinenti uma explosão de ódio vibrante e maquiavélico, o olhar revela isso com muita força, o cenho contraído também.
O desprezo é uma arte feminina por excelência (sutil técnica de linchamento moral) direcionada, sobretudo, aos homens. Não significa que homens não desprezem mulheres: muitos as desprezam, apesar de precisarem delas, o que é contraditório, mas é como os homens são. Mas a arte/ciência do desprezo vem sendo desenvolvida, quiçá há milênios, pelas mulheres, e é no olhar delas (um olhar que não lhe alcança), em seu gestual (um gesto de apressada retirada), em suas palavras (as que não foram ditas ou as que ficaram subentendidas), que ele atinge seu esplendor máximo, sua plasticidade irresistível e, claro, sua crueldade dantesca.
Claro que algumas mulheres terão razão em desprezar certos tipos mesquinhos de homens, mas frequentemente é apenas autoengano: uma pretensão ridícula de que são moral e intelectualmente superiores a seus antagonistas(?). Tal falsa superioridade está baseada em uma enviesada interpretação da realidade, espécie de dissonância cognitiva.
Mas não importa, o desprezo, assim como o ódio, é um dado da natureza humana e está muito bem consolidado, nos genes e na cultura – as pessoas se desprezam e se odeiam (quanta falta de humildade não haverá nisso?), mas nem o desprezo nem o ódio chegam e se estabelecem sem pesados custos físicos, mentais e emocionais a todos os envolvidos. Odiar e desprezar causam um cansaço e um mal-estar insuportáveis ao coração e à própria mente, e, de repente, estamos mais ocupamos nesta empreitada do que em qualquer outro aspecto da nossa vida!
O desprezo é o pecadilho das almas finas(?), que se deixam envaidecer, e soberbamente, vestem a toga de juiz de um tribunal de exceção e passam a julgar as pobres almas ao alcance de suas implacáveis vistas. Ou seria o desprezo algo menos nobre? Seria o desprezo ciúme, invídia, desforra, arrogância? Seria o desprezador um indivíduo tomado de sórdidas, repugnantes e mal resolvidas paixões?
Pode ocorrer o caso de alguns desprezarem a si mesmos, e, como numa inusitada transferência psíquica, passarem a desprezar os outros, a ponto de qualquer trivial característica do próximo incomodá-los deveras, e passamos a castigar o infeliz, sem aviso prévio ou maiores explicações, meio sadicamente, com nossa sublime e superior indiferença, que, na verdade, não é bem indiferença assim, já que o outro mexe com nossos instintos mais secretos.
E quando o desprezado se enche de brios, percebe a covardia e a injustiça de sua situação e numa inversão corajosa passa a desprezar quem tanto lhe despreza? Não é algo bonito de se ver, poético, cinematográfico, revolucionário? Não... É apenas mais um capítulo repleto de mediocridade das conflituosas relações humanas!
O desprezo é das ações humanas uma das mais cruéis, o que denuncia o caráter hediondo daquele que se dedica com afinco a tal cotidiana empreitada. O desprezo é cruel, mas na cabecinha de alguns é arma muito chique, legítima e adequada, a que eles podem recorrer porque são merecedores, pois têm superioridade moral e intelectual! Muitos nobilíssimos corações fazem recorrente uso dela em suas superelegantes e dignas trajetórias de vida!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

EU E OUTROS , por Tádzio Nanan


Eu sou o passado
Outros representam o futuro

Eu sou daqueles que flertam com a morte
Outros sonham com a imortalidade tecnológica (a vida eterna, não através da alma, mas da mente)

Eu sou o biológico, e suas deformações
Outros já pensam em seu cabal porvir pós-humano

Eu sou caótico
Outros têm tudo minuciosamente arquitetado

Eu sou à toa
Outros não estão pra brincadeira: esforçam-se todos os dias para brilhar

Eu sou poeta
Outros sabem ganhar rios de dinheiro

Eu sou daqueles que padecem de angústia e ansiedade crônicas
Outros, como sistemas cibernéticos, ajustam-se a cada instante para atingirem a perfeição

Eu sou delirante
Outros se cercam de expectativas e desejos comezinhos

Eu sou uma contradição ambulante
Outros trazem a solução na ponta da língua

Eu tento, tento, tento e o talento não acontece
Outros têm vocação para a boa vida e a felicidade

Eu tenho tendência a ser mesquinho
Outros revelam alma superior e iluminada

Eu sou persona non grata
Outros ganham elogios e coisa à beça de graça

Eu quase não tenho amigos
Outros têm Facebook e fazem network

Eu sonho com abdicar de tudo
Outros estão construindo impérios

Eu quero ficar aqui bem quietinho
Outros querem receber aplausos, homenagens

Eu não sei o que significa ser um homem sério
Outros querem fazer história

Eu estou sempre na corda bamba, à beira do precipício
Outros são centrados e resilientes, têm atitudes moderadas e sustentáveis

Enfim, como eu disse:
Eu sou o passado
Outros representam o futuro

sábado, 2 de agosto de 2014

OU TUDO OU NADA, por Tádzio Nanan


Os deuses sussurraram em meu ouvido:
Ou tudo ou nada!

O capeta também jogou sua isca:
Ou tudo ou nada!

Meus instintos me mandaram escolher:
Ou tudo ou nada!

O destino me lançou um feitiço:
Ou tudo ou nada!

E essa jornada começou por acaso!
Ou tudo ou nada!

A angústia me esmaga o peito:
Ou tudo ou nada!

Não acredito neles, nem quero isso pra mim:
Ou tudo ou nada!

Homens mais estúpidos do que eu chegaram lá:
Ou tudo ou nada!

E se for mais um delírio da minha mente?
Ou tudo ou nada!

Deus está morto, logo estarei eu:
Ou tudo ou nada!

Ela me amava; agora é uma pálida lembrança:
Ou tudo ou nada!

Meus inimigos debocham das minhas escolhas:
Ou tudo ou nada!

A plateia, curiosa, espera pra ver:
Ou tudo ou nada!

O ponto de não retorno!
Como disse o célebre romano: alea iacta est!

Ou tudo o que sonhei ou juro que sumo, caio na estrada!
Ou tudo o que sonhei ou um revólver, o estrondo, a bala!
Ou tudo o que sonhei - esses ideais fulgurantes, ou o nada!