Confrange-me o peito
a espera do teu abraço inclemente.
Em qual esquina, qual alcova
Em que hora absorta
Visitar-me-ás oh! Indesejada das gentes?
Que virás, não tenho duvidas;
Mas que retardes tua chegada!
Entretém-te em tua lida:
Justa, porém, indigna
E chega mansa, sorrateira, delicada.
Cumpre o teu destino, mas deixa
antes, eu concluir o meu.
Há tantos planos, desejos, lugares
amores, prazeres e vontades
E fiz tão pouco!
De tudo que a vida ofereceu
__ Infausto e inescapável é
o destino de tudo que vive;
Nada perdura: riquezas, beleza, soberba
Inexorável são os apelos da natureza
Dos quais ninguém ela exime
Contigo não há de ser diferente
Não é pessoal: só cumpro o meu labor
Se não viveu, culpa não tenho
Mas em te levar me empenho
Esse é meu grande valor!
Jorenilson Madeiros Medeiros
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sábado, 29 de agosto de 2009
O C A P I T A L
por Tádzio Nanan
O Capital avança sobre nosso código genético e nossas mentes
É a última fronteira. Sua finalidade é consagrar-se um deus, eterno
E catequizar com seu evangelho: dinheiro! Seu Céu, o nosso Inferno:
Alienação, fetichismo, tirania e outros pecados impenitentes
O Capital almeja nossa intimidade. Conhecer para conquistar
E explorar: corpos, almas, culpas, desejos, sentimentos, aspirações
Calará quem se lhe contrastar! Inculcará medos, impingirá aflições
E dividirá para que seus exércitos e os nossos jamais possam se conflagrar
O Capital e seus valores psicopáticos: egoísmo, força, cobiça, eficiência
Estamos loucos! Cegos de olhar sem ver, surdos ao clamor da igualdade
Consumidos por falsos ídolos e sofismas que destroem nossa identidade
O Capital e seu esboço pueril de felicidade: vaidade e concupiscência
Sequiosos de poder, dinheiro, sucesso – devoradores de sonhos,
Seguimos céleres ao abismo, à perdição e aos pesadelos medonhos
O Capital avança sobre nosso código genético e nossas mentes
É a última fronteira. Sua finalidade é consagrar-se um deus, eterno
E catequizar com seu evangelho: dinheiro! Seu Céu, o nosso Inferno:
Alienação, fetichismo, tirania e outros pecados impenitentes
O Capital almeja nossa intimidade. Conhecer para conquistar
E explorar: corpos, almas, culpas, desejos, sentimentos, aspirações
Calará quem se lhe contrastar! Inculcará medos, impingirá aflições
E dividirá para que seus exércitos e os nossos jamais possam se conflagrar
O Capital e seus valores psicopáticos: egoísmo, força, cobiça, eficiência
Estamos loucos! Cegos de olhar sem ver, surdos ao clamor da igualdade
Consumidos por falsos ídolos e sofismas que destroem nossa identidade
O Capital e seu esboço pueril de felicidade: vaidade e concupiscência
Sequiosos de poder, dinheiro, sucesso – devoradores de sonhos,
Seguimos céleres ao abismo, à perdição e aos pesadelos medonhos
DITOS ESPIRITUOSOS (OU QUASE...) parte 5
• Foi lá e tentou; fazer é para poucos
• A: Quer dizer que a felicidade é o objetivo da vida? Mas as pessoas felizes são tão superficiais e tolas...
B: E quem disse que é preciso profundidade? Ora, as pessoas profundas são chatas e presunçosas, além de infelizes...
• Acumular, consumir, acumular, consumir, acumular, consumir... Quando é que vão começar a viver?
• O tolo grita; o sábio sussurra
• O tolo tropeça; o sábio recua
• Se a verdade liberta, descarte as mentiras da religião
• Se não incomodas ninguém, existes?
• Sucesso, dinheiro, poder: compensações?
• Encruzilhada: Deus, um delírio; o ateísmo, um martírio
• As circunstâncias podem fazer do sábio um tolo e do tolo um sábio
• Diga a verdade e fique só; minta se quer popularidade
• Sobre a esperança: esperei tanto que dei de cara com a morte
• Não queira corresponder às expectativas alheias; é infantilidade e carência...; forma que usarão para dominar você, esvaziando sua liberdade e autonomia; seja apenas o que quer ser; seja apenas o que é
• Pense: você tem realmente bons motivos para odiar uns e amar outros? Ou, em ambos os casos, é preconceito, ignorância e medo?
Tádzio Nanan
• A: Quer dizer que a felicidade é o objetivo da vida? Mas as pessoas felizes são tão superficiais e tolas...
B: E quem disse que é preciso profundidade? Ora, as pessoas profundas são chatas e presunçosas, além de infelizes...
• Acumular, consumir, acumular, consumir, acumular, consumir... Quando é que vão começar a viver?
• O tolo grita; o sábio sussurra
• O tolo tropeça; o sábio recua
• Se a verdade liberta, descarte as mentiras da religião
• Se não incomodas ninguém, existes?
• Sucesso, dinheiro, poder: compensações?
• Encruzilhada: Deus, um delírio; o ateísmo, um martírio
• As circunstâncias podem fazer do sábio um tolo e do tolo um sábio
• Diga a verdade e fique só; minta se quer popularidade
• Sobre a esperança: esperei tanto que dei de cara com a morte
• Não queira corresponder às expectativas alheias; é infantilidade e carência...; forma que usarão para dominar você, esvaziando sua liberdade e autonomia; seja apenas o que quer ser; seja apenas o que é
• Pense: você tem realmente bons motivos para odiar uns e amar outros? Ou, em ambos os casos, é preconceito, ignorância e medo?
Tádzio Nanan
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
NÃO VENDA SUA DIGNIDADE
por Adriano Oliveira Costa
Negar o que é errado
Auscultar o que é sonoro
Observar o que é venturoso
Venerar o que é belo
Estimular o que é certo
Necessitar do que é útil
Deplorar o que é fútil
Admirar o vitorioso
Sumir com a hipocrisia
Urgir uma alquimia
Agir com denodo
Discutir o que é obvio
Irradiar colóquios
Granir impróbios
Nivelar o ódio
Imitar a poesia
Delimitar a orgia
Aliviar a vilania
Defenestrar a tirania
Esperar uma nova via
Dignity
(Bob Dylan)
Fat man lookin' in a blade of steel
Thin man lookin' at his last meal
Hollow man lookin' in a cottonfield
For dignity
Wise man lookin' in a blade of grass
Young man lookin' in the shadows that pass
Poor man lookin' through painted glass
For dignity
Somebody got murdered on New Year's Eve
Somebody said dignity was the first to leave
I went into the city, went into the town
Went into the land of the midnight sun
Searchin' high, searchin' low
Searchin' everywhere I know
Askin' the cops wherever I go
Have you seen dignity?
Blind man breakin' out of a trance
Puts both his hands in the pockets of chance
Hopin' to find one circumstance
Of dignity
I went to the wedding of Mary-lou
She said I don't want nobody see me talkin' to you?
Said she could get killed if she told me what she knew
About dignity
I went down where the vultures feed
I would've got deeper, but there wasn't any need
Heard the tongues of angels and the tongues of men
Wasn't any difference to me
Chilly wind sharp as a razor blade
House on fire, debts unpaid
Gonna stand at the window, gonna ask the maid
Have you seen dignity?
Drinkin' man listens to the voice he hears
In a crowded room full of covered up mirrors
Lookin' into the lost forgotten years
For dignity
Met Prince Phillip at the home of the blues
Said he'd give me information if his name wasn't used
He wanted money up front, said he was abused
By dignity
Footprints runnin' cross the sliver sand
Steps goin' down into tattoo land
I met the sons of darkness and the sons of light
In the bordertowns of despair
Got no place to fade, got no coat
I'm on the rollin' river in a jerkin' boat
Tryin' to read a note somebody wrote
About dignity
Sick man lookin' for the doctor's cure
Lookin' at his hands for the lines that were
And into every masterpiece of literature
for dignity
Englishman stranded in the blackheart wind
Combin' his hair back, his future looks thin
Bites the bullet and he looks within
For dignity
Someone showed me a picture and I just laughed
Dignity never been photographed
I went into the red, went into the black
Into the valley of dry bone dreams
So many roads, so much at stake
So many dead ends, I'm at the edge of the lake
Sometimes I wonder what it's gonna take
To find dignity
TRADUÇÃO:
O gordo olhando uma lâmina de aço,
O magro olhando sua última refeição,
O homem vazio olhando um campo de algodão,
Por dignidade.
O sábio olhando para a lâmina de grama,
O jovem olhando as sombras que passam
O pobre olhando através do vidro pintado
Por dignidade.
Alguém foi assassinado no Réveillon
Alguém disse que a dignidade é a primeira a partir
Eu fui até a cidade, fui até a vila
fui até a terra do sol da meia-noite
Procurando muito, procurando menos,
Procurando em todos os lugares que eu conhecia
Perguntando aos guardas de onde quer que eu fosse:
Vocês tem visto a dignidade?
O cego saindo de um transe
coloca suas mãos nos bolsos
esperando encontrar uma circunstância
de dignidade
Eu fui para o casamento de Mary-lou
Ela disse: Eu não quero que ninguém me veja conversando com você.
Ela disse que poderia ser assassinada se me dissesse
que sabia sobre a dignidade
Eu desci para onde os abutres se alimentam
eu poderia ter ido mais fundo,
mas não havia necessidade
Ouvi as línguas dos anjos e as línguas dos homens,
não fazia diferença para mim
O picante vento afiado como uma lâmina.
Casa em chamas, dívidas não pagas
Estarão na janela, perguntarão à governanta:
Você tem visto a dignidade?
O homem bebendo escuta a voz que ele ouve
uma sala lotada cheia de espelhos virados para cima
olhando para os perdidos e esquecidos anos
por dignidade
Encontrei Príncipe Phillip na casa do blues
Disse que me daria a informação
se seu nome não fosse mencionado
Ele queria dinheiro, disse que foi abusado
pela dignidade
Pegadas correndo pela areia prateada
Passos descendo para a terra das tatuagens
Eu encontrei os filhos da escuridão e os filhos da luz
Nas fronteiras do desespero
Não consegui um lugar para desvanecer
não consegui um casaco,
Estou no rio rolante num barco repuxado
Tentando ler a nota que alguém escreveu
sobre a dignidade
O homem doente procurando pela cura do doutor
Olhando para suas mãos, para as linhas que ali estavam,
e para cada obra de literatura
por dignidade.
Ingleses encalhados no frio vento
Penteando seus negros cabelos para trás
seu futuro parece estreito
Ele morde a bala e olha para dentro
por dignidade
Mostraram-me uma imagem e eu apenas gargalhei:
A dignidade nunca foi fotografada.
Eu fui até o vermelho, e fui até o preto
Até o vale dos sonhos de ossos secos
Muitas estradas, muita coisa em jogo
Tantos impasses, estou na margem de um lago
As vezes me pergunto o que ele fará
para encontrar a dignidade.
Negar o que é errado
Auscultar o que é sonoro
Observar o que é venturoso
Venerar o que é belo
Estimular o que é certo
Necessitar do que é útil
Deplorar o que é fútil
Admirar o vitorioso
Sumir com a hipocrisia
Urgir uma alquimia
Agir com denodo
Discutir o que é obvio
Irradiar colóquios
Granir impróbios
Nivelar o ódio
Imitar a poesia
Delimitar a orgia
Aliviar a vilania
Defenestrar a tirania
Esperar uma nova via
Dignity
(Bob Dylan)
Fat man lookin' in a blade of steel
Thin man lookin' at his last meal
Hollow man lookin' in a cottonfield
For dignity
Wise man lookin' in a blade of grass
Young man lookin' in the shadows that pass
Poor man lookin' through painted glass
For dignity
Somebody got murdered on New Year's Eve
Somebody said dignity was the first to leave
I went into the city, went into the town
Went into the land of the midnight sun
Searchin' high, searchin' low
Searchin' everywhere I know
Askin' the cops wherever I go
Have you seen dignity?
