quarta-feira, 21 de outubro de 2009

LOBISOMEM

(1)

A fera
Espera
O momento certo
De erguer o cetro

Impera
No instante
Em que se encerra
A censura da consciência

Esmera-se na vertigem da lucidez
E assoma na insensatez das paixões humanas


(2)

Um lobo corre
No labirinto da tua
Existência

Até que ele acha a saída
E destrona tua fugaz
Consciência


(3)

No esfíngico rincão
Do inconsciente
O primitivo que há em nós
Movimenta sua mão devastadora

No espelho
Esse antípoda de nós
Algoz silente e atroz
Íncubo que atormenta
A humanidade de todos
Medo de mim e dos outros

Hedionda face na íntima janela
Animal fugido da cela



Tádzio Nanan

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