segunda-feira, 31 de agosto de 2009

À HORA

Confrange-me o peito
a espera do teu abraço inclemente.
Em qual esquina, qual alcova
Em que hora absorta
Visitar-me-ás oh! Indesejada das gentes?

Que virás, não tenho duvidas;
Mas que retardes tua chegada!
Entretém-te em tua lida:
Justa, porém, indigna
E chega mansa, sorrateira, delicada.

Cumpre o teu destino, mas deixa
antes, eu concluir o meu.
Há tantos planos, desejos, lugares
amores, prazeres e vontades
E fiz tão pouco!
De tudo que a vida ofereceu

__ Infausto e inescapável é
o destino de tudo que vive;
Nada perdura: riquezas, beleza, soberba
Inexorável são os apelos da natureza
Dos quais ninguém ela exime

Contigo não há de ser diferente
Não é pessoal: só cumpro o meu labor
Se não viveu, culpa não tenho
Mas em te levar me empenho
Esse é meu grande valor!


Jorenilson Madeiros Medeiros

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