segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A GUERRA



a guerra paira no ar
com seu pútrido odor de
corpos cravejados pela insensatez humana

a guerra e nossos desejos assassinados
a guerra e nossas plenitudes esvaziadas
a guerra e nossas saudades não vividas

a guerra paira no ar
aqui, alhures
ontem, hoje
sempre??

a guerra:
flecha no peito do Tempo
cicatriz no corpo da História
constante da Civilização
idéia fixa do Humano??

a guerra:
periclitante espada sobre nossas consciências
sombra de apetite voraz...
nossa sombra??

como evitar seu abraço mortal se quando nos pomos em marcha ela mais velozmente viaja e aos nossos calcanhares se agarra e nos freia e nos lembra da contradição humana imanente: nossa fenda psíquica
“o homem não é senhor nem mesmo em sua própria casa”...

“Decifra-me ou devoro-te”
avisa a vetusta cantadeira...
a voz dela será a nossa??
somos a imagem refletida em seu espelho??

ah que bom seria o meio-dia, quando dormem as sombras
ah um sempiterno meio-dia...


tádzio nanan

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