Blind man breakin' out of a trance
Puts both his hands in the pockets of chance
Hopin' to find one circumstance
Of dignity
I went to the wedding of Mary-lou
She said I don't want nobody see me talkin' to you?
Said she could get killed if she told me what she knew
About dignity
I went down where the vultures feed
I would've got deeper, but there wasn't any need
Heard the tongues of angels and the tongues of men
Wasn't any difference to me
Chilly wind sharp as a razor blade
House on fire, debts unpaid
Gonna stand at the window, gonna ask the maid
Have you seen dignity?
Drinkin' man listens to the voice he hears
In a crowded room full of covered up mirrors
Lookin' into the lost forgotten years
For dignity
Met Prince Phillip at the home of the blues
Said he'd give me information if his name wasn't used
He wanted money up front, said he was abused
By dignity
Footprints runnin' cross the sliver sand
Steps goin' down into tattoo land
I met the sons of darkness and the sons of light
In the bordertowns of despair
Got no place to fade, got no coat
I'm on the rollin' river in a jerkin' boat
Tryin' to read a note somebody wrote
About dignity
Sick man lookin' for the doctor's cure
Lookin' at his hands for the lines that were
And into every masterpiece of literature
for dignity
Englishman stranded in the blackheart wind
Combin' his hair back, his future looks thin
Bites the bullet and he looks within
For dignity
Someone showed me a picture and I just laughed
Dignity never been photographed
I went into the red, went into the black
Into the valley of dry bone dreams
So many roads, so much at stake
So many dead ends, I'm at the edge of the lake
Sometimes I wonder what it's gonna take
To find dignity
TRADUÇÃO:
O gordo olhando uma lâmina de aço,
O magro olhando sua última refeição,
O homem vazio olhando um campo de algodão,
Por dignidade.
O sábio olhando para a lâmina de grama,
O jovem olhando as sombras que passam
O pobre olhando através do vidro pintado
Por dignidade.
Alguém foi assassinado no Réveillon
Alguém disse que a dignidade é a primeira a partir
Eu fui até a cidade, fui até a vila
fui até a terra do sol da meia-noite
Procurando muito, procurando menos,
Procurando em todos os lugares que eu conhecia
Perguntando aos guardas de onde quer que eu fosse:
Vocês tem visto a dignidade?
O cego saindo de um transe
coloca suas mãos nos bolsos
esperando encontrar uma circunstância
de dignidade
Eu fui para o casamento de Mary-lou
Ela disse: Eu não quero que ninguém me veja conversando com você.
Ela disse que poderia ser assassinada se me dissesse
que sabia sobre a dignidade
Eu desci para onde os abutres se alimentam
eu poderia ter ido mais fundo,
mas não havia necessidade
Ouvi as línguas dos anjos e as línguas dos homens,
não fazia diferença para mim
O picante vento afiado como uma lâmina.
Casa em chamas, dívidas não pagas
Estarão na janela, perguntarão à governanta:
Você tem visto a dignidade?
O homem bebendo escuta a voz que ele ouve
uma sala lotada cheia de espelhos virados para cima
olhando para os perdidos e esquecidos anos
por dignidade
Encontrei Príncipe Phillip na casa do blues
Disse que me daria a informação
se seu nome não fosse mencionado
Ele queria dinheiro, disse que foi abusado
pela dignidade
Pegadas correndo pela areia prateada
Passos descendo para a terra das tatuagens
Eu encontrei os filhos da escuridão e os filhos da luz
Nas fronteiras do desespero
Não consegui um lugar para desvanecer
não consegui um casaco,
Estou no rio rolante num barco repuxado
Tentando ler a nota que alguém escreveu
sobre a dignidade
O homem doente procurando pela cura do doutor
Olhando para suas mãos, para as linhas que ali estavam,
e para cada obra de literatura
por dignidade.
Ingleses encalhados no frio vento
Penteando seus negros cabelos para trás
seu futuro parece estreito
Ele morde a bala e olha para dentro
por dignidade
Mostraram-me uma imagem e eu apenas gargalhei:
A dignidade nunca foi fotografada.
Eu fui até o vermelho, e fui até o preto
Até o vale dos sonhos de ossos secos
Muitas estradas, muita coisa em jogo
Tantos impasses, estou na margem de um lago
As vezes me pergunto o que ele fará
para encontrar a dignidade.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS parte 1
- Fragmentos
Tádzio Nanan
Economista
(I)
Com o aprofundamento da globalização, é preciso ter em mente que ela não pode restringir-se apenas a aspectos financeiros, refém de uma lógica economicista, que privilegia a remuneração dos capitais privados (de forma estéril, já que não cria novos bens ou serviços para a economia) em detrimento da qualidade de vida das sociedades humanas, transformando os estudiosos da ciência econômica em paladinos acéfalos do sistema cujo único objetivo é “reproduzir” o capital de mega corporações transnacionais, ao invés de preocupar-se com a mais racional, ética, equânime, sustentável e eficiente mobilização dos recursos econômicos (é realmente eficiente se atender às reais necessidades humanas, sem desperdícios). É imperioso compreender que há muitos outros valores mais essenciais e salutares que simplesmente a mera produção e acumulação de riqueza material a serem resguardados e disseminados para a tarefa de construirmos um novo milênio da maneira a mais equilibrada, sensata e serena. Para isso, é preciso soerguer a Política, que foi submetida aos ditames da economia liberal. A economia não pode, não deve pairar num plano superior à Política, esta entendida como o debate democrático e participativo acerca da resolução dos problemas cotidianos de homens e mulheres e acerca do futuro comum dos humanos, repleto de desafios e potenciais perigos.
(...)
(II)
O progresso técnico, a tecnociência, a razão instrumental despertam forças cegas que põem em perigo a civilização e a dignidade humana (alguns afirmam não existir essa coisa chamada dignidade humana!). Um exemplo dessas forças cegas são as armas de destruição em massa (químicas, biológicas, nucleares), incluídas aí os arsenais à disposição das potências hegemônicas, que as produzem e vendem às áreas conflagradas, auferindo lucros desmedidos e antiéticos (caso dos EUA, com quase metade das vendas, Reino Unido, França, Rússia, Alemanha, China; a maioria destes países faz parte do obsoleto Conselho de Segurança da ONU, cuja missão, ironicamente, é preservar a paz no mundo!). A união da tecnociência com o Capital também tem o potencial de gerar uma desigualdade radical entre os humanos, perigo jamais visto em qualquer outro período histórico: a apropriação privada e a manipulação do código da vida, suas múltiplas aplicações e implicações. Última fronteira do Mercado, sonho tirânico e megalomaníaco do Capital, visando a lucros incalculáveis e poderes incontrastáveis. Sob o dogma desta secular relação social, o Capital, o progresso técnico é apenas uma função do lucro privado da empresa capitalista, e não tem necessariamente relação com o bem-estar das sociedades humanas e satisfação de suas necessidades fundamentais. E é bom que se diga: o lucro pecuniário está longe de ser o fulcro sobre o qual deva alicerçar-se as motivações e atividades humanas. O é no presente, mas tem de deixar de sê-lo no futuro, se quisermos um futuro melhor (lembremos dos lucros que as guerras e conflitos bélicos proporcionam à empresas e governos, do tráfico de drogas, de armas, de órgãos e seres humanos (mulheres e crianças) para o mercado globalizado do sexo etc.
(...)
(III)
A devastação do meio ambiente segue implacável. Atentemos para o que farão nossos líderes na Conferência de Copenhagen, quando se discutirá as mudanças climáticas, os meios de combatê-la, o desenvolvimento sustentável, e um crescimento econômico cujas emissões de gases do efeito-estufa seja progressivamente menor a cada ponto percentual de aumento do PIB. É preciso avançar urgentemente para além do Protocolo de Kyoto. Lembremos que as mudanças climáticas e o aquecimento global têm causas antropogênicas e que resultam do modelo insustentável de crescimento econômico adotado pelos países ricos nos primórdios de seu desenvolvimento capitalista. Agora todos nós humanidade, sobretudo os mais pobres e os que estão em maior risco social, estamos sofrendo os terríveis efeitos da irresponsabilidade, ganância e prodigalidade das auto-intituladas nações mais desenvolvidas e ilustradas do planeta!
(...)
(IV)
Não obstante o contínuo crescimento econômico global das últimas décadas, medido em termos de PIB, não aumentam os níveis de satisfação subjetiva dos indivíduos (pesquisas feitas, p.ex., nos EUA o comprovam), nem diminui as desigualdades entre pessoas, classes, regionais, nações. Uma melhor distribuição da riqueza produzida, uma mais equilibrada e justa, é impossível dado os paradigmas a que estamos submetidos. As evidências? A própria OCDE constatou recentemente que a desigualdade socioeconômica vem aumentando entre os 30 países desta organização, países estes os mais ricos do mundo. E chegou a uma conclusão desalentadora: as medidas clássicas advogadas para se tentar diminuir a desigualdade socioeconômica, a principal delas, a política fiscal (cobrar tributos dos mais ricos para financiar o gasto social), têm se mostrado pouco efetivas. Então, o que fazer? Prevalece o ciclo estrutural da pobreza, ou, segundo os termos de Myrdal, a causação circular da pobreza e da riqueza. Alguns dados (veiculados na grande mídia): 20% da população mundial detêm 80% da riqueza global; as 3 pessoas mais ricas do mundo possuem ativos econômicos superiores aos 48 países mais pobres, nos quais vivem 600 milhões de pessoas; 257 indivíduos têm renda equivalente a de 2,8 bilhões de pessoas (mais ou menos 45% da humanidade); no Brasil, 1% das famílias detém 50% da Renda Nacional; no mundo, quase 1 bilhão de pessoas estão em situação de insegurança alimentar grave (fome mesmo!). São muitos os dados estatísticos que vamos publicar aos poucos, em outros manuscritos.
Definitivamente, o reino do Capital é o reino da barbárie!
É a isso que eles chamam de eficiência econômica?! Epidemia de obesidade nos países ricos e a fome humilhando 1 bilhão de pessoas? Ricos entupindo-se de remédios inúteis para pretensamente combater suas angústias, vazios existenciais e estresse, enquanto as chamadas doenças negligenciadas fazem milhões de vítimas todos os anos porque a toda-poderosa indústria farmacêutica não quer gastar dinheiro em pesquisa para as “doenças de pobre”, já que eles não podem pagar pelo tratamento!? Um bilhão de automóveis e vôos diários de um número sem-fim de aviões ajudando a agravar o aquecimento global e as mudanças climáticas (que aumentarão o número de famintos no mundo) enquanto mais de 2 bilhões de pessoas não têm sequer acesso a saneamento básico!?
O sistema opera bem para 20% da humanidade, mas relega à sarjeta pelo menos 50% dela! É preciso fazer alguma coisa!
(...)
(V)
É preciso ousar viver a vida de forma mais simples, comedida, racional, sustentável, solidária. Não se trata de propor uma utopia regressiva, uma volta a um passado idílico, que provavelmente nem existiu, mas de nos sintonizarmos com a realidade objetiva da civilização humana, da economia, e da encruzilhada em que nos encontramos todos neste momento, que pode ser um ponto de inflexão na curva da História, se realmente desejarmos e agirmos para tal. Necessitamos de novos paradigmas mais sustentáveis e responsáveis de produção e consumo, até porque o planeta Terra é um sistema fechado e finito, e desrespeitar isso é pôr em perigo nossa própria existência. E por quais ideais chegamos ao ponto de ameaçar nossa própria existência na face da Terra? Tudo em nome de uma prodigalidade estúpida, vã, imoral, patética das classes abastadas ao redor do mundo e sua sanha pueril de consumir infinitamente e ostentar e exibir-se mundo afora. É impossível vivermos num mundo em que uma minoria vive alienada e irresponsavelmente, mergulhados num consumo conspícuo irrefletido, enquanto maiorias silenciosas têm de contentar-se em viver com os restos do banquete dos aquinhoados, sofrendo toda sorte de privações, sem acesso a coisas básicas como água potável, saneamento básico, segurança alimentar, um lar, um emprego, salário com que possam sustentar suas famílias, razoável saúde, educação e segurança públicas.
