terça-feira, 3 de novembro de 2009

AOS ESCRAVOS DE TODOS OS TEMPOS – II

No escravo, o fogo que sublime e feroz fulgiria
Arrefece e é cinza ante o silêncio e o medo
Carrascos que lhe impõem miserável degredo
O de si mesmo; e ele acata quando subverteria...

Dê escravo ao seu alquebrado coração um lenimento
Creia no sonho que lhe faz humano e creia no desespero
Reúna as suas dores e delas ergue um homem inteiro
E lute para ser livre, que é o único sacramento

Diversa Roma se nos impõe (quantas ainda sobrevirão?)
A de Enéas tremeu ante o braço viril da escravidão:
Spartacus! Epopéia escrita em sangue, libelo

Contra um mundo que flagela qual pesadelo
Sonho épico alastrando-se no invisível do ar
Com a imorredoura canção da liberdade a ecoar


Tádzio Nanan

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