Ele
é um poeta sem palavras. Um peregrino sem estradas. Um pregador sem
verdades. Um santo sem virtudes. Um arauto sem mensagem. Um paladino
sem espada. Um artista sem talento. Um cientista sem método. Um
político sem intuição. Um filósofo sem leitura. Um profeta sem
Deus. Um guerreiro sem causa.
Ele
é uma ofensa à natureza, aos homens, a Deus! Ou talvez ele seja
apenas as próprias dúvidas divina, humana e natural personificadas
num homem, num simples homem, às vezes, simplório, que busca,
porque só aprendeu a buscar. Buscar é a própria vida dele. Buscar
é a própria essência dele.
E
ao mesmo tempo, apesar de seu delírio costumaz, do absurdo da sua
causa, do seu desejo inconsequente e estéril, ele é tão comovente!
Reluz de tão verdadeiro e enternece de tão puro, um sol em meio a
noites sem luar. Um dia - tenho certeza que isso está escrito nas
estrelas, um dia seus erros ainda ensinarão ao mundo a verdade!
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