sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ÀS PUTAS

Saciado na ciência de um leito multitudinário,
Esquivo-me da virgem presunçosa que me pretende
E rio-me do pregador hipócrita que defende
A supressão deste prazer consuetudinário

Por que menoscabar uma multimilenária ocupação?
Acaso sabe a dama o que sabe a mulher do arrabalde?
Acaso não nos deixam mui contentes, com saudade
E revigoram os liames da mente e o coração?

Soporífero quanta vez o regaço da jovem virtuosa
Melancólica pode ser a castidade, acre e fatigosa
O que de infame haveria em amar com as putas?

Também elas rezam, como nós, antes da labuta
Também filhas de Deus, como a rainha da Inglaterra
Ora, e no fim não vamos todos namorar com a terra?!



Tàdzio Nanan

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