Quisera amar-te comedidamente
Com hora marcada e a luz apagada
Cheio do casto pudor de antigamente
Sem arroubos românticos
E copiosas lágrimas de ciúme...
Amar-te mansamente, sem os carrosséis de emoção
Dos aficionados em paixão
- essa convulsão dos sentidos
Sem ramalhetes de rosas
As insinuações dolorosas
E os pratos no chão partidos...
Amar-te racionalmente
Como quem quase finge o que sente
Sem poesia, sem saudade, sem plenilúnios à beira-mar
Sem acordes de um violão...
Quisera amar-te
Como uma simples troca de favores à meia-noite:
O mercantil romance finissecular...
Mas tal amor, querida, eu nunca poderia dar...
Tádzio Nanan
Nenhum comentário:
Postar um comentário