sexta-feira, 16 de setembro de 2011

UMA PEQUENA BIOGRAFIA DO MEU AVÔ - AMÉRICO BARREIRA

*retirado do sítio da Câmara Municipal de Fortaleza

IDENTIFICAÇÃO:
NOME: Américo Barreira
DATA DE NASCIMENTO: 11 de Fevereiro de 1914
DATA DE FALECIMENTO: 19 de Novembro de 1993
NATURALIDADE: Baturité-Ceará
FILIAÇÃO: Arcelino Sula Barreira e Idalba Barreira
ESTADO CIVIL: casado com Laís Ayres Barreira
ESCOLARIDADE:
CURSO PRIMÁRIO:
Grupo Escolar de Maranguape - 1921 a 1923
Colégio São José - Guaramiranga - 1924 a 1925
Colégio Nogueira - 1926
CURSO SECUNDÁRIO:
Instituto São Luiz - Fortaleza - 1927
Colégio Castelo Branco - 1928 a 1929
Instituto São Luiz - 1930 a 1932
CURSO SUPERIOR:
Faculdade de Direito do Ceará - 1933 a 1937
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO:
Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas.

AMÉRICO BARREIRA
Municipalista, figura singular, que ocupa espaço da maior relevância na cena político-cultural nacional e com projeção internacional, desde sua juventude foi participante de primeira hora nas grandes ações políticas e sociais que sacudiram o País. Participou de atividades em Grêmio Estudantil (1931-1932), presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de Direito (1933), Presidente da União Democrática estudantil (1934 a 1935), Prefeito Municipal (o mais jovem do País, com 19 anos) de Várzea Alegre - Cariri – Ceará (1934), Presidente da Liga da Defesa Nacional (1940 a 1945), a memoráveis campanhas nacionais, tais como: Campanha contra a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas que redundou na redemocratização do País (1945),Campanha " O Petróleo é Nosso" que forçou a criação da Petrobrás (1946).
Dentre outras atividades exercidas destacou-se como fundador e primeiro Presidente da União dos Vereadores de Fortaleza, Consultor Jurídico da Associação de Prefeitos do Estado do Ceará - APRECE (1956 a 1991). Participou do processo de discussão e elaboração das Leis Orgânicas de vários Municípios do Ceará (1990).
No exercício do Magistério conquistou o respeito, a estima e a admiração da juventude. Revolucionou os métodos do ensino de História do Brasil, fugindo do arcaico processo decorativo para o método analítico dos fatos e seus desdobramentos. Foi professor do segundo grau do Colégio São João e do Ginásio Farias Brito (1941 a 1946). Titular de uma cadeira importante da Escola Normal Justiniano de Serpa, onde era o instigante inoculador de idéias novas forjando consciência crítica nas jovens que se preparavam para o magistério primário e secundário no Ceará. Professor, aprovado por concurso, do Instituto de Educação do Ceará (1955).
Político, pelo conceito na sociedade cearense, elegeu-se Vereador à Câmara Municipal de Fortaleza (1947), reelegendo-se em 1951, e essa era uma das missões que mais o apaixonavam, pois começou a compreender a importância do Poder Local, exatamente por ter clareza do que ela significava no processo revolucionário de incorporação das pessoas à gestão pública, por se tratar de relação estatal mais próxima até fisicamente com elas, e na qual elas aprendem a ser cidadãos, entendendo e praticando direitos e deveres. Nessa área se encontra a melhor elaboração do " Mestre", como carinhosamente é chamado.
Como Deputado Estadual, teve o mandato cassado pelo regime militar de 64. Na redemocratização, conquistou o cargo de Vice-Prefeito da Capital Cearense, na histórica vitória de Maria Luiza Fontenele, eleita pela legenda do PT. Homem oriundo da aristocracia rural, mas, Municipalista nato que, trazia na consciência o drama dos excluídos em nosso País, assumiu em sua longa e destacada carreira política uma posição de esquerda, sempre na linha de frente em favor das mais justas causas populares.
Conferencista e tribuno polêmico, sempre empolgou grandes auditórios fazendo as platéias saírem indagativas, interessadas em conhecer melhor o assunto que abordava, preocupadas em aprofundar e ampliar seus conhecimentos.
Jornalista militante, seus artigos eram e continuam sendo ainda hoje leitura obrigatória para quem estuda os problemas locais, regionais e nacionais. Cidadão identificado com o seu tempo e sua gente. Marxista respeitado, jamais admitiu haver nas concepções do grande pensador e ativista alemão um conjunto de dogmas, mas uma referência a ser considerada, rigorosamente dentro da visão dialética de ser um guia para a reflexão e a ação.

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