Urge um homem novo, cidadão do mundo, não no plano do turismo ou dos negócios (muitos só enxergam até aí com suas vistas míopes e mentalidade infantil, crendo que o definidor da vida é o dinheiro, o sucesso, a vaidade), mas guerreiro na luta pela soberania e dignidade das populações mundiais, por um relacionamento mais racional e não meramente utilitarista com a natureza (a poluição advinda das atividades produtivas deveria ser contabilizada negativamente no cálculo do PIB), contra o poder político, econômico e militar concentrados e as autoridades sem legitimidade, contra os imbecis racistas, nazistas e adeptos dos obscurantismos de toda ordem, inclusive religiosos, enfim, na luta brava para termos nas mãos o leme do barco da História.
(...)
(VI)
UTOPIA?
Permitamos nos imaginar na órbita terrestre por alguns instantes. Olhando de lá, em direção ao nosso planeta, não veríamos a miríade de divisões geopolíticas, socioeconômicas, culturais, “raciais” (em termos biológicos, não existem raças), muito menos as bandeiras ou símbolos que, no imaginário coletivo, representam povos, ideologias, nações. De lá, veríamos apenas as diferenças naturais do globo terrestre, ficando evidente que este pequeno planeta azul, agraciado com a vida, a todos nós pertence. Cada um de nós é seu responsável e cada um de nós pertence a um mesmo todo, e o todo nos pertence, embora muitos acreditem ingenuamente que tal indivíduo, ou grupos de indivíduos, ou que tal empresa, ou grupos de empresas, sejam donas de partes do planeta, de seus recursos e riquezas naturais. O que estamos afirmando é que há uma prevalência do humano e de sua dignidade acima dos interesses do Capital, das empresas privadas, da propriedade privada, e também de demarcações ilusórias criadas pela geopolítica, pela religião e pelos costumes.
(continuam estes e outros temas)
Tádzio Nanan
Economista
(I)
Com o aprofundamento da globalização, é preciso ter em mente que ela não pode restringir-se apenas a aspectos financeiros, refém de uma lógica economicista, que privilegia a remuneração dos capitais privados (de forma estéril, já que não cria novos bens ou serviços para a economia) em detrimento da qualidade de vida das sociedades humanas, transformando os estudiosos da ciência econômica em paladinos acéfalos do sistema cujo único objetivo é “reproduzir” o capital de mega corporações transnacionais, ao invés de preocupar-se com a mais racional, ética, equânime, sustentável e eficiente mobilização dos recursos econômicos (é realmente eficiente se atender às reais necessidades humanas, sem desperdícios). É imperioso compreender que há muitos outros valores mais essenciais e salutares que simplesmente a mera produção e acumulação de riqueza material a serem resguardados e disseminados para a tarefa de construirmos um novo milênio da maneira a mais equilibrada, sensata e serena. Para isso, é preciso soerguer a Política, que foi submetida aos ditames da economia liberal. A economia não pode, não deve pairar num plano superior à Política, esta entendida como o debate democrático e participativo acerca da resolução dos problemas cotidianos de homens e mulheres e acerca do futuro comum dos humanos, repleto de desafios e potenciais perigos.
(...)
(II)
O progresso técnico, a tecnociência, a razão instrumental despertam forças cegas que põem em perigo a civilização e a dignidade humana (alguns afirmam não existir essa coisa chamada dignidade humana!). Um exemplo dessas forças cegas são as armas de destruição em massa (químicas, biológicas, nucleares), incluídas aí os arsenais à disposição das potências hegemônicas, que as produzem e vendem às áreas conflagradas, auferindo lucros desmedidos e antiéticos (caso dos EUA, com quase metade das vendas, Reino Unido, França, Rússia, Alemanha, China; a maioria destes países faz parte do obsoleto Conselho de Segurança da ONU, cuja missão, ironicamente, é preservar a paz no mundo!). A união da tecnociência com o Capital também tem o potencial de gerar uma desigualdade radical entre os humanos, perigo jamais visto em qualquer outro período histórico: a apropriação privada e a manipulação do código da vida, suas múltiplas aplicações e implicações. Última fronteira do Mercado, sonho tirânico e megalomaníaco do Capital, visando a lucros incalculáveis e poderes incontrastáveis. Sob o dogma desta secular relação social, o Capital, o progresso técnico é apenas uma função do lucro privado da empresa capitalista, e não tem necessariamente relação com o bem-estar das sociedades humanas e satisfação de suas necessidades fundamentais. E é bom que se diga: o lucro pecuniário está longe de ser o fulcro sobre o qual deva alicerçar-se as motivações e atividades humanas. O é no presente, mas tem de deixar de sê-lo no futuro, se quisermos um futuro melhor (lembremos dos lucros que as guerras e conflitos bélicos proporcionam à empresas e governos, do tráfico de drogas, de armas, de órgãos e seres humanos (mulheres e crianças) para o mercado globalizado do sexo etc.
(...)
(III)
A devastação do meio ambiente segue implacável. Atentemos para o que farão nossos líderes na Conferência de Copenhagen, quando se discutirá as mudanças climáticas, os meios de combatê-la, o desenvolvimento sustentável, e um crescimento econômico cujas emissões de gases do efeito-estufa seja progressivamente menor a cada ponto percentual de aumento do PIB. É preciso avançar urgentemente para além do Protocolo de Kyoto. Lembremos que as mudanças climáticas e o aquecimento global têm causas antropogênicas e que resultam do modelo insustentável de crescimento econômico adotado pelos países ricos nos primórdios de seu desenvolvimento capitalista. Agora todos nós humanidade, sobretudo os mais pobres e os que estão em maior risco social, estamos sofrendo os terríveis efeitos da irresponsabilidade, ganância e prodigalidade das auto-intituladas nações mais desenvolvidas e ilustradas do planeta!
(...)
(IV)
Não obstante o contínuo crescimento econômico global das últimas décadas, medido em termos de PIB, não aumentam os níveis de satisfação subjetiva dos indivíduos (pesquisas feitas, p.ex., nos EUA o comprovam), nem diminui as desigualdades entre pessoas, classes, regionais, nações. Uma melhor distribuição da riqueza produzida, uma mais equilibrada e justa, é impossível dado os paradigmas a que estamos submetidos. As evidências? A própria OCDE constatou recentemente que a desigualdade socioeconômica vem aumentando entre os 30 países desta organização, países estes os mais ricos do mundo. E chegou a uma conclusão desalentadora: as medidas clássicas advogadas para se tentar diminuir a desigualdade socioeconômica, a principal delas, a política fiscal (cobrar tributos dos mais ricos para financiar o gasto social), têm se mostrado pouco efetivas. Então, o que fazer? Prevalece o ciclo estrutural da pobreza, ou, segundo os termos de Myrdal, a causação circular da pobreza e da riqueza. Alguns dados (veiculados na grande mídia): 20% da população mundial detêm 80% da riqueza global; as 3 pessoas mais ricas do mundo possuem ativos econômicos superiores aos 48 países mais pobres, nos quais vivem 600 milhões de pessoas; 257 indivíduos têm renda equivalente a de 2,8 bilhões de pessoas (mais ou menos 45% da humanidade); no Brasil, 1% das famílias detém 50% da Renda Nacional; no mundo, quase 1 bilhão de pessoas estão em situação de insegurança alimentar grave (fome mesmo!). São muitos os dados estatísticos que vamos publicar aos poucos, em outros manuscritos.
Definitivamente, o reino do Capital é o reino da barbárie!
É a isso que eles chamam de eficiência econômica?! Epidemia de obesidade nos países ricos e a fome humilhando 1 bilhão de pessoas? Ricos entupindo-se de remédios inúteis para pretensamente combater suas angústias, vazios existenciais e estresse, enquanto as chamadas doenças negligenciadas fazem milhões de vítimas todos os anos porque a toda-poderosa indústria farmacêutica não quer gastar dinheiro em pesquisa para as “doenças de pobre”, já que eles não podem pagar pelo tratamento!? Um bilhão de automóveis e vôos diários de um número sem-fim de aviões ajudando a agravar o aquecimento global e as mudanças climáticas (que aumentarão o número de famintos no mundo) enquanto mais de 2 bilhões de pessoas não têm sequer acesso a saneamento básico!?
O sistema opera bem para 20% da humanidade, mas relega à sarjeta pelo menos 50% dela! É preciso fazer alguma coisa!
(...)
(V)
É preciso ousar viver a vida de forma mais simples, comedida, racional, sustentável, solidária. Não se trata de propor uma utopia regressiva, uma volta a um passado idílico, que provavelmente nem existiu, mas de nos sintonizarmos com a realidade objetiva da civilização humana, da economia, e da encruzilhada em que nos encontramos todos neste momento, que pode ser um ponto de inflexão na curva da História, se realmente desejarmos e agirmos para tal. Necessitamos de novos paradigmas mais sustentáveis e responsáveis de produção e consumo, até porque o planeta Terra é um sistema fechado e finito, e desrespeitar isso é pôr em perigo nossa própria existência. E por quais ideais chegamos ao ponto de ameaçar nossa própria existência na face da Terra? Tudo em nome de uma prodigalidade estúpida, vã, imoral, patética das classes abastadas ao redor do mundo e sua sanha pueril de consumir infinitamente e ostentar e exibir-se mundo afora. É impossível vivermos num mundo em que uma minoria vive alienada e irresponsavelmente, mergulhados num consumo conspícuo irrefletido, enquanto maiorias silenciosas têm de contentar-se em viver com os restos do banquete dos aquinhoados, sofrendo toda sorte de privações, sem acesso a coisas básicas como água potável, saneamento básico, segurança alimentar, um lar, um emprego, salário com que possam sustentar suas famílias, razoável saúde, educação e segurança públicas.
Urge um homem novo, cidadão do mundo, não no plano do turismo ou dos negócios (muitos só enxergam até aí com suas vistas míopes e mentalidade infantil, crendo que o definidor da vida é o dinheiro, o sucesso, a vaidade), mas guerreiro na luta pela soberania e dignidade das populações mundiais, por um relacionamento mais racional e não meramente utilitarista com a natureza (a poluição advinda das atividades produtivas deveria ser contabilizada negativamente no cálculo do PIB), contra o poder político, econômico e militar concentrados e as autoridades sem legitimidade, contra os imbecis racistas, nazistas e adeptos dos obscurantismos de toda ordem, inclusive religiosos, enfim, na luta brava para termos nas mãos o leme do barco da História.
(...)
(VI)
UTOPIA?
Permitamos nos imaginar na órbita terrestre por alguns instantes. Olhando de lá, em direção ao nosso planeta, não veríamos a miríade de divisões geopolíticas, socioeconômicas, culturais, “raciais” (em termos biológicos, não existem raças), muito menos as bandeiras ou símbolos que, no imaginário coletivo, representam povos, ideologias, nações. De lá, veríamos apenas as diferenças naturais do globo terrestre, ficando evidente que este pequeno planeta azul, agraciado com a vida, a todos nós pertence. Cada um de nós é seu responsável e cada um de nós pertence a um mesmo todo, e o todo nos pertence, embora muitos acreditem ingenuamente que tal indivíduo, ou grupos de indivíduos, ou que tal empresa, ou grupos de empresas, sejam donas de partes do planeta, de seus recursos e riquezas naturais. O que estamos afirmando é que há uma prevalência do humano e de sua dignidade acima dos interesses do Capital, das empresas privadas, da propriedade privada, e também de demarcações ilusórias criadas pela geopolítica, pela religião e pelos costumes.
