sábado, 27 de novembro de 2010

APOCALIPSE

Depois, o silêncio reinou outra vez
Depois das paixões, o esquecimento
Depois da razão, a frigidez
De um universo triste, sem argumento
Depois da dúvida hamletiana
Que confrangia o homem
E da sentença descartiana
Apenas sono, apenas ontem
Só, Ele revê a tudo, sem saudade
O quanto fizera, apaixonadamente
Sonhando a filosofia, a arte, a ciência
Mas, num lapso, criara a iniquidade
Consumindo tudo, obstinadamente
E quis pôr fim à Sua imprevidência...





Tádzio Nanan

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