domingo, 14 de agosto de 2011

POEMA AO MEU PAI (LUIZ CARLOS AIRES BARREIRA NANAN)


Dr. Nanan e a adorável Norminha (CASAL 20)

Este homem, sábio, comedido, de onde veio?
De que Utopia fantástica?
De que estirpe descende?
Que ventre sereno e puro o concebeu consagrado?
A ética virtuosa que o alimentou espargiu-se de qual seio?
De Maria, mãe de Jesus? De Marianne, deusa da liberdade? De Palas Atena?
Purificou-lhe o Fogo Olímpico, tornando-o indiferente ao mal obsidional?

Este homem, cordial, solícito
é o sal da terra, é a luz do mundo, é tábua de salvação
é sol sem o qual o dia volve à noite
o calor dissipa-se no frio
o fogo desfaz-se na brisa
a vida volta a ser desígnio impossível

Este homem: baluarte e bálsamo
Justo e corajoso
de que é feita sua matéria?
de onde provêm seu espírito?
De qual sonho?
De qual poema?
De qual primavera?
Divina mão batizou-o no mais puro dos ritos?
Divina mão forjou-lhe o caráter inoxidável?

Seu gene altruísta plasmou-se na célula-mater do Francisco, da Tereza?

E, não obstante, é humano, simplesmente
E é sublime e cheio de glória porque é aos humanos que a corrupção se apresenta, atraente e tentadora, cheia de graça e artimanhas, e o que se sobrepõe a ela ascende de muito seus irmãos humanos, fracos, hesitantes, transviados, existindo calma e dignamente, reverberando sabedoria, semeando amizades, cuidando do jardim da saudade, adubando o solo sagrado do respeito, da compaixão, da empatia e do amor





Tádzio Nanan
filho

14 de agosto de 2011
dia dos pais

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