Livre nasceste, mas quantos te almejam acorrentado!
Estupefato com o drama humano, abúlico, inerte
Esquecido de que o sangue esquenta nas veias e ferve
E a reação é legítima contra os que te têm açoitado
Resoluto nasceste, mas quantos te querem claudicante!
Porque previsíveis teus movimentos não surpreendam
E os pensamentos tímidos, pueris não transcendam
A lógica inimiga; um débil, venal, mendicante
Projeta o status quo curar-se das células cancerosas
Para que tudo opere num certo intervalo de confiança
Onde se evite súbitas sublevações morais perigosas
Tua nova visão, supremo ideal, revolucionária ânsia
É o câncer temido (embora estejas só, por enquanto...)
Mas é fatal mudares teu choro em magnífico canto!
Tádzio Nanan
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