(continuam estes e outros temas)
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
E L E G I A
Hálitos gélidos.
Bocas murchas lilás.
Olhos lívidos de ressaca.
Canto triste.
A névoa densa e a chuva rala
Espreitam-lhes a dor,
Que paira e paira.
O céu plúmbeo parece reverenciá-los
Em um choque harmônico com o pesar instituído.
Uma ave entoa um grasno lúgubre.
Faz-se nesse instante um silêncio monástico.
Uma leve melancolia lampeja alma adentro
E aviva reminiscências várias:
Quantos risos rasgados de felicidade,
Regozijos de amores vividos,
E sonhos pintados em quadros que se fizeram pintar ou não.
Agora é o nada.
Musgos pululam no sepulcro sombrio
E enfeitam apropriadamente o leito eterno.
É a paragem da estrada a derradeira chegada.
Lápide hermética, torpor e continuidade.
Jorenilson Madeiros Medeiros
Bocas murchas lilás.
Olhos lívidos de ressaca.
Canto triste.
A névoa densa e a chuva rala
Espreitam-lhes a dor,
Que paira e paira.
O céu plúmbeo parece reverenciá-los
Em um choque harmônico com o pesar instituído.
Uma ave entoa um grasno lúgubre.
Faz-se nesse instante um silêncio monástico.
Uma leve melancolia lampeja alma adentro
E aviva reminiscências várias:
Quantos risos rasgados de felicidade,
Regozijos de amores vividos,
E sonhos pintados em quadros que se fizeram pintar ou não.
Agora é o nada.
Musgos pululam no sepulcro sombrio
E enfeitam apropriadamente o leito eterno.
É a paragem da estrada a derradeira chegada.
Lápide hermética, torpor e continuidade.
Jorenilson Madeiros Medeiros
DITOS ESPIRITUOSOS (OU QUASE...) parte 4
• O sentido da vida?? É este que acabei de dar...
• O tolo preocupa-se em ganhar mais e mais dinheiro; o sábio sequer importa-se em gastar o que tem
• O tolo está sempre discorrendo sobre si próprio. Quem o ignora é sábio
• Tire o foco de si mesmo para apreender a beleza das coisas
• A verdade nua e crua?? Estamos sós e somos corruptos
• Arte é angústia elaborada
• A mulher aceita o homem em sua vida; o homem sem a mulher rejeita a vida
• Tecnologia sem consciência é alienação
• Ironia: a morte, alimento da vida, essência da Evolução
• É relaxante estar sob ordens: de Deus, do presidente, do pai, do patrão; figuras paternas, isenta-nos da responsabilidade de pensar!!
Tádzio Nanan
• O tolo preocupa-se em ganhar mais e mais dinheiro; o sábio sequer importa-se em gastar o que tem
• O tolo está sempre discorrendo sobre si próprio. Quem o ignora é sábio
• Tire o foco de si mesmo para apreender a beleza das coisas
• A verdade nua e crua?? Estamos sós e somos corruptos
• Arte é angústia elaborada
• A mulher aceita o homem em sua vida; o homem sem a mulher rejeita a vida
• Tecnologia sem consciência é alienação
• Ironia: a morte, alimento da vida, essência da Evolução
• É relaxante estar sob ordens: de Deus, do presidente, do pai, do patrão; figuras paternas, isenta-nos da responsabilidade de pensar!!
Tádzio Nanan
terça-feira, 18 de agosto de 2009
A IGNOMÍNIA DA VIDA Por Adriano Oliveira Costa
Nos tempos atuais, em que a banalidade e o supérfluo sobrepõem-se a muitas das virtudes humanas, são tempos em que os bens materiais dizem quem você é e que a marca do seu carro vale mais que seu caráter, uma pergunta me aflige: o que é viver nos tempos atuais? O que molda o estilo de vida atual? É muita pretensão querer uma resposta definitiva, mas podemos esboçar alguns estratagemas.
O que leva as pessoas a buscar uma melhoria de vida, em termos materiais? Sei que temos que galgar objetivos na nossa vida, mas os meios será que são justificáveis? Sacrificar metade da sua vida, sem ver seus filhos crescendo, tudo em nome da independência financeira, é mesmo correto? Algumas pessoas dizem que vale a pena este sacrifício, mas jogo uma seguinte indagação: não seríamos apenas marionetes de interesses maiores, que querem CEO’s competentíssimos, mas se lixam da saúde e vida pessoal dos mesmos, vale mesmo a pena? Somente vale a pena se você souber contrabalançar os aspectos pessoais e profissionais, senão você não terá a alegria completa, mas um senhor patrimônio, mas como usufruí-lo, já que se desgastará tanto que não terá condições de saúde.
A sociedade também dispõe de muletas que nos fazem sobreviver, seja a religião, o sexo, as drogas, ilícitas e lícitas, a família, por que não a família? A sociedade quer que você tenha uma vida regrada, cotidianamente modorrenta, casa própria, filhos, encontros de casais, sair para jantar com casais amigos. Tudo isto o leva a se bestializar cada vez mais, é mais um mecanismo que regula sua vida.
A conclusão que chego é a seguinte: viva sua vida da maneira que seja mais correta para você. Quer entrar na ignomínia do capitalismo, entre! Quer ser um porra-louca sem destino, seja! Quer levar sua vidinha correta, com bom emprego, um casamento pequeno burguês, o carro do ano, leve! Só não se deixe guiar por convenções pré-estabelecidas que moldaram o way of life no pós-guerra e influenciaram a sociedade de consumo que solapou as verdadeiras virtudes do ser humano. Tenho, logo existo!
Vida
(Chico Buarque de Hollanda)
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
O que leva as pessoas a buscar uma melhoria de vida, em termos materiais? Sei que temos que galgar objetivos na nossa vida, mas os meios será que são justificáveis? Sacrificar metade da sua vida, sem ver seus filhos crescendo, tudo em nome da independência financeira, é mesmo correto? Algumas pessoas dizem que vale a pena este sacrifício, mas jogo uma seguinte indagação: não seríamos apenas marionetes de interesses maiores, que querem CEO’s competentíssimos, mas se lixam da saúde e vida pessoal dos mesmos, vale mesmo a pena? Somente vale a pena se você souber contrabalançar os aspectos pessoais e profissionais, senão você não terá a alegria completa, mas um senhor patrimônio, mas como usufruí-lo, já que se desgastará tanto que não terá condições de saúde.
A sociedade também dispõe de muletas que nos fazem sobreviver, seja a religião, o sexo, as drogas, ilícitas e lícitas, a família, por que não a família? A sociedade quer que você tenha uma vida regrada, cotidianamente modorrenta, casa própria, filhos, encontros de casais, sair para jantar com casais amigos. Tudo isto o leva a se bestializar cada vez mais, é mais um mecanismo que regula sua vida.
A conclusão que chego é a seguinte: viva sua vida da maneira que seja mais correta para você. Quer entrar na ignomínia do capitalismo, entre! Quer ser um porra-louca sem destino, seja! Quer levar sua vidinha correta, com bom emprego, um casamento pequeno burguês, o carro do ano, leve! Só não se deixe guiar por convenções pré-estabelecidas que moldaram o way of life no pós-guerra e influenciaram a sociedade de consumo que solapou as verdadeiras virtudes do ser humano. Tenho, logo existo!
Vida
(Chico Buarque de Hollanda)
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
domingo, 16 de agosto de 2009
DITOS ESPIRITUOSOS (OU QUASE...) parte 3
Mais consciência implica em mais responsabilidade
Sonhar demais é perder o dia; sonhar de menos é covardia
É só querendo que a gente começa a poder
O sábio não exige nada dos outros e tudo de si; o tolo não exige nada de si e tudo dos outros
A dúvida ensina à inteligência o aprimoramento; os obstáculos ensinam ao caráter a resistência
Paradoxo: na sociedade da abundância, falta o essencial...
O Deus Mercado adora sacrifícios humanos...
No reino do Capital, a Vaidade é rainha e o Orgulho é rei
O tolo é um gato que se crê tigre; o sábio é um tigre que se faz de gato
Vemos nossas carências, não nossas necessidades, refletidas nas vitrines das lojas
Tádzio Nanan
Sonhar demais é perder o dia; sonhar de menos é covardia
É só querendo que a gente começa a poder
O sábio não exige nada dos outros e tudo de si; o tolo não exige nada de si e tudo dos outros
A dúvida ensina à inteligência o aprimoramento; os obstáculos ensinam ao caráter a resistência
Paradoxo: na sociedade da abundância, falta o essencial...
O Deus Mercado adora sacrifícios humanos...
No reino do Capital, a Vaidade é rainha e o Orgulho é rei
O tolo é um gato que se crê tigre; o sábio é um tigre que se faz de gato
Vemos nossas carências, não nossas necessidades, refletidas nas vitrines das lojas
Tádzio Nanan
A VIDA: SUCESSÃO DE ACASOS...
A vida: sucessão de acasos...
A vida: equilíbrios tênues...
A carga do elétron fosse uma diferente
A força gravitacional diferente fosse
E nada existiria:
Nada de História
De Civilização
De Cultura
Nada de gente
E suas gloríolas
E pantomimas
E patéticos dramas e ambições inúteis e contradições latentes...
Mudanças infinitesimais e só o nada existiria
Engano-me!
Tudo existiria ainda
Essas imensidões universais, escuras, silentes, frias, vazias
O que não existiria: a sofrida consciência de que existem tais coisas
Estas coisas que só existem nas consciências...
Tádzio Nanan
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
HOUVE NOITES QUENTES COMO O DIA...
Picasso
Houve noites quentes como o dia...
Amei tão mais que Romeu ousara
Ao possuir-te, flor que nunca se entregara
Que te fiz meu mundo, tudo o que via
E vivi no paroxismo da fantasia
Faminto de tua sensualíssima graça
A beber-te o sangue numa taça
A devorar-te a carne na orgia
Mas amar é render-se ao que nos mata
Tu te foste. Preso fiquei em teu encanto
E me afogo nas vagas do meu pranto
Desespero: a presença de uma falta!
No teu corpo plantei minha saudade
Cujo pomo é este amargor que me invade
Tádzio Nanan
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
DITOS ESPIRITUOSOS (OU QUASE...) PARTE 2
• A música é extraordinária, mas o silêncio é fundamental
• O tolo troca seu tempo por dinheiro; o sábio troca seu dinheiro por tempo
• O sábio tem certeza apenas de suas dúvidas; o tolo tem certezas que ele próprio desconhece
• Ironia: a inteligência humana vai suplantar o Homem
• Ser bom faz bem
• Ficar calado é perder ótima oportunidade de dizer algo inteligente
• Elogios, ofensas, releve; foque no essencial
• A mente, como todo software, também está sujeita a vírus
• A dinâmica da vida humana é o conflito
• Quanto mais se confia, mas se exige
• Acumular bens é mais fácil que acumular talentos; acumular talentos é mais fácil que acumular virtudes
Tádzio Nanan
• O tolo troca seu tempo por dinheiro; o sábio troca seu dinheiro por tempo
• O sábio tem certeza apenas de suas dúvidas; o tolo tem certezas que ele próprio desconhece
• Ironia: a inteligência humana vai suplantar o Homem
• Ser bom faz bem
• Ficar calado é perder ótima oportunidade de dizer algo inteligente
• Elogios, ofensas, releve; foque no essencial
• A mente, como todo software, também está sujeita a vírus
• A dinâmica da vida humana é o conflito
• Quanto mais se confia, mas se exige
• Acumular bens é mais fácil que acumular talentos; acumular talentos é mais fácil que acumular virtudes
Tádzio Nanan
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
SUBVERSÃO
A unidade da contradição
A superfície do abismo
A comicidade do terrorismo
E da privação
O método da divagação
O cânone do ateísmo
A saciedade do consumismo
E da especulação
O esforço da inspiração
A eficácia do vandalismo
A ascese do hedonismo
E da perversão
A dúvida da conclusão
E do fundamentalismo
O livre-arbítrio do fatalismo
E da alienação
O cálculo da compulsão
A tara do moralismo
A fé do comunismo
A face da multidão
Tádzio Nanan
A superfície do abismo
A comicidade do terrorismo
E da privação
O método da divagação
O cânone do ateísmo
A saciedade do consumismo
E da especulação
O esforço da inspiração
A eficácia do vandalismo
A ascese do hedonismo
E da perversão
A dúvida da conclusão
E do fundamentalismo
O livre-arbítrio do fatalismo
E da alienação
O cálculo da compulsão
A tara do moralismo
A fé do comunismo
A face da multidão
Tádzio Nanan
terça-feira, 11 de agosto de 2009
LED ZEPPELIN
LED ZEPPELIN
Estava a refletir com meus parcos botões sobre coisas banais da vida e num destes percalços divagantes cheguei novamente em uma de minhas paixões, o rock’n roll. Qual a melhor banda? O melhor guitarrista? O melhor isso e aquilo, coisas que todos os apaixonados por este estilo musical adoram discutir. Deixo logo minha opinião: a melhor banda é The Beatles, pela originalidade, pela variedade de estilos, tinha dois compositores competentes, um produtor genial e outros motivos mais. Mas porque o título fala de uma banda e acabei esbarrando em outra?
