sexta-feira, 23 de outubro de 2009

DOIS POEMAS

(1)

Vencer o destino
Indo além do previsto
Insisto no desatino

Ir além do concreto e do real
Mergulhando no secreto e no ideal
E viver nos sonhos
S o n h o s
T a m a n h o s

Suplantar o fim
E renascer
Menino
Numa espiral
Recorrente
Ser imortal
E inconseqüente

Poeta do excesso e do abscesso
Versejando o avesso e o transversal
Nunca onde posto
Uno e composto
Este e o oposto

Peito arquejando
O inarrável
Veia transbordando
O mistério
Expandindo meus desejos
Na anti-gravidade das horas
Expandindo meu universo
Com a imprevisibilidade do verso


(2)

Sou vário
Multifário
Alegria e calvário
Ao sabor das horas
E das desoras...

Eterno como os números
E fugaz como as palavras...

Virtudes ímpares
Pecados plurais
Razão e absurdo
Clamor surdo...

Livro inconcluso
Que se reescreve
Na urgência
Do que nasce
Ou morre...

Viandante
Que parte para onde ignora
Mas chega sempre onde mora
Porque mora em tudo...

Mundos
Ardentes
Diferentes
De mim mesmo...

Passos à toa
Perdidos uns dos outros...

Sem fim, sem começo
Todo dia me esqueço
Todo noite amanheço
Buscando por Deus
Mas não sei se o mereço...



Tádzio Nanan

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