por Tádzio Nanan
Louco, marchava sobre os abismos da paixão!
Ah, imortais ardentes madrugadas de outrora
Quando o tempo só marcava a mesma hora
E, chamejantes, acendíamos a própria escuridão...
Possuía-te com afagos, e com sevícias!
Amava-te com desprezo, e com esmero!
Lançava-te às chamas, como um Nero
Àquelas das bacânticas delícias...
Afligi-me ainda este desejo incontrastável
E ainda morro de sede ao ver-te, meu Kalahari
Rendido, a teus liames me ataste, vil Mata-Hari
Refém de uma paixão inconfessável...
Quanta aflição germina e grassa no meu peito!
Se mais te desejo, é tua falta que hei-de aspirar
Meu amor é só desespero, diz querendo calar
Quer nunca mais te ver, e ver-te nua no leito...
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