Com o fim dos Beatles em 1970, ficou uma pergunta, quem iria sucedê-los no trono do rock. Rolling Stones, The Who ou outros menos votados. Eis que surge em 1968 uma banda que iria moldar um estilo e ser o sucessor, com méritos, da banda de Liverpool. Logo em 1969 lançam dois LP’s clássicos intitulados apenas I e II. O
primeiro, ainda tem uma crueza primal com influência do Blues e dos Yardbirds, banda de onde o guitarrista, produtor musical e ex-músico de estúdio Jimmy Page advinha. Contém clássicos instantâneos como Communication Breakdown, Good Times Bad Times, Dazed and Confusion, How Many More Times, todas as músicas são boas, não há nenhum senão, claro que é uma banda ainda montando um estilo, mas mostra-se competência logo no pontapé inicial. O segundo já mostra uma banda com mais personalidade e firmando um estilo, abre logo com um dos clássicos do rock, Whole Lotta Love, seguido da bela Thank You, além dos clássicos Heartbreaker e What is And What Should Never Be. Este segundo disco leva o Led a escalas mais altas, conquistando primeiro a América, depois fazendo milagre em casa.
Em 1970 vem o terceiro LP, intitulado apenas III, com o Led introduzindo outros temas como baladas acústicas, música celta e psicodelismo, mas o rock pesado está lá com Immigrant Song, Celebration Day e Out on The Tiles e o clássico blues Since I’ve Been Loving You. Incomodou alguns fãs e a crítica, que nunca digeriu muito bem o Led, é um disco muito bom, mas em minha opinião, inferior aos dois primeiros. Em 1971 veio o que é considerado o ápice da banda, o disco IV. Neste ponto o Led já era a maior banda do planeta, com turnês intermináveis, shows animalescos, vendas de discos excelentes. Faltava um hino para ficar para o sempre, um Yesterday, a banda conseguiu isto com a canção Stairway to Heaven, uma conjunção de todas as características da banda, peso, melodia e psicodelia, tudo na medida certa. O disco é muito bom, quem já o escutou sabe o que estou falando, desde o rockão Black Dog até o power bues When The Levee Breaks.
Vieram mais dois discos excelentes, o eclético Houses Of The Holy e o maravilhoso Physical Graffiti, que sedimentaram o Led Zeppelin no panteão dos grandes do rock. Depois a banda passou por alguns apuros e lançou mais dois discos o pesado Presence e o canto de cisne In Through The Out Door. O que ficou como espólio do Led Zeppelin para a história do rock? Uma conjunção de músicos que se encaixou perfeitamente na proposta pensada por Jimmy Page, todos de excelente qualidade, músicas que definiram o hard rock e marcaram a década de 70 e principalmente levou-os a vingar como a segunda força do rock, atrás apenas dos Beatles, como externei anteriormente. Houve erros, excessos, egos inflados, mas o que seria o rock sem isto, seria de uma chatice progressiva imensa.
Adriano Oliveira Costa
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
A GUERRA
a guerra paira no ar
com seu pútrido odor de
corpos cravejados pela insensatez humana
a guerra e nossos desejos assassinados
a guerra e nossas plenitudes esvaziadas
a guerra e nossas saudades não vividas
a guerra paira no ar
aqui, alhures
ontem, hoje
sempre??
a guerra:
flecha no peito do Tempo
cicatriz no corpo da História
constante da Civilização
idéia fixa do Humano??
a guerra:
periclitante espada sobre nossas consciências
sombra de apetite voraz...
nossa sombra??
como evitar seu abraço mortal se quando nos pomos em marcha ela mais velozmente viaja e aos nossos calcanhares se agarra e nos freia e nos lembra da contradição humana imanente: nossa fenda psíquica
“o homem não é senhor nem mesmo em sua própria casa”...
“Decifra-me ou devoro-te”
avisa a vetusta cantadeira...
a voz dela será a nossa??
somos a imagem refletida em seu espelho??
ah que bom seria o meio-dia, quando dormem as sombras
ah um sempiterno meio-dia...
tádzio nanan
40 ANOS DO FALECIMENTO DO EMINENTE FILÓSOFO THEODOR ADORNO
Monumento em homenagem ao filósofo Theodor Adorno, em Frankfurt (objetos pessoais do filósofo)
Há poucos dias, em 06 de Agosto de 2009, completaram-se 40 anos do falecimento absolutamente imprevisto do filósofo alemão Theodor Adorno. Ainda jovem, a apenas um mês de completar 66 anos, e gozando plenamente de suas faculdades, ele deixou abruptamente esse mundo que, suponho eu, talvez tenha se tornado hostil e aterrador demais para ele.
Os prognósticos de Adorno, feitos ainda na década de 1940, que indicavam um quase irrefreável processo de transição para um capitalismo totalmente administrado, além do triunfo esmagador da coletividade sobre o sujeito e a degeneração da cultura em mero bem cultural, mostram-se atualmente dificilmente contestáveis e, certamente, suficientemente relevantes para que sua obra seja considerada ainda de grande importância para uma melhor compreensão da realidade atual, bem como para a geração de novos impulsos aos debates sobre a emancipação humana e social.
Vale ressaltar que, mesmo em seus momentos mais sombrios, Adorno se recusa a abandonar o desejo de alcançar “o inteiramente outro” (das ganz Andere) e insiste em defender a importância do pensamento crítico como “garrafas atiradas ao mar” para destinatários desconhecidos. A beleza e generosidade do seu pensamento residem, sobretudo, no fato de ele não estar fechado, não estar pronto e acabado - aliás, a necessidade constante de reformulação a fim de dar conta das transformações históricas é elemento essencial para a caracterização de toda Teoria Crítica. Como bom teórico crítico, portanto, ele nos convida insistentemente a pensar com ele, a enriquecer suas idéias, a não colaborar (nicht mitmachen) com forma alguma de submissão do pensamento, a negar e, por que não dizer, a agir. Sim, Adorno nos convida constantemente à práxis. Certamente, não a uma práxis comprometida meramente com a necessidade de se ter uma práxis qualquer, mas a uma práxis verdadeiramente envolvida com a mudança. Contra as acusações de que, ao recusar engajar-se politicamente, ele estaria tão-somente afirmando o status quo Adorno responde que, “o pensador crítico não-comprometido que não subordina sua consciência nem permite que o terror o impulsione à ação é, na verdade, aquele que não desiste”.
Que saibamos usufruir de seu rico legado e, por fim, que não desistamos.
Ana Carolina Nanan, mestranda em Filosofia/UFC
domingo, 9 de agosto de 2009
DITOS ESPIRITUOSOS (OU QUASE...) PARTE 1
• São as pequenas mentiras que tornam a vida em comum possível
• O pior escravo é o que se crê livre
• Quando tudo estiver escuro, ILUMINE-SE
• Levar-se a sério é um erro sério
• O risco que se corre é menor que o risco de não correr o risco que se corre
• Só quem espera pouco pode ganhar muito
• A intolerância é quando o ódio desposa a ignorância
• É algo realmente fundamental, para que mesmo?
• Elogio desvia
• Lucidez demais é loucura?
• Nossos inimigos nos fazem vigilantes; nossos amigos, pobres
• Culpa demais é neurose; culpa de menos é psicopatia; culpa na medida certa!
Tádzio Nanan
sábado, 8 de agosto de 2009
M U L H E R
Encontrar no teu corpo o homem refém da criança
Com teus braços cultivar e colher a flor da esperança
No teu olhar viver a Paz e no gesto e no sorriso de menina
Que resgatam o transviado até e lhe transformam a sina
Penélope, Atena, Joana, Tereza, Maria
Infinitos o caos e a noite sem tua magia
Teu exemplo semeia virtudes e esparge luz
Na sombria face que ao Masculino seduz
No coração, relicário de emoções, guardas tudo
Até o rancor, que se revela em teu olhar doído e mudo
Mas é a compaixão, divina herança, tua fortaleza
Teu corpo é bálsamo, glória da natureza
A beleza universal resumida num só ponto
Ao qual tudo converge: inefável encontro
Tádzio Nanan
Com teus braços cultivar e colher a flor da esperança
No teu olhar viver a Paz e no gesto e no sorriso de menina
Que resgatam o transviado até e lhe transformam a sina
Penélope, Atena, Joana, Tereza, Maria
Infinitos o caos e a noite sem tua magia
Teu exemplo semeia virtudes e esparge luz
Na sombria face que ao Masculino seduz
No coração, relicário de emoções, guardas tudo
Até o rancor, que se revela em teu olhar doído e mudo
Mas é a compaixão, divina herança, tua fortaleza
Teu corpo é bálsamo, glória da natureza
A beleza universal resumida num só ponto
Ao qual tudo converge: inefável encontro
Tádzio Nanan
Sugestão de filmes: a complexidade de ser PAI
Antes deste domingo, seria interessante verificar alguns filmes de primeira qualidade em DVD que abordam os distintos desafios da paternidade. Dada a sua recorrência em tantos filmes, sem dúvida há aqueles que abordam os confusos e atrapalhados sentimentos de um pai, de forma cômica ou tragicômica (“O Paizão” de 1999, “Olha só quem está falando” de 1989, Flores Partidas de 2005, O pai da noiva, o primeiro de 1950 e a refilmagem de 1991), mas também há o outro lado que é muito mais complexo, porém mais realista, que envolve responsabilidade, sofrimento e as dificuldades da convivência ou o tempo perdido pela carência dela, com os filhos.
Nesta vertente, está um dos mais desoladores filmes estrangeiros, uma verdadeira obra-prima do neo-realismo italiano de pós-guerra e, sem dúvida, um marco do cinema mundial, do diretor Vittorio de Sica: Ladrões de Bicicleta (Ladri di biciclette) de 1948. O filme trata da condição de proletariedade extrema, onde dentro desta condição ressalta-se as dificuldades financeiras e certas humilhações que um pai passa para poder oferecer o básico para sua família.
Também se encontra no topo dessa lista, um filme que expõe uma relação conturbada entre pai e filho: “Vidas Amargas” (East of Eden) de 1955. Este filme de Elia Kazan foi baseado no livro de John Steinbeck, “A Leste do Paraíso”, onde este retrata o bem e o mal, inspirado no conto bíblico de Caim e Abel. No filme, Carl, personagem de James Dean, desde a infância, luta obsessivamente pelo amor do pai.
Pulando para décadas posteriores o filme italiano “O Quarto do filho” de 2001, é um filme belo, humano e com um roteiro simples, onde o cineasta italiano Nanni Moretti realiza um drama comovente entre pai e filho ao abordar com sutileza a dor da perda, o luto.
