Hálitos gélidos.
Bocas murchas lilás.
Olhos lívidos de ressaca.
Canto triste.
A névoa densa e a chuva rala
Espreitam-lhes a dor,
Que paira e paira.
O céu plúmbeo parece reverenciá-los
Em um choque harmônico com o pesar instituído.
Uma ave entoa um grasno lúgubre.
Faz-se nesse instante um silêncio monástico.
Uma leve melancolia lampeja alma adentro
E aviva reminiscências várias:
Quantos risos rasgados de felicidade,
Regozijos de amores vividos,
E sonhos pintados em quadros que se fizeram pintar ou não.
Agora é o nada.
Musgos pululam no sepulcro sombrio
E enfeitam apropriadamente o leito eterno.
É a paragem da estrada a derradeira chegada.
Lápide hermética, torpor e continuidade.
Jorenilson Madeiros Medeiros
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