O filme “Quando você viu seu pai pela última vez?” de 2007, tem uma narrativa próxima ao do filme anterior. Ele é uma adaptação do romance biográfico de Blake Morrison que descreve suas memórias durante o período em que se relaciona com o pai prestes a morrer. Este drama britânico narra a reaproximação entre pai e filho, de forma contida, depois de anos de distanciamento entre eles.
Existem muitos outros filmes que aqui poderiam ser abordados, como “O garoto”, de 1921, “A vida é bela”, de 1997, “Traídos pelo destino”, de 2007, Ensinando a viver, de 2007, etc.. Mas eu não poderia escrever sobre tantos filmes num mero blog, assim como ninguém poderia assisti-los todos num único Domingo, não é mesmo?...Seria uma forma diferente de emocionar um pai, deixando que as mensagens dos filmes explicitem o que nós já sentimos e sabemos: o amor e o valor que um pai tem em nossas vidas. Fecho aqui estes comentários com uma passagem do mineiro Rubem Alves, que na literatura e na poesia encontrou a alegria que o manteve vivo nas horas más por que passou:
O Pai.
“Sei que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora.Sei que é inevitável que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.Sei que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alto da palmeira...Mas, o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo...”
Karol Polaca
Estilista
Nesta vertente, está um dos mais desoladores filmes estrangeiros, uma verdadeira obra-prima do neo-realismo italiano de pós-guerra e, sem dúvida, um marco do cinema mundial, do diretor Vittorio de Sica: Ladrões de Bicicleta (Ladri di biciclette) de 1948. O filme trata da condição de proletariedade extrema, onde dentro desta condição ressalta-se as dificuldades financeiras e certas humilhações que um pai passa para poder oferecer o básico para sua família.
Também se encontra no topo dessa lista, um filme que expõe uma relação conturbada entre pai e filho: “Vidas Amargas” (East of Eden) de 1955. Este filme de Elia Kazan foi baseado no livro de John Steinbeck, “A Leste do Paraíso”, onde este retrata o bem e o mal, inspirado no conto bíblico de Caim e Abel. No filme, Carl, personagem de James Dean, desde a infância, luta obsessivamente pelo amor do pai.
Pulando para décadas posteriores o filme italiano “O Quarto do filho” de 2001, é um filme belo, humano e com um roteiro simples, onde o cineasta italiano Nanni Moretti realiza um drama comovente entre pai e filho ao abordar com sutileza a dor da perda, o luto.
O filme “Quando você viu seu pai pela última vez?” de 2007, tem uma narrativa próxima ao do filme anterior. Ele é uma adaptação do romance biográfico de Blake Morrison que descreve suas memórias durante o período em que se relaciona com o pai prestes a morrer. Este drama britânico narra a reaproximação entre pai e filho, de forma contida, depois de anos de distanciamento entre eles.
Existem muitos outros filmes que aqui poderiam ser abordados, como “O garoto”, de 1921, “A vida é bela”, de 1997, “Traídos pelo destino”, de 2007, Ensinando a viver, de 2007, etc.. Mas eu não poderia escrever sobre tantos filmes num mero blog, assim como ninguém poderia assisti-los todos num único Domingo, não é mesmo?...Seria uma forma diferente de emocionar um pai, deixando que as mensagens dos filmes explicitem o que nós já sentimos e sabemos: o amor e o valor que um pai tem em nossas vidas. Fecho aqui estes comentários com uma passagem do mineiro Rubem Alves, que na literatura e na poesia encontrou a alegria que o manteve vivo nas horas más por que passou:
O Pai.
“Sei que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora.Sei que é inevitável que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.Sei que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alto da palmeira...Mas, o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo...”
Karol Polaca
Estilista
De cangaceiros, jagunços e parlamentares.
Essa semana foi animada no Senado!!! É impressionante como nossos senadores defendem seus pontos-de-vista, e seus aliados, principalmente. Tomara que eles defendam assim os interesses da nação!
Pensem em algo pra dá medo a qualquer cristão (e à ateu,também): os olhos de Collor enfurecidos - que espírito malévolo se apossou daquele homem, hein? - juro que pensei que seu pescoço giraria em 36¬0 graus e cuspiria vômito em Pedro Simon.
E o final da Sessão do dia 06, não menos emocionante o foi: Renan Calheiros, esse exemplo de político a ser seguido pelas novas gerações, inquirindo o nosso Galeguinho acerca de seus jatos, chamando-o de coronel de terceira, entre outros epítetos nem tão lisonjeiros...Que belo espetáculo!!! Estava esperando que alguém puxasse uma peixeira e retalhasse o buço do outro, na melhor tradição do Nordeste (ah, que pena!)
E vocês sabem de quem é a culpa dessa esculhambação toda: sua! e minha também, de todos nós que votamos, ainda, nesse tipo de político, que se perpetua no poder desde a República Velha, graças à miséria da imensa maioria, à passividade de todos e o conformismo natural de quem já está acostumado a apanhar sempre. E eles, como nossos representantes, nos representam muito bem, exteriorizando, em seus atos e ações, nosso caráter macunaímico, de quem quer se dá bem sempre, tirar proveito dos privilégios que gozam e priorizar seus interesses particulares em detrimento dos da nação.
E vocês acham que tem jeito? Bem, não sei... Mas vamos continuar tentando, apesar de minha natureza humeniana não acreditar nem um pouco no ser humano, o jeito é fingir que acredito!
Jorenilson Madeiros Medeiros
Economistas, Escritor, Músico, Poeta
Pensem em algo pra dá medo a qualquer cristão (e à ateu,também): os olhos de Collor enfurecidos - que espírito malévolo se apossou daquele homem, hein? - juro que pensei que seu pescoço giraria em 36¬0 graus e cuspiria vômito em Pedro Simon.
E o final da Sessão do dia 06, não menos emocionante o foi: Renan Calheiros, esse exemplo de político a ser seguido pelas novas gerações, inquirindo o nosso Galeguinho acerca de seus jatos, chamando-o de coronel de terceira, entre outros epítetos nem tão lisonjeiros...Que belo espetáculo!!! Estava esperando que alguém puxasse uma peixeira e retalhasse o buço do outro, na melhor tradição do Nordeste (ah, que pena!)
E vocês sabem de quem é a culpa dessa esculhambação toda: sua! e minha também, de todos nós que votamos, ainda, nesse tipo de político, que se perpetua no poder desde a República Velha, graças à miséria da imensa maioria, à passividade de todos e o conformismo natural de quem já está acostumado a apanhar sempre. E eles, como nossos representantes, nos representam muito bem, exteriorizando, em seus atos e ações, nosso caráter macunaímico, de quem quer se dá bem sempre, tirar proveito dos privilégios que gozam e priorizar seus interesses particulares em detrimento dos da nação.
E vocês acham que tem jeito? Bem, não sei... Mas vamos continuar tentando, apesar de minha natureza humeniana não acreditar nem um pouco no ser humano, o jeito é fingir que acredito!
Jorenilson Madeiros Medeiros
Economistas, Escritor, Músico, Poeta
Baião, Rock and Roll e um Maluco Beleza
No final da década de 40, a musica brasileira conheceu um tempero novo: o Baião; seu artífice, um pernambucano de Exu, chamado artisticamente Luis Gonzaga, um sujeito que trazia uma música nova, alegre, quase falada que retratava o homem simples dos rincões do sertão esquecido, tendo como instrumento característico a sanfona, incluindo, assim, o Nordeste no rico universo da música brasileira.
Simultaneamente, no interior dos Estados Unidos, surgia uma musica nova, marginal, pois trazia em sua genética a alma negra, alegre e sensual: nascia o Rock and roll, e sua maior expressão apresentou-se na figura de um jovem caipira do Tennessee, de nome Elvis Presley, que difundiu a música para o mundo, influenciando uma infinidade de jovens mundo a fora, entre eles um baiano, fã de Luis Gonzaga e que também não resistiu àquela música americana, símbolo de tudo que era jovem, rebelde e moderno, chamado Raul Seixas. A partir daí, a vida pessoal e artística de Raul Seixas seria marcada pela amálgama de suas influências: o Baião dava a mão ao Rock and roll e não mais se distanciaram, ainda que nem sempre perceptível essa simbiose, ela fazia parte do código genético musical de Raul Seixas.
Como nota necrológica, Agosto foi o mês em que os três morreram, ainda que alguns insistam que Elvis não morreu! Pelo menos, deixou de ser visto enquanto humano, por aí. Até nisso os três artistas se uniram para deixar Agosto mais animado em homenagens.
E aqui, manifesto a minha reverência: toquem Raul, Elvis e Luis, eternamente!
Jorenilson Madeiros Medeiros
Economista, Escritor, Músico, Poeta
Simultaneamente, no interior dos Estados Unidos, surgia uma musica nova, marginal, pois trazia em sua genética a alma negra, alegre e sensual: nascia o Rock and roll, e sua maior expressão apresentou-se na figura de um jovem caipira do Tennessee, de nome Elvis Presley, que difundiu a música para o mundo, influenciando uma infinidade de jovens mundo a fora, entre eles um baiano, fã de Luis Gonzaga e que também não resistiu àquela música americana, símbolo de tudo que era jovem, rebelde e moderno, chamado Raul Seixas. A partir daí, a vida pessoal e artística de Raul Seixas seria marcada pela amálgama de suas influências: o Baião dava a mão ao Rock and roll e não mais se distanciaram, ainda que nem sempre perceptível essa simbiose, ela fazia parte do código genético musical de Raul Seixas.
Como nota necrológica, Agosto foi o mês em que os três morreram, ainda que alguns insistam que Elvis não morreu! Pelo menos, deixou de ser visto enquanto humano, por aí. Até nisso os três artistas se uniram para deixar Agosto mais animado em homenagens.
E aqui, manifesto a minha reverência: toquem Raul, Elvis e Luis, eternamente!
Jorenilson Madeiros Medeiros
Economista, Escritor, Músico, Poeta
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
P E R F E I Ç Ã O
O afã por perfeição, o desejo pela idéia absoluta,
Fascina, intriga a razão, põe-na refém e mais culta.
Vai-nos envolvendo, feito teia, feito canto de sereia,
Se ingenuamente cremos na falácia que a permeia...
Busca atroz, colérica, inextinguível
Revelando-se quase sempre inexeqüível:
A diferença entre a potência e o ato
Entre o onipotente sonho e o fato...
Indômita idéia, fugidia, cigana,
Desdenhando da condição humana,
Repleta de uma natural lassidão...
Sopro divino acalentando o coração.
Esforço sem par sonhando a delicadeza.
Rosa de chumbo!! Hedionda beleza!!
Tádzio Nanan
Fascina, intriga a razão, põe-na refém e mais culta.
Vai-nos envolvendo, feito teia, feito canto de sereia,
Se ingenuamente cremos na falácia que a permeia...
Busca atroz, colérica, inextinguível
Revelando-se quase sempre inexeqüível:
A diferença entre a potência e o ato
Entre o onipotente sonho e o fato...
Indômita idéia, fugidia, cigana,
Desdenhando da condição humana,
Repleta de uma natural lassidão...
Sopro divino acalentando o coração.
Esforço sem par sonhando a delicadeza.
Rosa de chumbo!! Hedionda beleza!!
Tádzio Nanan
PAIXÃO
O que é esta palavra oxítona que denota e detona reações tão díspares nos corações humanos? Poetas deleitaram-se a contemplando e reverenciando-a. Aproveitou-se de sua jugular atração e firmaram todo seu arsenal e miraram seu cipoal de palavras a explicá-la. O que eu, um reles suburbano com um curso secundário hei de somar a esta oblíqua palavra?
Emoção? Vivência? Serei somente um ser a reclamar da existência como fizeram alguns poetas? Não! Estou somente a alegrar-me de estar com este sentimento enraizado em mim, mesmo que não seja correspondido, ainda melhor, mais sofrido é que se tornam bons, vide músicas, filmes, propaganda e este lamento que vós lestes.
Não reclamo da minha falta de sorte, trato e dinheiro, os vértices que moldam o mundo, mas somente de uma pequena oportunidade de regojizar-me e sair desta história bem mais otimista e flexível. O mundo pede de você preparo? Sim! Pede de você cultura? Sim! Mas cobra-lhe dinheiro, carro zero, ascensão social e um nível cultural médio, para tratar de questões óbvias e pueris. Por que fiz este microscópico desabafo? Galantear-me-ei a dizer que eu poderia usufruir todas estas bazofias, mas o que adianta? Firmar um personagem para conquistar a sua Marília ou Beatriz, ou ser você mesmo e mostrar toda a sua vida cotidiana e tacanha?
Viver é mais complicado, dirão os bem mais prudentes realistas, mas viver não é só prática, é sonho e sonhar com o seu amor que é impossível torna sua vida ao mesmo tempo ilíadica e improvável, a paixão tem contornos sutis que o levam ao esplendor e ao regojizo temporal e pueril. Poderás chamar-me de tolo, decerto serei, mas com todo o orgulho de inclinar-me a este sentimento que me leva a sonhar e ufanar dias melhores.
Será que a palavra oxítona que me referi no primeiro parágrafo é bem correspondida em meu ser? Pelas minhas lamúrias supracitadas a reposta já está subentendida. O que nós pobres sôfregos apaixonados devemos fazer? Beber, sonhar, esperar, buscar, ligar, conectar ou somente desfrutar de uma das maiores sensações que o seu íntimo pode aspirar.
Palavra de quem sofreu: experimente a paixão e deleite-se sobre ela.
Adriano Oliveira Costa
Economista, bancário, torcedor do ceará e apaixonado eterno e não correspondido.
Emoção? Vivência? Serei somente um ser a reclamar da existência como fizeram alguns poetas? Não! Estou somente a alegrar-me de estar com este sentimento enraizado em mim, mesmo que não seja correspondido, ainda melhor, mais sofrido é que se tornam bons, vide músicas, filmes, propaganda e este lamento que vós lestes.
Não reclamo da minha falta de sorte, trato e dinheiro, os vértices que moldam o mundo, mas somente de uma pequena oportunidade de regojizar-me e sair desta história bem mais otimista e flexível. O mundo pede de você preparo? Sim! Pede de você cultura? Sim! Mas cobra-lhe dinheiro, carro zero, ascensão social e um nível cultural médio, para tratar de questões óbvias e pueris. Por que fiz este microscópico desabafo? Galantear-me-ei a dizer que eu poderia usufruir todas estas bazofias, mas o que adianta? Firmar um personagem para conquistar a sua Marília ou Beatriz, ou ser você mesmo e mostrar toda a sua vida cotidiana e tacanha?
Viver é mais complicado, dirão os bem mais prudentes realistas, mas viver não é só prática, é sonho e sonhar com o seu amor que é impossível torna sua vida ao mesmo tempo ilíadica e improvável, a paixão tem contornos sutis que o levam ao esplendor e ao regojizo temporal e pueril. Poderás chamar-me de tolo, decerto serei, mas com todo o orgulho de inclinar-me a este sentimento que me leva a sonhar e ufanar dias melhores.
Será que a palavra oxítona que me referi no primeiro parágrafo é bem correspondida em meu ser? Pelas minhas lamúrias supracitadas a reposta já está subentendida. O que nós pobres sôfregos apaixonados devemos fazer? Beber, sonhar, esperar, buscar, ligar, conectar ou somente desfrutar de uma das maiores sensações que o seu íntimo pode aspirar.
Palavra de quem sofreu: experimente a paixão e deleite-se sobre ela.
Adriano Oliveira Costa
Economista, bancário, torcedor do ceará e apaixonado eterno e não correspondido.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Nas favelas, no Senado...
E então, mais uma vez, estamos contemplando uma crise (grave!) se desenrolando no Senado e, como sabemos, crise significa oportunidade: oportunidade de os responsáveis se darem bem novamente e nos fazerem de palhaços, como sempre. E, em pouco tempo, esta será outra crise esquecida que dará lugar a uma novinha.
Se tomarmos apenas os últimos vinte anos de vida política nacional, veremos que tantos foram os escândalos (impeachment; pastas-rosa; anões do orçamento; parabólicas; mensalões; bunkers sexuais, entre outros) que nos habituamos com eles, banalizando-os, sem nos darmos conta dos seus impactos. A certeza da impunidade, como conseqüência desse nosso descaso com os fatos, evidencia-se quando vemos um presidente da República chamando os senadores de pizzaiolos(!!!)
Não fosse a Imprensa, ainda que parcial e comprometida com os interesses do poder econômico, não teríamos conhecimento de quase nenhum desses atos escusos dos nossos agentes públicos. O pior é presenciarmos políticos de probidade duvidosa exaltarem um clamor cívico que causa espanto em quem os conhece bem!
O que percebo é que a politicalha venceu a Política. E enquanto as favelas se urbanizam,``...no Senado, sujeira pra todo lado...”
Jorenilson Medeiros
Economista, Músico, Escritor, Poeta
Se tomarmos apenas os últimos vinte anos de vida política nacional, veremos que tantos foram os escândalos (impeachment; pastas-rosa; anões do orçamento; parabólicas; mensalões; bunkers sexuais, entre outros) que nos habituamos com eles, banalizando-os, sem nos darmos conta dos seus impactos. A certeza da impunidade, como conseqüência desse nosso descaso com os fatos, evidencia-se quando vemos um presidente da República chamando os senadores de pizzaiolos(!!!)
Não fosse a Imprensa, ainda que parcial e comprometida com os interesses do poder econômico, não teríamos conhecimento de quase nenhum desses atos escusos dos nossos agentes públicos. O pior é presenciarmos políticos de probidade duvidosa exaltarem um clamor cívico que causa espanto em quem os conhece bem!
O que percebo é que a politicalha venceu a Política. E enquanto as favelas se urbanizam,``...no Senado, sujeira pra todo lado...”
Jorenilson Medeiros
Economista, Músico, Escritor, Poeta
PLÁCIDA SOLIDÃO
Verdes matas da minha alma a desvendar.
Viver de horrores para compensar minha devassidão e solidão.
Placidez ignorante do meu ser a deslindar.
Vida inimiga a assombrar-me e levar-me à defecção.
Álcool amigo a socorrer-me e preencher.
Devaneios tolos e pueris a mexer em meu ser.
Corroer minha emoção que invade minhas paixões e afasta do meu convívio pessoas amigas, família e calcifica meu coração.
Ah solidão! Porque tu és tão assídua e amiga, socorrendo-me nos meus momentos de aflição.
“living is easy if eye is closed, misunderstanding all you see......”
Trecho de Strawberry Fields Forever (Lennon/McCartney)
Adriano Oliveira Costa
Economista, bancário e torcedor do Ceará
Viver de horrores para compensar minha devassidão e solidão.
Placidez ignorante do meu ser a deslindar.
Vida inimiga a assombrar-me e levar-me à defecção.
Álcool amigo a socorrer-me e preencher.
Devaneios tolos e pueris a mexer em meu ser.
Corroer minha emoção que invade minhas paixões e afasta do meu convívio pessoas amigas, família e calcifica meu coração.
Ah solidão! Porque tu és tão assídua e amiga, socorrendo-me nos meus momentos de aflição.
“living is easy if eye is closed, misunderstanding all you see......”
Trecho de Strawberry Fields Forever (Lennon/McCartney)
Adriano Oliveira Costa
Economista, bancário e torcedor do Ceará
terça-feira, 4 de agosto de 2009
OS ÓCULOS DO JOHN OU O OLHAR DO PAUL
Parafraseando um egocêntrico compositor tupiniquim levei-me a concentrar esforços e refletir: quem ganhou a boa guerra nos campos do rock’n roll, a porra-louquice lennoniana ou o bom-moçismo mccartniano? Refletindo em termos de espólio podemos dizer que o Paul saiu vitorioso, vide a melodiosa e tediosa música pop britânica, como os insípidos Coldplay e Travis. O melodista maior da música pop vingou a morte do seu parceiro estabelecendo um reinado que beira um despotismo esclarecido, mesmo sem lançar nada de relevante em termos de música, na opinião deste conspícuo escriba, desde o bom Off The Ground (1993). Os seguidores de Sir McCartney sempre se valem das mesmas escalas melódicas que partem de melodias doces com cada nota colocada no seu lugar, desde os Skanks da vida aos pretenciosos do Muse.
Mas o mundo não seria um pouco mais animado sem o açúcar mccartiniano? Com certeza, sim, mas há o lado Lennon. Músico limitado, egocêntrico, polemista, pacifista, frasista, estes são alguns dos adjetivos que seus detratores utilizam. Mas o que seria o rock’n roll sem seu maior personagem? A engrenagem beatle valia-se desta dicotomia que beirava o distúrbio bipolar controlado por um psiquiatra musical dos maiores: Sir George Martin (mas aí cabe outro texto).
O lado lennoniano verteu-se em música de protesto que se desvaneceu, o rock básico tornou-se fórmula de remédio, o rock tradicional virou caricatura, enfim Lennon perdeu essa guerra. Esta conclusão que destilo nestas parcas linhas reveste-se de um protesto contra a engrenagem rock, não a Paul um dos poucos que militaram neste gênero musical que merecem a alcunha de artista, diferentemente dos Mick Jagger’s da vida que compõem mais um personagem do que um músico. É somente para alertar principalmente aos mais jovens que o grande Paul McCartney merece ser ouvido mais do que seus soldados rasos no campo de batalha rock’n roll.
Adriano Oliveira Costa, economista, bancário e torcedor do Ceará
Mas o mundo não seria um pouco mais animado sem o açúcar mccartiniano? Com certeza, sim, mas há o lado Lennon. Músico limitado, egocêntrico, polemista, pacifista, frasista, estes são alguns dos adjetivos que seus detratores utilizam. Mas o que seria o rock’n roll sem seu maior personagem? A engrenagem beatle valia-se desta dicotomia que beirava o distúrbio bipolar controlado por um psiquiatra musical dos maiores: Sir George Martin (mas aí cabe outro texto).
O lado lennoniano verteu-se em música de protesto que se desvaneceu, o rock básico tornou-se fórmula de remédio, o rock tradicional virou caricatura, enfim Lennon perdeu essa guerra. Esta conclusão que destilo nestas parcas linhas reveste-se de um protesto contra a engrenagem rock, não a Paul um dos poucos que militaram neste gênero musical que merecem a alcunha de artista, diferentemente dos Mick Jagger’s da vida que compõem mais um personagem do que um músico. É somente para alertar principalmente aos mais jovens que o grande Paul McCartney merece ser ouvido mais do que seus soldados rasos no campo de batalha rock’n roll.
Adriano Oliveira Costa, economista, bancário e torcedor do Ceará
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Carnaval de Contrastes
Faces velhas e retrógradas apresentam perante a mim em espetáculos deprimentes que me fazem refletir:
Há salvação para a arte?
Há salvação para a política?
Há salvação para mim e você?
Buscas antigas levam-me a seguinte conclusão: viver no Brasil é a verdadeira arte para a salvação.
Vidas perdidas, caos social, violência banal, esta é a realidade que abre alas sobre nós nesse incessante carnaval.
País do futuro, presente obscuro, passado obtuso e vocês ainda esperam salvação para a arte, política e para nós dois.
Adriano Costa
Economista, bancário e torcedor do Ceará
Há salvação para a arte?
Há salvação para a política?
Há salvação para mim e você?
Buscas antigas levam-me a seguinte conclusão: viver no Brasil é a verdadeira arte para a salvação.
Vidas perdidas, caos social, violência banal, esta é a realidade que abre alas sobre nós nesse incessante carnaval.
País do futuro, presente obscuro, passado obtuso e vocês ainda esperam salvação para a arte, política e para nós dois.
Adriano Costa
Economista, bancário e torcedor do Ceará
Daniel Day-Lewis
Uma pergunta vem mexendo com meus deslindados neurônios. Qual o grande ator do cinema atual? Na minha pobre ignorância de cinéfilo amador, arrisco-me a afirmar com certa convicção: Daniel Day-Lewis é o grande artesão da arte nobre de compor um personagem e dar-lhe a intensidade necessária que só um grande ator pode passar.
Uma pergunta inquieta-me, por que um vencedor de dois prêmios Oscar não é tão reconhecido pela grande massa e a grande crítica amestrada não o reverencia como faz com menos votados? Desde o início como o homossexual de Minha Adorável Lavanderia (My Beautiful Laundrette, 1985, ING) de Stephen Frears, uma história sensível de dois homossexuais com ideias diferentes de vida. Outro filme relevante é A Insustentável Leveza do Ser (Unbearable Lightnes s of Being, The, 1988, EUA) com direção de Philip Kaufman, em que Day-Lewis faz o papel do cirurgião mulherengo que se vê no meio da primavera de praga, em torno de um romance com duas mulheres interpretadas pelas estonteantes Lena Olin e Juliete Binoche. O diretor consegue explorar de forma eficiente o complexo romance de Milan Kundera.
O primeiro passo para o reconhecimento veio na estupenda e perfeccionista atuação em Meu Pé Esquerdo (My Left Foot, 1989, IRL) de Jim Sheridan, inspirada na autobiografia de Christy Brown, em que a atuação perfeita de Day-Lewis levou a Academia a reverenciá-lo com um Oscar. Ressalte-se também a grande atuação da atriz Brenda Fricker como a mãe dedicada que a levou a arrebatar o Oscar de melhor atriz coadjuvante.
No ano de 1993 Day-Lewis realizou dois filmes de relevância: A Época da Inocência (The Age of Innocence, 1993, EUA) de Martin Scorcerse e Em Nome do Pai (In The Name of the Father, 1993, IRL/ING/EUA) dirigido também por Jim Sheridan, em que narra o caso verídico conhecido como os “quatro de Guilford” uma das maiores denúncias de algumas atrocidades cometidas pelas autoridades britânicas. Por este filme Day-Lewis foi indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro.
Mesmo tendo anunciado uma aposentadoria precoce, Day-Lewis surpreendeu o mundo e voltou com toda a carga com duas atuações soberbas. A primeira interpretando o personagem Bill “The Butcher” Cutting em Gangues de Nova York (Gangs of New York, 2002, EUA) de Martin Scorcese, o filme dividiu a crítica e os fãs, mas uma coisa é certa a atuação de Day-Lewis segura é que dá força ao filme e principalmente no estupendo filme de Paul Thomas Anderson, Sangue Negro (There Will Be Blood, 2007, EUA) que narra a saga de Daniel Plainview, um desbravador dos campos de petróleo nos rincões dos EUA. Um personagem forte em que sua ambição não tem arreios e que culminam em algumas cenas antológicas. Como a morte do falso irmão, o acidente que causou a surdez do seu filho, em que se preocupou mais com o poço de petróleo do que com o próprio filho, o batizado somente em termos de interesse na igreja do pastor charlatão, bem como a forte cena final. Por este filme Day-Lewis arrebatou os prêmios Oscar, Globo de Ouro e Bafta. Poderíamos incluir nesta lista filmes como as Bruxas de Salém e O Lutador, mas este pequeno espectro mostra a versatilidade e a genialidade que deveriam servir de suporte para qualquer ator.
Daniel Day-Lewis é o melhor ator da atualidade sem recorrer às páginas de tablóides nem escândalos sexuais, como alguns menos votados, não se utilizando de demagogias baratas como Jhonny Depp que critica o sistema hollywoodiano, mas está enfiado nele até o pescoço ou o bom-moçismo de Tom Hank e a truculência de Russel Crowe. Daniel Day-Lewis firma-se somente com o seu talento e suas atuações.
Adriano Costa
Economista, Bancário, torcedor do Ceará.
Uma pergunta inquieta-me, por que um vencedor de dois prêmios Oscar não é tão reconhecido pela grande massa e a grande crítica amestrada não o reverencia como faz com menos votados? Desde o início como o homossexual de Minha Adorável Lavanderia (My Beautiful Laundrette, 1985, ING) de Stephen Frears, uma história sensível de dois homossexuais com ideias diferentes de vida. Outro filme relevante é A Insustentável Leveza do Ser (Unbearable Lightnes s of Being, The, 1988, EUA) com direção de Philip Kaufman, em que Day-Lewis faz o papel do cirurgião mulherengo que se vê no meio da primavera de praga, em torno de um romance com duas mulheres interpretadas pelas estonteantes Lena Olin e Juliete Binoche. O diretor consegue explorar de forma eficiente o complexo romance de Milan Kundera.
O primeiro passo para o reconhecimento veio na estupenda e perfeccionista atuação em Meu Pé Esquerdo (My Left Foot, 1989, IRL) de Jim Sheridan, inspirada na autobiografia de Christy Brown, em que a atuação perfeita de Day-Lewis levou a Academia a reverenciá-lo com um Oscar. Ressalte-se também a grande atuação da atriz Brenda Fricker como a mãe dedicada que a levou a arrebatar o Oscar de melhor atriz coadjuvante.
No ano de 1993 Day-Lewis realizou dois filmes de relevância: A Época da Inocência (The Age of Innocence, 1993, EUA) de Martin Scorcerse e Em Nome do Pai (In The Name of the Father, 1993, IRL/ING/EUA) dirigido também por Jim Sheridan, em que narra o caso verídico conhecido como os “quatro de Guilford” uma das maiores denúncias de algumas atrocidades cometidas pelas autoridades britânicas. Por este filme Day-Lewis foi indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro.
Mesmo tendo anunciado uma aposentadoria precoce, Day-Lewis surpreendeu o mundo e voltou com toda a carga com duas atuações soberbas. A primeira interpretando o personagem Bill “The Butcher” Cutting em Gangues de Nova York (Gangs of New York, 2002, EUA) de Martin Scorcese, o filme dividiu a crítica e os fãs, mas uma coisa é certa a atuação de Day-Lewis segura é que dá força ao filme e principalmente no estupendo filme de Paul Thomas Anderson, Sangue Negro (There Will Be Blood, 2007, EUA) que narra a saga de Daniel Plainview, um desbravador dos campos de petróleo nos rincões dos EUA. Um personagem forte em que sua ambição não tem arreios e que culminam em algumas cenas antológicas. Como a morte do falso irmão, o acidente que causou a surdez do seu filho, em que se preocupou mais com o poço de petróleo do que com o próprio filho, o batizado somente em termos de interesse na igreja do pastor charlatão, bem como a forte cena final. Por este filme Day-Lewis arrebatou os prêmios Oscar, Globo de Ouro e Bafta. Poderíamos incluir nesta lista filmes como as Bruxas de Salém e O Lutador, mas este pequeno espectro mostra a versatilidade e a genialidade que deveriam servir de suporte para qualquer ator.
Daniel Day-Lewis é o melhor ator da atualidade sem recorrer às páginas de tablóides nem escândalos sexuais, como alguns menos votados, não se utilizando de demagogias baratas como Jhonny Depp que critica o sistema hollywoodiano, mas está enfiado nele até o pescoço ou o bom-moçismo de Tom Hank e a truculência de Russel Crowe. Daniel Day-Lewis firma-se somente com o seu talento e suas atuações.
Adriano Costa
Economista, Bancário, torcedor do Ceará.
AMIGA SOLIDÃO
Encontro-me negando a existência do meu ser. Compartilho cada vez mais minhas fantasias fúteis, comunicando minhas aventuras inúteis a minha consciência cega que nega minhas vontades, que talha minha segurança, sufoca minha esperança.
Vivo entediado, realmente indignado com minha forma de viver na contramão.
Minha ânsia esvai-se em pensamentos vãos que sufocam minha alma, prendendo a respiração.
Vivo a sonhar procurando uma salvação, trazendo em meu peito a solidão.
Viver me desvanece em súplicas, buscando uma solução para a desolação que jugula meu coração. Por favor, chamem minha amiga solidão, a única que entende a razão deste meu pensamento tolo e pueril a invadir meu ser e preencher minha vida que se tornou uma grande desilusão.
Adriano Costa
Economista, Bancário e torcedor do Ceará
Vivo entediado, realmente indignado com minha forma de viver na contramão.
Minha ânsia esvai-se em pensamentos vãos que sufocam minha alma, prendendo a respiração.
Vivo a sonhar procurando uma salvação, trazendo em meu peito a solidão.
Viver me desvanece em súplicas, buscando uma solução para a desolação que jugula meu coração. Por favor, chamem minha amiga solidão, a única que entende a razão deste meu pensamento tolo e pueril a invadir meu ser e preencher minha vida que se tornou uma grande desilusão.
Adriano Costa
Economista, Bancário e torcedor do Ceará
VERSOS VAZIOS
Venerar é negar
Rogar é negar
Viver é sofrer
Por que a vida busca respostas imediatas se não sei entender as perguntas que vivo a formular.
Negar é destruir
Destruir é governar
Amar é negar
Não atendam as portas que sejam destinadas as vossas mediocridades diuturnas que preenchem grande parte da nossa vida.
Governar é trair
Trair é ganhar
Amar é mutilar
Mutilando nossa vida, amando as mediocridades, vivemos a destruir a governança sofrida do nosso viver.
Adriano Costa
Economista, Bancário, torcedor do Ceará.
Rogar é negar
Viver é sofrer
Por que a vida busca respostas imediatas se não sei entender as perguntas que vivo a formular.
Negar é destruir
Destruir é governar
Amar é negar
Não atendam as portas que sejam destinadas as vossas mediocridades diuturnas que preenchem grande parte da nossa vida.
Governar é trair
Trair é ganhar
Amar é mutilar
Mutilando nossa vida, amando as mediocridades, vivemos a destruir a governança sofrida do nosso viver.
Adriano Costa
Economista, Bancário, torcedor do Ceará.
SUBDESENVOLVIDO
Vivemos em um país de fantasia, uma novela sem final feliz. Falam-me para ter orgulho do Brasil: “é o país mais bonito que já se viu.”, entendo como piada esta assertiva equivocada, no fundo somos só um país subdesenvolvido.
Tenham orgulho, pois graças aos políticos somos um país subdesenvolvido.
Tenham orgulho, pois graças às elites somos um país subdesenvolvido.
Tenham pena do nosso povo, pois graças a sua parcimônia somos um país subdesenvolvido.
Podem me chamar de pessimista, um tolo idealista, um escroque marxista, mas não me chamem de cego, pois não nego que o meu país é belo, seu povo é singelo, pacifista e camarada. Só não tenham orgulho, pois graças aos políticos somos um país subdesenvolvido, pois graças aos políticos somos um país subdesenvolvido e graças à parcimônia do nosso povo somos um país subdesenvolvido.
Adriano Costa
Economista, Bancário, torcedor do Ceará.
Tenham orgulho, pois graças aos políticos somos um país subdesenvolvido.
Tenham orgulho, pois graças às elites somos um país subdesenvolvido.
Tenham pena do nosso povo, pois graças a sua parcimônia somos um país subdesenvolvido.
Podem me chamar de pessimista, um tolo idealista, um escroque marxista, mas não me chamem de cego, pois não nego que o meu país é belo, seu povo é singelo, pacifista e camarada. Só não tenham orgulho, pois graças aos políticos somos um país subdesenvolvido, pois graças aos políticos somos um país subdesenvolvido e graças à parcimônia do nosso povo somos um país subdesenvolvido.
Adriano Costa
Economista, Bancário, torcedor do Ceará.
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